Sessenta e oito

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×Albert×

Héctor liberou três homens pra me acompanhar. Dentro do carro fico analisando cada um dos que estão comigo. Parecem realmente cães preparados pra atacar a qualquer momento. Controlados, obcecados pelo seu mestre. Eu preciso dar um jeito de libertar a Yanka sem que eles vejam.
Paramos duas ruas antes do local indicado pela Salim. Ficamos observando o movimento por duas horas seguidas. De fato tem gente ali dentro. Dois deles preferiram ir pelos fundos assim impediriam eles de fugirem. Eu e mais outro fomos nos aproximando vagarosamente. Ele entra primeiro e assim começam a atacá-lo. Ele era a distração perfeita. Entro silenciosamente e me escondo numa pilastra. Lembro da Salim dizendo que eu posso fazer muito mais do que imagino. Eu tenho muito mais poder do que penso. Fecho os olhos e tento sentir poder ou algo do tipo que me leve até a Yanka. No momento que abro os olhos por já ter encontrado-a, recebo um golpe no rosto de surpresa. Senti que meu nariz quebrou, mas logo começou a se regenerar lentamente. Droga! A falta de sangue vai me prejudicar muito. Vejo que quem me acertou foi um humano, provavelmente um resistente. Perfeito! Esperei ele se aproximar bastante ao ponto de pensar que iria me atingir em cheio. Num golpe rápido o suspendo com minha mão em seu pescoço.

_Espero sinceramente que seu gosto seja bom.

Deixei minhas presas aparecerem e mordi seu pescoço com sede. Suguei até não poder mais. Solto seu corpo sem vida no chão e passo o braço nos lábios enxugando-os.
Lembrei da Yanka e corri em direção de onde senti a sua presença. Escutei uma grande explosão e corri mais rápido. Provavelmente um dos vampiros ateou fogo na casa. Desci umas escadas e dei de frente a um grande portão de ferro. Coloquei a mão direita no portão e fechei os olhos para me concentrar. Rapidamente o portão vira pó me assustando.

_Nossa, preciso me conhecer mais.

Vejo Yanka presa pelos pés e pelas mãos na parede. Rompo as correntes que lhe prendem e ela cai sobre mim. Coloco-a em meus braços e saio dali na minha velocidade vampírica. Eu deveria ficar pra saber se a Claire foi eliminada, mas meus planos foram interrompidos. Eu pensava que iria encontrar a Yanka acordada.
Me afasto o suficiente pra me sentir seguro e coloco a Yanka deitada sobre a grama.

_Ei, vamos lá. Acorde!_Chacoalho ela levemente.

Nada adianta. Se eu faço uma porta se reduzir a pó, posso fazer esse espírito acordar. Coloco minhas mãos no coração dela e penso positivo. Penso que com esse gesto posso fazê-la tornar a si. E isso acontece. Ela acorda lentamente e tosse baixinho.

_Cadê a Salim?_Ela tosse outra vez._Não me diga que...

_Ei, calma!_Faço ela deitar novamente._Você está fraca e precisa se forticar. O que te fortalece?

Ela abre os braços fazendo com que suas mãos toquem a grama. Seu corpo é tomado por uma luz verde incandescente. Seu rosto foi tomando cor e seus ferimentos foram sarando. Minutos depois ela abre os olhos e levanta-se.

_Obrigada, Albert._Ela sorri._Eu te devo a minha vida. Ela iria drenar meus poderes pra matar Salim depois que ela matasse o Héctor. Onde ela está?

_Ela está bem, não se preocupe._Olho em volta._Não tenho muito tempo. Você precisa se infiltrar no castelo do Héctor e convencer a Salim a correr com sua vingança. A Samyra está grávida e não pode ficar com dois seres dentro dela.

_Agora eu consigo ver..._Ela se aproxima._Você é o fi...

_Sim, sim. Sou filho dela. Mas isso não me importa, Yanka. Você me deve um favor. Convença Salim a sair do corpo da Samyra ou a correr com essa vingança. Ela parece descontrolada. Conto com você. Apareça no castelo rapidamente. Tenho que ir.

Ela assente e assim saio dali o mais rápido possível. Eu tenho que acreditar que a Yanka vai conseguir convencer Salim a desistir ou adiantar esse plano. Paro perto de uma árvore a caminho do castelo e pego o celular. Disco o número de Alícia e cai na caixa postal. Tento outras vezes e nada. Guardo o celular e sigo pro castelo. Isso está estranho. Ao chegar na frente do castelo, vejo os três vampiros que me acompanharam.

_Onde você estava?_Um deles toma a frente.

_Matando alguns resistentes que estavam escondidos no porão._Minto._Acabaram com todos?

_Menos com uma. Claire. Ela negociou com a gente prometendo cooperar. O mestre aceitou e te espera lá dentro.

Engulo seco e assinto. Ela vai contar sobre tudo. Estou perdido. Enquanto caminho até onde o Héctor me aguarda, tento pensar numa solução, mas não consigo. Se ela realmente abrir a boca, o que acho que ela vai fazer mesmo, eu estou morto. Eu e todos que amo. Com o Héctor sempre foi assim: Se um erra, todos da família paga.

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Cercada por eles (POSTANDO NOVAMENTE POR TEMPO LIMITADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora