- Ou você é cega ou incrivelmente ingénua. - Eu... A frase ficou interrompida quando uma voz masculina impaciente chamou: - Brad! Ele não tentou disfarçar o aborrecimento pela interrupção. - O que é, Tom? - perguntou com cara feia para o intruso, o mesmo colega de trabalho que o havia advertido. - Não posso ficar tapando buraco para você a noite inteira - disse o outro. - É melhor aparecer antes que seja despedido. - Já estou indo - concordou Brad, com um suspiro irritado. - É bom mesmo - alfinetou o outro. Sheila ficou contente com a interrupção. Não podia suportar os comentários sarcásticos de Brad, nem suas acusações injustas contra seus pais. Sentia-se desolada, e queria apenas ir embora e pensar em tudo aquilo. - Vá, Brad - murmurou, desanimada. - Já está mesmo na hora de eu ir embora. - Não vá, Sheila. Ele a segurou com firmeza e colocou a mão no outro ombro, para virá-la de novo para si. Ela continuou a evitar o olhar dele. - Não há por que ficar. Não há mais nada a dizer. - Sheila. - Ele pareceu procurar desesperadamente um motivo, depois deu uma breve risada. - Acho que acabamos de ter a nossa primeira briga de verdade. - Sem dúvida, não fui eu que a comecei. Não conseguia descobrir onde estava a graça que Brad parecia sentir na descoberta. - É horrível, não é? - disse ele. Soltando-lhe o braço, começou a alisar-lhe a face numa carícia apaziguadora, mas Sheila recuou, incapaz de fazer a mesma transição rápida da raiva para o afeto. - Não era meu desejo que brigássemos desse jeito - murmurou Brad, em tom de desculpa. - Perdi a cabeça, só isso. - Foi o bastante - respondeu ela, secamente. - Sheila, olhe para mim. - Como ela não obedeceu, segurou-a pelo queixo e forçou-a a ceder. As suas feições belas e douradas suplicavam o perdão. - O que posso fazer para que compreenda como me sinto? - Já fez - assegurou-lhe Sheila. - Deixou bem claro que não acredita que eu o ame realmente e que acha que meus pais estão conspirando contra você. - Não, não é nada disso. Não entende? - Brad fitou, ansioso, os olhos desconfiados dela. - Você é a única coisa na minha vida que tem significado para mim, Sheila. Tenho medo de perdê-la. - Eu... Uma ruga de preocupação franziu a testa dele, desaparecendo sob a mecha de cabelos louros. A sua sinceridade se projetou para, invisivelmente, tocar em Sheila. - Brad - sussurrou ela, correspondendo ao apelo. Um lampejo divertido, nascido do auto-desprezo, perpassou pelos seus aveludados olhos castanhos. - Não compreende, não é? Acha que estou errado, pensando desse jeito. - Ninguém pode me tirar de você - disse ela, com um meio sorriso nos lábios. - Já lhe pedi para ser minha mulher, Sheila - começou ele. - E eu já aceitei - lembrou-lhe ela. - É - concordou Brad. - Mas nada tenho para lhe oferecer, exceto o meu amor. Estou lhe pedindo para abandonar tudo em troca de nada. O polegar lhe acariciava a clavícula em círculos rítmicos. Sheila sentiu a magia do seu toque começar a surtir efeito. - Não é uma troca tão ruim, querido - sorriu ela. - O amor não pode colocar um tecto sobre as nossas cabeças, nem comida nas nossas bocas - lembrou ele. - Isso custa dinheiro, coisa que não tenho. - Psiu! - Sheila apertou-lhe os lábios com dedos silenciadores. - Não quero escutar essa palavra de novo. Brad beijou-lhe as pontas dos dedos, depois segurou-os de leve nas mãos. - Não quero repetir, mas o dinheiro é um dos fatos imutáveis da vida. Não pode ser evitado simplesmente porque é desagradável. - Não me importo. - Sheila soltou os dedos da mão dele e afastou-lhe carinhosamente os cabelos da testa. - Diga que me ama, Brad.
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A Caricia Do Vento
RomanceConta a história de Sheila e Ráfaga, Sheila uma linda mulher de pais ricos se vê em uma grande decepção com seu marido Bred, após ser abusada em plena lua de mel ,e por fim saber as reais intenções de Bred acaba sendo sequestrada por Ráfaga e seus c...