- Logo o bebê vai fazer crescer a sua barriga. - Dirigiu a mão para a barriga dela, espalmando os dedos sobre ela, acendendo um fogo dentro de Sheila. - Quando isso acontecer, olharei para você e sentirei a mesma onda de desejo, querida. Nunca vou parar de querê-la ou de amá-la. - A voz ficou mais profunda e rouca, quando enfiou a mão sob sua blusa, para amoldar-se aos seios fartos. - Pense nas horas incontáveis que vou passar vendo o nosso filho mamar no seu seio. Entende agora a felicidade que senti quando me dei conta de que você estava grávida! - Sim. - Ela riu com uma alegria ofegante, lágrimas brilhando nos seus olhos. - Sim, entendo. - E vai consentir que o padre nos case? - Sim - concordou Sheila. As sobrancelhas morenas juntaram-se, num sintoma de preocupação. - Lamento não lhe poder oferecer a legalidade de uma cerimônia civil, mas meu nome é conhecido demais para... - Eu sei. Não me importo - insistiu. Ráfaga inspirou fundo, um lampejo de dor nos olhos.- Não tenho o direito de lhe pedir que compartilhe dessa vida comigo. Posso oferecer-lhe tão pouco, e você me dá tanto! - Só o que quero é o seu amor. Já tive todo o resto. Não significaria coisa alguma sem você. Sei disso. Precisa me acreditar. - Só sei que não posso deixá-la partir - declarou ele, apertando-a rudemente contra si, enquanto baixava a boca para atender ao convite dos seus lábios. Três dias mais tarde, a luz dourada da aurora se espalhava pelo céu. As mãos de Ráfaga seguravam com ternura o rosto de Sheila. Seu olhar escuro se dirigiu para além dela, para Laredo, já montado e segurando as rédeas do cavalo. - Está na hora de ir, amada - disse-lhe, suavemente. - Por favor, Ráfaga, venha agora com a gente. Sheila lhe pedia para mudar de idéia. - Não. - Sacudiu a cabeça, sorrindo, para diminuir a dureza do seu tom de voz. - É uma viagem longa. Vai precisar descansar pelo menos um dia, quando chegar lá, e não posso me arriscar a ficar tanto tempo num lugar onde possa ser reconhecido... a não ser - zombou Ráfaga - que você queira ir me visitar na cadeia. - Não, claro que não. Sheila baixou a cabeça, mas detestava ter que se separar dele, mesmo que fosse por alguns dias. - Partirei amanhã. - Ergueu o seu queixo com o polegar. - Da próxima vez que me vir, estaremos diante do padre. - Deu-lhe um beijo breve e forte antes de guiá-la com firmeza até o baio, e ajudá-la a montar. Apoiou a mão na sua coxa, enquanto, olhava para Laredo. - Lembre-se - disse-lhe vivamente -, vá directamente ao padre Ramírez. Não fale com mais ninguém. Ele me conhece e arranjará um lugar seguro para vocês ficarem. Laredo balançou a cabeça, concordando, e entregou as rédeas do baio a Sheila. - Cuidarei dela, Ráfaga. Seus olhos ficaram marejados de lágrimas, quando Sheila baixou o olhar para Ráfaga. A boca deste se estreitara severamente, mas no olhar escuro ardia a luz do seu amor. Os lábios da boca se abriram para protestar de novo que não queria ir sem ele. Ele bateu com força na anca do baio. O cavalo saltou para a frente, alarmado. Sheila travou a sua saída por um momento, depois exortou-o a seguir em frente. Dali a segundos, Laredo estava cavalgando ao seu lado. Passando pelo lago formado pelo riacho, tomaram a trilha estreita e rochosa que subia a face norte do desfiladeiro. Subiram em fila inclinada, Sheila na frente, pelo caminho longo e sinuoso através de um corredor de árvores e pedras. Logo que o sol apareceu no alto da cordilheira oriental, a manhã se encheu de luz. O baio subia com esforço a última encosta íngreme da trilha quando Sheila ouviu um tiro de rifle. Freou o cavalo bruscamente no topo e viu a cabeça de Laredo girar na direcção do ruído. Ele esporeou o cavalo até o topo e desmontou, ignorando Sheila enquanto corria para um mirante rochoso. - O que foi? - perguntou ela juntando-se a ele. No ar puro da montanha ecoavam gritos confusos de alarme. - Meu Deus, é uma patrulha - murmurou Laredo. Um bando de cavaleiros fardados galopava pelo prado em direcção às casas de adobe. O esconderijo do desfiladeiro fora descoberto. O seu coração subiu-lhe à garganta. Ráfaga estava lá. Dando meia-volta, Sheila correu para o baio. Mas Laredo estava lá, agarrando um dos arreios para detê-la. - Que diabo, aonde pensa que vai? - exclamou, segurando a cabeça inquieta do baio.
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A Caricia Do Vento
RomanceConta a história de Sheila e Ráfaga, Sheila uma linda mulher de pais ricos se vê em uma grande decepção com seu marido Bred, após ser abusada em plena lua de mel ,e por fim saber as reais intenções de Bred acaba sendo sequestrada por Ráfaga e seus c...