Capítulo 22

2.9K 253 60
                                    

-Tem certeza que ele não virá conferir  se realmente estou morta? - indago.

-Não... Mas acho que ainda temos um tempo...

-Esta bem.

-E como está o... Bem...

-O Luiz?

-Sim...

-Bem, pensando que você está morta... Mas bem...

-Ele...?

-Não, não se casou.

-Por que o chama de Luiz?

-É costume... Descobri a  pouco tempo que ele é meu pai. - digo dando de ombros.

-Como assim? Com quem você viveu?

-Com meus avós.

-Eles estão vivos?! - diz empolgada.

-Vivinhos da Silva.

-Você é tão linda! - ela diz acariciando meu rosto com as duas mãos.

-Agora eu sei pra quem puxei. - brinco.

-Mais metida do que o próprio Diogo! - ouço  voz de Alfie pronúnciar e risada de Felipe no fundo.

-Vocês não tem vergonha de ouvir a conversa alheia?!

-Falou a santa! - diz Sara.

-De que lado você está loira?

-Do lado da verdade.

-Esses são os seu amigos? - indaga minha recem descoberta mãe.

-Sim... São meio piradinhos, mas são gente boa.

-Obrigada! - dizem em uníssono.

-Será que da pra saírem?!

-Ta bom, tchau!

    Guardo o GPS na bota e volto minha atenção à minha mãe.

-Eles são bem engraçados!

-E irritantes! - reviro os olhos.

-Natasha, estamos entrando. - diz Felipe.

        Alguns minutos depois, tiros começam a serem ouvidos em todos os cantos do jardim. E nós duas já sabíamos que era hora de fugir daquele lugar. Somos freadas assim que atravessamos a porta por um homem armado, com  sorriso maldoso que segurava a arma com firmeza.
         Em um salto triplo seguido de chute, Alexia o derruba com perfeição enquanto volta a caminhar.

-Caraca Mãe! Você tem que me ensinar isso! - digo fitando o homem caído ao meu lado.

-Agora não Natasha, temos que ir!

      Atravessamos o jardim em meio ao campo de batalha que se formara ali fora à procura de Alfie, que nos esperava para pronto para partir para um novo destino.  Retiro uma arma do homem mais próximo a mim, provavelmente morto e começo a fazer o mesmo que eles: ajudando meus amigos a saírem vivos daquela guerra que nem sequer lhes pertencia.
     Após todos partirem a salvo para casa, adentro meu carro, guiado por Alfie com rapidez, fugindo das balas que tentavam a todo custo acertar os pneus. A uma certa distância, finalmente respiro aliviada por deixarmos toda aquela confusão para atrás e por somente agora poder me concentrar no que realmente importa. Minha mãe.

-Pra onde estamos indo? - pergunto

-Kansas City. - responde Alfie.

-Kansas City? A fala sério Kansas! Não tenho um pingo de vontade de passar a semana inteira ordenhando vacas! - resmungo.

Agente Morgan 2Onde histórias criam vida. Descubra agora