Capítulo 13

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Confesso que estar no Shopping sem a Sara tornou as coisas muito mais fáceis. Se estivesse com ela meu cartão de crédito já era.
Caminho lentamente com as poucas sacolas de compras que fiz até o carro de Alfie. Peguei emprestado... Ele só não sabe disso ainda.
Após guardar as sacolas assumo o lado do motorista, colocando em seguida, o sinto de seguranca. Ensiro a chave na fenda ao lado do volante e ouço um pequeno barulho despertar do painel, acompanhado de: Bye.
Tento me soltar do cinto mas ele parecia emperrado e não queria de maneira alguma me deixar sair. Retiro uma de minhas facas no suporte da coxa e me livro daquelas amarras, correndo o mais rápido possível até ser jogada em direção a outro carro por uma explosão que tirou a atenção de todos que circulavam por ali.
Tomo forças tentando levantar, mas todos os meus ossos doíam por conta do impacto, e um pequeno filete de sangue escorria pela minha testa molhando minha camiseta. Alguns homens se acercam tentando me ajudar e ainda zonza, me apóio nos braços de um deles.
Nessa altura a cena já juntara muitos curiosos que sussurravam enquanto discutiam sobre o que acabou de acontecer alí. No meio da multidão meus olhos captam a única pessoa mais indesejada naquele momento. A mulher de preto.
Me equilibro em minhas pernas, agora mais firmes. Não posso deixa-la escapar. Não dessa vez.
Espero minha visão voltar ao normal e corro em sua direção. Nos primeiros momentos vejo seu jestos de espanto, mas logo depois ela faz o mesmo, fugindo de mim.
As pessoas gritavam para esperar a ajuda da ambulância que foi chamada, mas o que menos quero agora é parar em um hospital ficando dois dias em observação.
A explosão atrapalhou um pouco meus sentidos, mas a pesar da dor, minhas pernas continuavam rápidas como o vento.
Dobro a esquina desviando de carros que quase me atropelam, tentando não perder de vista a mascarada. Na terceira quadra finalmente a vejo adentrar um beco sem saída, onde entrei com cautela, esperando qualquer ataque repentino.
Como o esperado, sou atingida por uma barra de ferro nas costas, me fazendo urrar de dor. Me viro vendo sua figura me fitando, brincando com o ferro nas mãos.

-O que você quer? - enrolo, tomando tempo para me recuperar.

-A sua morte...

Engulo em seco.

-Não gostaria de ser morta por um fantasma sem identidade... Acho que pelo menos mereço ver seu rosto, não acha?

-Não vou cair nessa garota.

-Não tem certeza que pode me mata?

Ela pareceu concordar, e lentamente foi tirando a máscara, mostrando o rosto mais assustador, e que pela primeira vez me causou medo.

(...)

Entro em casa um pouco fraca por conta da luta. Foi muito difícil escapar, e no processo, perdi muito sangue. Mais difícil ainda foi convencer o porteiro de que estou bem, coisa que claramente ele não acreditou, já que minha situação do momento não é das melhores .
Meu corpo se enfraquece mais ainda, provocando minha queda cerca do sofá.

-Natasha!

Vejo Alfie se aproximar, me carregando as pressas no seu colo até a enfermaria da OSCU. Minha visão estava um pouco turva e meus ouvidos já não funcionavam tão bem a ponto de que me desse ao luxo de ouvir o que eles diziam.
Acordo depois de algumas horas de desmaio, sentindo minha cabeça rodar por conta da claridade.
Tento levantar de vagar,mas paro assim que sinto minhas costelas doerem, repeto o mesmo movimento, mas desta vez com lentidão, e me coloco em pé.
Toco o chão, fazendo algumas notas mentais sobre a minha situação atual.

Ok... Provável costela quebrada... Ferimentos na testa, cabeça doendo assim como todos os ossos do corpo.
É... Os mais espertos diriam que eu renasci... Ou que não estou nos meus melhores dias. Isso existe?

Troco de roupa e saio do quarto silenciosa e muito de vagar para não despertar a dor nos meus ossos. O rosto das pessoas que passavam por mim claramente diziam que eu não estava com uma cara boa.
Entro na sala do meu pai e reviro os olhos ao ver que todos estavam lá. Com certeza vou receber um bom sermão.

-Natasha? O que faz aqui? Está louca? - indaga Jack.

-Epa, uma pergunta de cada vez!- brinco sorrindo , mas paro ao sentir dor.

Ótimo, agora sorrir dói.

-Você deveria estar em observação! O que faz aqui?! - pergunta Luiz.

-Estou ótima ta?!

-Não é o que parece. - diz Diana.

Sento em uma poltrona no canto da sala.

-Deixem ela. se ela diz que está bem, então que fique! - diz Alfie.

-Valeu Alfie.

-É, ela está mal, me chamou de Alfie.

Reviro os olhos.

-Afinal o que aconteceu? - questiona Sara.

-Tentaram me matar.

-Quem? - pergunta espantada.

-A mulher mascarada daquela noite...

-Como? Natasha explica melhor tudo isso!

-Primeiro ela tentou me explodir dentro do carro e depois eu a persegui até um beco, onde levei a maior surra com mais dois convidados atrasados. Foi muita sorte escapar.

-Que carro se você não tem um?! - diz Diogo. - Não me diga que foi o meu?

-Foi o do Kansas... Foi mal... - me desculpo.

-O meu carr...

-Não é hora pra isso! O importante é que você está bem Nat! -diz Sara.

-E você viu o rosto dela?

-Não...



Agente Morgan 2Onde histórias criam vida. Descubra agora