×Alícia(Bônus)×
Tudo está destruído. Não se vê mais decoração alguma nessa casa. Eles nos atacaram com diversas armas principalmente com o Laser Shulman. Perdemos os transformados, a Dominique, o Felipe e a Liv. Estou arrasada, cansada. Não tenho mais força pra lutar. Estamos sem contato com meu tio Inácio e o Albert. Tudo só piora. Graças a Deus eles pararam de atacar. Sempre cessam quando anoitece.
_E agora, Alícia?_Sabrinne sussurra cuidando dos ferimentos da sua doadora._Vamos morrer assim?
_Eu não sei._As lágrimas começam a descer._Estamos cansados, feridos. Sem contato com o Albert e sozinhos. Não conseguiremos vencê-los.
_A Bruna, o Bryan, a mamãe, os pais da Samyra e alguns doadores simplesmente apagaram. Estamos exaustos. Acordados só tem eu, você, tio Saulo e a Nina. É o fim...
Olho pra minha perna machucada e vejo que estou perdendo muito sangue. Por estar fraca e sem comer, não estou me curando rapidamente. Sabrinne já não tem mais força pra fazer feitiço. Nina está vigiando os resistentes que nos atacam, mas está no seu limite também. Ela aguentou firme sem dormir por muito tempo. Meu pai resolveu assumir seu luto na hora errada. Estou muito triste com todas essas perdas, mas não posso me dar o direito de sofrer agora. Não quando tenho que lutar pra manter a minha família viva. Ou os poucos que sobraram dela.
_Em pensar que tudo isso é culpa da Samyra..._Sabrinne pragueja em voz alta._Ela se aliou aos resistentes. Sua intenção desde o início era nos matar. Ou estou mentindo?
_Não, você não está mentindo. Mas a Samyra é tão vítima quanto nós da maldade dos resistentes._Dou uma pausa pra respirar melhor._Ela foi iludida, usaram-na para invocar Salim. Samyra foi só um objeto nas mãos dos resistentes. Quando ela não servir mais, aí você já sabe..._Pauso novamente pra tossir._E todos nós também fomos vítimas, Sabrinne. Nossa família mais do que todas serviram fielmente ao Héctor na sua busca de dominação do mundo. Fomos cegos... Burros...
_Eu me excluí disso tudo, Alícia._Sabrinne berra._Recebi o desprezo do meu pai por querer me afastar disso tudo. Levei um tapa no rosto da minha mãe por não querer isso tudo. Eu... Eu só queria ser feliz com... Com...
Fomos interrompidas por Nina totalmente ofegante. Ela estava bastante machucada, mas firme.
_Nenhum sinal deles._Ela sussurra._Eu não aguento mais.
Ela tomba e desmaia sendo segurada por mim. Coloco-a do lado da Fabricia. Agora temos menos um pra nos ajudar. Estamos perdidos.
_Eu vigio essa noite._A voz do meu pai assusta-nos._Descansem e não me contestem.
Com lágrimas nos olhos apenas assenti. Encosto a cabeça no chão frio da sala e vejo Sabrinne fazer o mesmo. Logo adormeci.
...
Acordo rapidamente ficando em posição de defesa contra o que estiver ao meu redor. Olho pro chão vendo Sabrinne, Fabricia e Nina ainda desacordadas. Vou mancando até a janela e nenhum sinal de ataque. Estranho. A essa hora eles já teriam gasto muita munição nos atacando. Escuto passos vindo em minha direção e fico em alerta. Suavizo minha expressão ao ver meu tio Inácio. Chego até perto dele e o abraço deixando minhas lágrimas presas escaparem.
_Pensei que estávamos sozinhos..._Minha voz já estava embargada._Cadê o Albert? E a Samyra?
_Calma, Alícia. Por enquanto que cuidamos de todos feridos, eu vou contando tudo que está acontecendo. Venha!
Ajudei eles a carregarem os outros feridos que eu tratei de esconder e os deitamos na sala. Ele começa a contar uma história muito bizarra sobre o Albert e sua origem. Eu e meu pai ficamos espantados a cada nova frase dita pelo meu tio. Era tudo muito novo, muito esquisito. Eu não conseguia acreditar.
_Então o Albert está correndo perigo?_Digo aflita.
_Acabo de descobri que o Albert não é meu filho e você quer saber se ele está correndo perigo?_Meu pai grita afastando-se._Eu não posso acreditar que criei um garoto que não tem meu sangue nas veias. Criei o filho do nosso mestre e se o tolo do Albert tentar matá-lo ele virá atrás de nós. Você entende a gravidade disso?
_Para, pai!_Grito._Você tem noção do que está falando? Você está pensando em si próprio quando a vida do seu filho está em jogo? Ele é SEU filho, SEU! Você o criou, você o educou, você o protegeu... Vai abrir mão do seu filho agora?
O silêncio pairou no ar e parecia que ninguém tinha forças de falar. Ou que cada um ali perdeu a fala.
_Sinto muito, Alícia. Esse problema não é meu.
Ele vai embora nos deixando sozinhos. Olho pro meu tio e ele balança a cabeça em negação.
_Somos só eu e você, tio. Eu não abandonarei o Albert._Digo entre os dentes._Nunca!
A estranha trégua dos resistentes nos deu a vantagem de poder comer. Juntei o que consegui na cozinha e meu tio foi atrás de sangue. Comi desesperadamente praguejando cada um dos resistentes que nos deixaram assim. Eu estava em ódio puro. Tio Inácio volta rapidamente trazendo nas mãos o corpo de alguém que ele encontrou. Ele ainda estava vivo. Mordi o pescoço do homem com desejo e suguei até me sentir renovada outra vez. Mordi o pulso dele e deixei pingar na boca de cada vampiro desacordado. Os humanos vão ter que esperar. De acordo com que iam se curando, iam acordando. Sabrinne abraçou sua mãe e seu tio Bryan aos prantos. Bruna fez o mesmo comigo. Lutou bravamente, mas foi nocauteada por um chicote que quase a cortou no meio.
Pedi pra cada um vampiro ali se alimentar do corpo que tio Inácio trouxe e depois sarar os humanos adormecidos._Agora com todos acordados, vamos dar um enterro decente aos que morreram lutando pra proteger-nos.
Eu devia isso a eles. Aos transformados, a Dominique, a Liv e ao Felipe. Sem contar que ainda tinha as cozinheiras da ala dos doadores. Todos se foram nessa guerra estúpida por poder, por controle. Mas vão pagar caro. Disso eu tenho certeza.
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Cercada por eles (POSTANDO NOVAMENTE POR TEMPO LIMITADO)
VampireESSE LIVRO ENCONTRA-SE COMPLETO NO APP BUENOVELA ❤ A cidade de Neshville foi tomada pelos vampiros. Eles tem a ambição de ter o mundo em seu poder. Vendo a situação atual dos seus pais, Samyra toma a decisão de se tornar doadora sanguínea. Não sabe...