Capítulo 44

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    Meu celular vibrar de baixo do travesseiro. Levanto, ainda preguiçosa, tomando cuidado para não acordar Chris e desviando dos colchões espalhados pelo quarto.
    Segundo o relógio no final do corredor, eram exatamente duas horas da manhã e  teria continuado dormindo, se não tivesse reconhecido o número na tela do aparelho.

-Alo?

-Natasha, consegui algumas informações...

-Estou ouvindo.

-Aparentemente as ordens vieram diretamente do presidente, e pude monitorar uma conversa de um cassino particular nas regiões de Las Vegas. E adivinha quem era o convidado especial? Dylan!

-Você tem o vídeo?

-Claro, já mandei no seu celular.

-É só isso?

-Infelismente sim.

-Obrigada pela ajuda Mônica! Fico te devendo uma.

-Fico feliz em poder ajudar. Já sentia falta dessa adrenalina correndo nas veias.

-Tchau, qualquer coisa é só me ligar!

     Desligo a chamada, recebendo o vídeo por sms. Nele, mostrava claramente a figura dos dois conversando em um local pouco movimentado. Dylan estende uma maleta ao presidente, e imediatamente reconheço o conteúdo transparente, o soro.
      Agora sim as peças pareciam se encaixar, provavelmente o presidente estava negociando a sobrevivência de sua família. E em troca, ficaríamos por fora das mídias e não conseguiríamos interferir na liberação da arma biológica. Talvez  seja por isso que ele autorizou as vacinações nas ruas. Dylan armou tudo perfeitamente! Era um passe de mestre nos fazer fugitivos, assim, dificilmente impediriamos os seus planos.
    Desço até a sala, batucando essa ideia na cabeça. Se o plano de nos tornar fugitivos aconteceu agora, então a data da liberação da bomba estava próxima.
     Caminho até a cozinha, e encontro Simon debruçado sobre o computador. Ele deve ter passado horas observando as câmeras da cidade.
     Observo a tela do computador e meu coração acelera ao ver um caminhão de soldados passarem pela entrada da cidade.

-Droga! Simon! Acorda!

      Ele pula, sonolento.

-O que foi Natasha?

-Eles estão vindo!

     Subo as escadas, correndo até o quarto para despertar as meninas. Sem acender as luzes, começo a procurar minhas malas enquanto gritava.

-Acordem! Eles estão vindo! Rápido!

-Deixa de brincadeira Natasha. - resmunga Mariana.

-Não estou brincando, um caminhão de soldados está vindo pra cá.

       A notícia às assusta e em menos de cinco segundos, o quarto estava uma loucura. Diogo deu a ordem de que ninguém acendesse a luz, isso só chamaria a atenção de que estávamos acordados. Mas a falta de claridade dificultava ainda mais a organização.
      Desço as escadas, carregando minha mochila até o carro. Todos e inclusive Chris já estavam lá. Não houve tempo para sequer pegar nossas malas e trocar de roupa. Um carro só, para dez pessoas, tornava o espaço de locomoção minúsculo dentro do veículo. Por sorte, eu era a motorista.
     Acelero na direção contrária dos soldados, mas por conta do peso, o carro não se locomovia com tanta rapidez. No meio do caminho, deixamos Chris na casa de James. Ela não poderia seguir com nós. Mais um fugitivo só aumentaria a chance de sermos presos. E quanto a sua segurança, ela diria que esteve passando um tempo na casa do irmão, e não sabia que ocupavamos a sua casa.
     A fuga foi mais simples do que esperava, não houve empecilhos e muito menos soldados como barragens. No entanto, não poderíamos ficar tanto tempo naquele carro, o espaço era pequeno e os meus amigos já começavam a reclamar.
      Encosto o carro bem adentro na mata e apago os faróis.

Agente Morgan 2Onde histórias criam vida. Descubra agora