Cercada por eles (POSTANDO NOVAMENTE POR TEMPO LIMITADO)

Doze

×Samyra×

Todos seguimos a Senhora Ranzinza e entramos numa sala em que continha uma grande mesa cheia de cadeiras em volta.

_Aqui vocês farão suas refeições._Claire dizia ao puxar duas cadeiras._Sentem-se.

Sem desobedecê-la, sentamos. Duas mulheres entram no ambiente servindo-nos.

_Essa é a Mariah._Claire aponta pra uma mulher de mais ou menos 50 anos com o cabelo preso._E essa é a Mariana, sua filha.

Mariana era a cara da mãe. Pareciam bastantes amigáveis.

_Comam!_A ranzinza ordena._Volto depois para buscá-las.

Quando ela sai eu reviro os olhos. Vi que a maioria viu o meu gesto e então fico vermelha.

_Relaxa, lindinha._Felipe sorri pra mim._Ninguém gosta da Claire. Nem Mariah e nem Mariana a suportam.

Olhei para as duas e elas sorriram confirmando. Começamos a comer rapidamente pois eu acho que os vampiros gostam de pontualidade. Nunca comi tão bem quanto hoje. Acho que eu estava parecendo uma esfomeada.

_Vamos escovar os dentes logo, Samyra._Vera me puxa indo novamente ao quarto.

_Calma, Vera!_Exclamo parando no quarto._O que te deu, hein?

_Você viu como o Felipe é gatinho?_Ela cochicha._Achei ele uma perdição.

Revirei os olhos e peguei minha escova indo até o banheiro. Vera sempre foi meio assim, mas eu gosto desse jeito dela. Depois que escovamos os dentes e todos os outros também, Claire aparece.

_Prontos?_Ela pergunta._Vamos!

Saímos da ala dos doadores e entramos na sala principal do Palácio. Vi que todos se organizaram lado a lado. Parecia uma espécie de inspeção.

_Hm..._Ela murmura passando por nós._Estão apresentáveis. Podem ir.

O primeiro que vai na frente é Otávio sendo seguido por todos os outros. Eu e Vera somos as últimas e eu rezo para que meu dono esteja de ótimo humor.

_Bom dia, meus queridos!_Inácio nos saúda.

Vi que cada um se posicionou ao lado dos seus respectivos donos e assim repeti o gesto. Manti meu olhar preso no chão aguardando a hora horrorosa em que levarei uma mordida. Olho em volta e vejo a Liv estendendo o braço na frente do Bryan. Vejo os outros fazendo a mesma coisa e crio coragem para também fazer. Estendo o braço e rapidamente ele crava os dentes fazendo-me sentir uma dor latente e contínua.
Depois de alguns segundos que mais pareciam horas, ele solta meu braço.

Nossa! Se continuar assim eu tenho que mandar preparar meu velório o mais rápido possível...

_Podem recolher-se!_Ouço a voz de Inácio me fazendo recobrar os sentidos.

Olho para todos e meu olhar se fixa em Liv que ainda não foi liberada dos dentes de Bryan. Vejo cada um dos doadores passar por ela lhe lançando um olhar piedoso. Pareciam impotentes e temerosos...
Vera passa na minha frente e quando foi minha vez, ouço Liv sussurrar um pedido de socorro.
Por impulso acabei indo até Bryan e empurrando-o.

_Larga ela!_Berro vendo-o cair da cadeira.

Amparo Liv em meus braços sentindo olhares acusadores sobre mim.

_Eu vou matar você!_Bryan grita vindo numa velocidade impressionante pra cima de mim.

Abraço Liv de olhos fechados esperando uma pancada, mas não recebo nada. Abro os olhos vagarosamente vendo o Albert na minha frente segurando Bryan no ar pelo pescoço.

_Você não vai fazer nada com o que é meu._Ele fala entre os dentes.

_Solte-o, Albert._Soraya intervém.

Vi Albert lançando um olhar mortal para Bryan e soltando-o logo depois. Vejo seu corpo virando-se para me olhar.

_E você, siga-me!_Ele ordena.

_Eu não vou deixar a Liv assim._Falo encarando-o._Vocês não tem vergonha? Como querem que sejamos amigos da sua espécie se nos tratam dessa forma? Olha pra Liv..._Aponto pra ela._Está recheada de mordidas e provavelmente deve estar anêmica.

Viro o olhar para Inácio e vejo o quanto o deixei em saia justa.

_Bom.._Ele limpa a garganta._Irei dar dois dias de repouso para ela. Pedirei para marcar exames e prepararem uma alimentação especial nesses dois dias. Agora deixe-a aí e siga seu dono. Pedirei para Claire levá-la.

Olhei pra Liv que lutava para ficar de olhos abertos e ouvi ela sussurrar algo.

_Obrigada. Pode ir, Samy.

Afirmei com a cabeça e ajeitei-a no chão. Vi Albert seguindo para seu quarto e comecei a segui-lo. Senti o olhar mortal de Bryan sobre mim antes de sumir no corredor. A porta do quarto de Albert já estava aberta e tremi um pouco antes de entrar. O barulho da minha sandália estava tão audível que me assustei. Fiquei de pé vendo Albert encarar a janela. Ele parecia tenso.

_O que deu em você pra agir daquela forma?_Ele pergunta ainda de costas.

_Lembro de você dizer que não é muito fã de falar._Respondo com desdém._Já mudou de ideia?

De repente, num piscar de olhos, ele está na minha frente quase que encostando o nariz no meu e segurando com a mão direita o meu pescoço.

_Você. Me. Tira. Do. Sério._Ele fala pausadamente._Você não tem medo de morrer, menina?

Ele me empurra permitindo-me respirar melhor. Coloco as duas mãos no pescoço massageando. Já entendi que ele só abre diálogo quando está irritado. Eu tenho que me aproximar dele de alguma forma. Minha missão aqui é obter informações, mas preservando meu bem estar físico.

_Eu não poderia deixar ele continuar sugando a Liv._Digo até um pouco exaltada._Eu não tenho sangue de barata, Senhor.

_Vai ter que aprender a ter._Ele me encara._Você pertence à mim e eu assinei um termo prometendo zelar pela sua vida. Não incite a ira de outros vampiros pois eu não estarei te protegendo o tempo todo. Entendeu, Samyra?

Afirmo com a cabeça me sentindo até um pouco vitoriosa por fazê-lo falar mais um pouco.

_A Liv é problema do Bryan. Não é seu._Ele volta a ficar de costas pra mim._Pode sair.

Saio do quarto o mais rápido que posso e corro em direção a ala dos doadores.

Preciso saber da Liv.

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