Capítulo 64

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As mãos instintivamente encontraram-na na penumbra. O contacto firme delas fez Sheila começar a chutar e se debater como um animal selvagem. Ele soltou uma risada rouca, rechaçando os golpes dos braços e pernas dela, enquanto a imobilizava sobre o colchão. - Grite, se quiser, leoazinha - murmurou Ráfaga. - Ninguém vai ouvir, por causa do temporal. Mesmo queouçam, não virão até aqui. A sua boca quente descobriu a linha sensível ao longo do pescoço. Sheila enterrou os dedos na pele dele, tendo a sensação satisfatória da carne que se rasgava sob as suas unhas, enquanto lhe arranhava os ombros. A despeito do palavrão abafado de dor que ele soltou, as mãos que a seguravam não cederam um centímetro.A violência desesperada estava acabando com as energias dela. Sheila parou para tomar fôlego. Imediatamente, ele tomou posse dos seus lábios entreabertos, forçando-lhe a cabeça para trás enquanto a beijava. As mãos seguraram-lhe os seios para explorar a sua firmeza redonda. Sheila sentiu os bicos dos seios enrijecerem sob o toque, e soltou um grito mudo ante a incapacidade de controlar as reações da sua carne. A cabeça dela girava loucamente na torrente de desejos incandescentes que lhe atormentavam o corpo. Essas sensações depravadas, de permissividade, eram-lhe estranhas, contudo sentia-se impotente para controlá-las. Elas é que a estavam controlando, tomando conta dela e fazendo que desejasse a gratificação física da posse. As sensações se intensificaram quando a boca do homem desceu pelo seu pescoço até o seio. O contato da língua no seu mamilo provocou-lhe um gemido involuntário de prazer. Não havia pressa na paixão lânguida das suas carícias, mas o fogo lento que ardia dentro de si ficava cada vez mais quente. As mãos exploradoras dele descobriram e sondaram suavemente as suas partes secretas e íntimas, tocando, provocando e liberando todas as suas inibições e temores. O seu cheiro de macho era um estimulante erótico, excitando-a. Por mais que quisesse, jamais poderia ser indiferente ao toque dele. Era como uma folha, girando, girando ao vento. Já perdera a virgindade para a brutalidade de Brad. Agora estava perdendo rapidamente o amor-próprio para a perícia sensual de Ráfaga. Sob as mãos, podia sentir os músculos nus e ondulantes dos seus ombros, e a umidade quente do sangue, onde o arranhara. Mas seus dedos não estavam mais arranhando ou ferindo a pele dele; ao contrário, quase se deleitavam ao sentir-lhe a carne firme. Enquanto lhe sobrava um mínimo de força de vontade, Sheila empurrou-o pelos ombros, forçando Ráfaga a erguer a cabeça e parar a brincadeira tantálica com o seu mamilo. Dominando-a, inclinou a cabeça na direção dos lábios, mas a moça se desviou. - O que está esperando? - murmurou Sheila, desesperada. - Por que não me violenta logo e acaba com isso? - Mas isso seria rápido demais, minha leoa - replicou. - Quero prolongar o momento, a tortura. A respiração roçou-lhe a face um instante antes de cobrir-lhe a boca, exigentemente. E foi tortura, uma doce tortura. A ânsia que sentia no sexo deixava o sistema nervoso de Sheila gritando de necessidade pela posse. Em carícias trémulas, as mãos dela percorreram as costas e ombros dele. O corpo da moça se retorcia com a agonia da sua paixão. Mas ainda levou algum tempo para todo o peso do corpo esguio pousar sobre o dela. O pulso estava tão acelerado e ansioso quanto o dela. A sua pele nua estava pegando fogo, e o calor pareceu fundi-los juntos. Sheila sentiu a sua dureza de macho e soube que a necessidade dele era tão grande quanto a sua. Um som de gatinha ronronando escapou-lhe dos lábios quando as pernas musculosas deslizaram intimamentepor entre as suas, forçando-as a se abrirem. O gozo estava para acontecer dali a apenas um momento, e um arrepio de êxtase alucinado percorreu-lhe o corpo. Quando ele veio, Sheila foi envolvida num turbilhão, numa névoa aveludada de sensações. Tremores primitivos alternavam-se com um espanto embevecido, até que ela ficou largada, fraca, esgotada e sozinha. O turbilhão de emoções novas e estranhas se dissipou vagarosamente. Depois, Sheila ficou estarrecida com a maneira sensual de ele fazer amor. Aos poucos, foi voltando a si, ao normal, e sentiu nojo e vergonha de ter sentido prazer nos braços dele. Ráfaga moveu-se, o ombro roçando o braço dela. Um arrepio de consciência correu pela sua pele, as chamas armazenadas vindo à tona. Ela cerrou o maxilar ante a reação involuntária do seu corpo, assustada porque não era capaz de controlá-la. Sheila precisava afastar-se do contacto dele. Escorregando as pernas para a beira da cama estreita, começou a se levantar, mas a mão dele segurou-lhe o braço. Sheila não conseguiu soltar-se do aperto de ferro. - Aonde vai! - Para o meu quarto - respondeu formalmente.

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