Capítulo 19

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    Sinto meus olhos fechados se incomodarem com o leve calor do sol que atingia o carro, obrigando-me a levantar.
    Olho para lado e vejo Diogo ainda dormindo no seu acento.

-Acorda aí dorminhoco! - digo calma.

     Ele senta um pouco sonolento e boceja tão alto que temi pelos vidros do carro.

-Pelo jeito você dormiu bem. - sorrio .

-Sim... Esse banco é bem confortável! Que horas são?

-Não sei... Esqueci meu celular em casa, mas provavelmente são oito horas...

-Como sabe?

-É só olhar a posição do sol...

-Me surpreendo a cada minuto. Nossa ! Você está horrível!

-Obrigada pela delicadeza. - sorrio irônica.

- Temos que curar esses seus ferimentos!

-Em casa fazemos isso, do jeito que estamos, se entrarmos em qualquer farmácia seremos presos.

-Tem razão, então pé na tábua moçinha!

(...)

-O porteiro quase morreu com o nosso apocalipse Zumbi. - digo rindo enquanto entramos na nossa sala.

-Temos que tomar cuidado com esse tipo de coisa, qualquer dia desses ele chama a polícia!

-Não duvido nada!

    Encontro meu celular  em cima do balcão da cozinha, mesmo lugar que o deixara antes de sair. Mas com um aviso na tela.

    " Na minha sala já".

-Quem é?

-Meu pai... Temos que ir...

-Como ele soube qu... - ele para o ver a câmera da sala e acena sem graça.

-Antes eu vou tomar um banho e tirar esse suor misturado com sujeira e sangue do meu corpo. - digo só aí sentindo o quanto necessitava de um banho.

-Eu vou fazer o mesmo.

         Após um banho demorado, retirando toda aquela sujeira do corpo e pensando em uma boa resposta ao nosso desaparecimento, termino o banho sem nenhuma boa mentira para contar.
         Saio do quarto e junto de Diogo, entro no elevador.

-Já pensou em uma boa desculpa? - indago.

-Você que tem o dom da mentira, não eu!

-Não é dom da mentira!

-Tanto faz!

-Ai que frio! - digo ajeitando minha jaqueta na costas.

    Saímos do elevador, rumo a sala de Luiz um pouco tensos com a bronca que estavamos prestes a levar.
     Retiro a jaqueta amarrando-a na cintura.

-Já passou o frio?

-Sim! Passou o frio porque estamos cada vez mais perto do inferno e faz muito calor! - digo vendo que finalmente chegamos ao nosso destino.

-Pronta?

-Não.

-Vamos logo Natasha!

       Vários rostos na sala nos encaravam, e todos estavam bravos e preocupados, exeto Diana que se divertia com a cena. Meu pai e o resto da turma permaneceram em silêncio observando os hematomas deixados pela briga em algumas partes que a roupa lhes permitia ver.

-Começem a se explicar! - diz Luiz.

     Pelo tom de voz, descidi não fazer nenhuma brincadeira, mas apenas ocultar a verdade.

Agente Morgan 2Onde histórias criam vida. Descubra agora