Cinquenta e três

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×Samyra×

Eu fiquei tensa, pensativa. Isso estava estampado na minha face. Fomos pro jantar e sei que o Albert percebeu algo estranho em mim. Ele é bom em decifrar-me. Fiquei pela frente do Palácio esperando alguns minutos se passarem para que enfim eu pudesse dirigir-me até seu quarto. Um tempo depois, entro novamente no Palácio. Ao subir a escada, dou de cara com a Bruna.

_Onde vai, doadora?_Ela pergunta curiosa.

_Estou indo até o quarto do Sr. Albert a pedido dele._Respondo passando por ela.

Bato na porta do quarto dele e logo ele abre. Entro rapidamente para não ser vista por mais ninguém.
Justifico minha demora a ele no momento que vou entrando.
Ele fecha a porta, aproxima-se de mim e me beija. Logo me solta.

_Você precisa dizer o que quer que eu prometa. Não sei se no próximo beijo eu me controlo._Ele puxa-me pra cama._Diz, Samyra

Fico tentando buscar algo bom para dizer-lhe, mas parece que as palavras não querem ser pronunciadas pela minha boca.

_Seus olhos estão com um tom azulado._Tremo ao ouvir isso dele._E seus olhos são meio dourados. Por que eles estão assim?

_Não sei._Suspiro._Albert, eu quero que você me prometa que se em algum momento eu ficar esquisita ou algo me acontecer, você vai até meu quarto e vai procurar uma carta embaixo do meu colchão.

_Por que isso tudo, Samyra? O que você está me escondendo?_Seu tom muda rapidamente.

_Albert, eu não irei te contar nada agora porque eu não sei o que vai acontecer ao certo. Mas eu quero que me prometa isso.

Ele se afasta de mim levantando-se totalmente pensativo. Ele deve estar pensando que sou uma traidora, mas eu não sou.
Abraço ele por trás na intenção de fazê-lo sentir que não estou traindo-o em hipótese nenhuma.

_Por favor, confia em mim._Sussurro._Me prometa. Por favor, me prometa.

Ele vira-se rapidamente e segura no meu braço com bastante força. Tive medo dele me bater, sei lá. Ou até mesmo me expulsar de sua vida.

_Espero que você não seja uma traidora porque eu não vou saber te perdoar._Seu tom de voz é duvidoso._Eu te amo demais pra ter que te matar.

Ele puxa meu corpo para junto dele e me abraça. Começo a chorar do nada por tudo que está acontecendo. Ah, se eu soubesse que tudo isso resultaria nessa desgraça eu jamais teria me metido nisso...
Eu o amo e sei que quando ele ler aquela carta, ele irá me entender. Só não fui corajosa o suficiente para contá-lo pessoalmente. Ele tem que perdoar essa minha fraqueza.

_Samyra, olha pra mim._Ele pede e eu faço._Eu amo você, mas isso que estamos tendo não pode ser uma coisa real, entende?

_Como assim?_Pergunto afastando-me.

_Minha sociedade não permite que tenhamos qualquer tipo de relacionamento amoroso com humanos._Sua voz é baixa._Não podemos nunca assumirmos nada. Isso tudo será sempre às escondidas.

_Espera aí, deixa eu ver se entendi._Sorrio forçadamente assimilando o que ouvi._Você diz que me ama, faz amor comigo e depois vem me dizer que nunca vai assumir nada comigo por ser cachorrinho de vampiros sem noção?_Pergunto sentindo a raiva me consumir._Então você está só se divertindo com a idiota aqui? É só prazer, Albert? É isso?

Afasto-me, mas ele me segura pelos meus dois braços me fazendo parar.

_Você está me ouvindo?_Ele me chacoalha lentamente._Eu amo você, sua porra! Só que a minha sociedade não permite que tenhamos relacionamentos com humanos. Não vai existir essas coisas de namoro, casamento ou sei lá o quê entre a gente.

_E eu não vou ser distração pra você._Me solto do seu aperto._Posso até ter transado uma vez com você sem nenhum compromisso, mas continuar fazendo isso até você enjoar de mim é demais. É demais pra mim, Albert! Se você quiser algo comigo vai ter que deixar de ser baba-ovo de vampiro ancião. Ou não tem acordo, Albert. E a história da carta está de pé. Aguardo sua resposta.

Abro a porta e saio fumegando. Chego no quarto e uns poucos doadores estão lá. Vera está brincando de boneca com Emilly em cima da sua cama. Volto lá pra fora e tento me acalmar respirando fundo.
Olho pro céu e continuo respirando fundo. De repente percebo que estou esquentando muito. Tento mover-me, mas não consigo. Ouço uma voz dentro da minha cabeça dizendo que é chegado a hora. Uma ventania envolve meu corpo e minhas mãos erguem-se aos céus.

_Desperctus! Desperctus!

Começo a falar algo em uma outra língua contra a minha vontade. Alguns flashbacks rápidos demais passam na minha cabeça e enfim começo a sentir as pálpebras dos meus olhos pesarem. É o fim pra mim e o recomeço para Salim. Apaguei.

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Salim vem aí...😣

Cercada por eles (POSTANDO NOVAMENTE POR TEMPO LIMITADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora