Capítulo 23

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Me reviro na cama pela décima vez, por mais que tentasse o sono parecia não querer vir nem por bem, e nem por mal. Levanto de vagar, procurando não acordar minha acompanhante de quarto e desço as escadas no mesmo ritmo. Talvez comer alguma coisa me ajude.
   Sirvo um copo de leite, acompanhado de um pacotinho de bolacha de maizena e sento do lado de fora da casa, na varanda. A noite, tudo aqui é mais calmo do que de dia, só o som de mariposas preenche o silêncio de forma agradável.
     Recebo um soco inesperado de braços provenientes da escuridão, que acerta meu rosto e derruba meu copo no processo.

-Ai! Droga!

Seguro meu nariz e torço o rosto, fazendo caretas para disfarçar a dor incomoda.

-Me desculpe Natasha!!

Alfie se ajoelha ao meu lado preocupado.

-Por que fez isso idiota?!

-Pensei que fosse algum ladrão! Está tudo bem? Quebrou?

-Pra sua sorte não!

Retiro as mãos do rosto e trato de o fuzilar o olhar, deixando claro o quanto aquilo me irritara.

-Vai ficar inchado!

-Me desculpe.

-Esta bem, mas dá próxima vez, certifique-se.

-Esta tudo bem mesmo?

-Esta, já disse. - digo ajeitando meu pijama.

-Adorei o pijama. Ursinhos pandas super combinam com você.- debocha.

Reviro os olhos, tenho certeza que foi Sara quem arrumou minhas coisas, e que esse pijama ter vindo no pacote não  foi por pura coincidência.

-Bem... Eu vou voltar lá pra dentro. - digo, recolhendo o copo do chão. - E você  limpa a bagunça!

- Eu vou ficar mais um pouco, perdi o sono... Ah... Nat... Adoraria que você me acompanhasse nesse baile...

- Isso é  um convite? Bom... de qualquer modo, Boa noite.

-Boa noite... isso foi um sim?

(...)

Desço as escadas, sentindo o cheirinho de pão de queijo recém saído do forno. Dona Ana prepara os melhores quitutes do mundo!
O relógio no canto da parede indicava que havia acordado mais cedo do que de costume e que eu e Ana, eramos as única acordadas no momento.

-Desse jeito vou querer morar aqui pra sempre! - brinco, inalando a fragrância.

-E eu adoraria que isso acontecesse. - diz Carinhosa. -Sabe... Você é diferente das meninas que meu filho já me apresentou...

-Diferente como?

-Tem a língua mais solta e não tem vergonha de falar o que pensa, fora essa vida de cão e gato que vocês dois levam.

-Pra mim é normal, não tenho porque esconder o que penso, e acredite, isso me trás traz muitas confusões. Kansas e eu nunca tivemos muita amizade. Se é que posso chamar o que temos de amizade. - digo experimentando um pãozinho. - Ah, e foram muitas? Digo, foram muitas garotas?

-Não muitas... Ele sempre foi romântico demais.

-Romântico?! Senhora Handrick, acho que não estamos falando da mesma pessoa! - digo rindo. - Mas mudando de assunto, porque estou  cansada do tema"Kansas". Como é a cidade?

-Vocês ainda não foram?

-Minha mãe sim, mas eu estava ocupada de mais dormindo...

-Se quiser podemos ir juntas, preciso comprar alguns ingredientes para o almoço, e assim fazemos um mini tur. O que acha?

Agente Morgan 2Onde histórias criam vida. Descubra agora