Capítulo 45

2.6K 245 32
                                    

Um dia antes da bomba ser lançada, o clima permanecia tenso entre nós. Imaginar que milhões de pessoas poderiam morrer amanhã se houvesse qualquer  falha, me deixava louca a cada minuto.
Segurava o celular nas mãos, cantarolando mentalmente uma música que me acalmasse. Desde que acordei, esperava o telefonema da minha mãe comunicando os detalhes da "missão impossível".
São nessas horas que preciso do otimismo de Sara, mas acho que nem ela consegue ser positiva agora.
Em meio ao silêncio, meu celular finalmente toca, alertando a todos. Atendo, deixando no viva-voz.

-Natasha?

-Fala mãe.

-Onde exatamente vocês estão? Precisamos nos encontrar.

-Um pouco depois da ponte, ao norte da OSCU. Mais especificamente no meio do mato. - diz Simon.

-Esta bem, me esperem aí. Vou demorar um pouco porque estão me vigiando, mas assim que os despistar, encontro vocês.

-Alexia? Será que você pode trazer um lanchinho? Estamos todos morrendo de fome. - diz Alfie.

-Pode deixar.

A chamada é desligada, e suspiro aliviada por saber que em pouco tempo teria mais notícias, e minha barriga estaria cheia.
Continuo cantarolando minha música, até ver ao longe um carro se aproximando, no princípio, fiquei com medo de que fossem soldados, mas ao ver Alexia e Jack descerem do carro, meu coração se acalmou.
Jack trazia com sigo uma dúzia de hambúrgueres para cada um.

-Hambúrguer? - indago.

-Disse para ela que tínhamos que trazer comida. - protesta Jack

-Que espécie de ser não gosta de hambúrguer? - pergunta Alexia.

-Hambúrguer não é comida pra jovens que estão crescendo!

-Deixa de drama Jack. - diz revirando os olhos.

Alfie me olha, com cara de: " Já sei de onde você tirou essa mania".

-Esta uma delícia, tia! - diz Kat

-Kat, não fala com a boca cheia! - repreende Sara.

-Tem refrigerante? -Indago.

-Sim, na sacola. - diz Jack.

        Retiro uma garrafa verde de vidro da sacola, e encaro Jack, perguntando onde estava o abridor de garrafa.

-Como assim não trouxe? Como abro essa garrafa?

    Ele da de ombros.

-Não sabia que precisava... Abre com a mão.

-Com a  mão? Imbecil, é  impossível abrir com a mão!

-Então fica sem beber.

         Reviro os olhos, e engancho a tampa da garrafa na lataria do carro, fazendo força para baixo, na tentativa de abri-la. A garrafa deslizou, e caiu no chão, molhando minhas botas de refri, e cortando meu dedo indicador assim que tentei tomar apoio para não cair em cima dos cacos de vidro.

-Mais que droga! Ai! - aperto meu dedo, sentindo o sangue molhar minha mão.

-Deixa eu ver... - diz Alfie, se aproximando para examinar o corte. -É profundo... vai ficar cicatriz, mas fica tranquila...você não vai morrer.

        Reviro os olhos e franzo a testa com dor quando minha mãe  amarra um pedaço de pano no meu dedo.

-Será que agora podemos nos concentrar no que importa? - Pergunta Alexia.

      E meu dedo não importa?

- Preciso que se arrumem, alguns de vocês estarão em um ponto muito longe. Por isso, partiram hoje mesmo.

Agente Morgan 2Onde histórias criam vida. Descubra agora