Cinquenta e nove

19.7K 2K 230
                                    

×Albert×

Me vesti e saí em direção a ala dos doadores. Precisava da ajuda de Emilly, ou sei lá qual seja seu nome. Encontro-a na frente do grande portão como se me esperasse.

_Podemos ir vê-la agora._Ela diz assim que chego perto.

Apenas assinto e ela me segue entrando no carro. Logo estávamos saindo do Palácio.

_O que você é de fato?_Pergunto curioso.

_Um espírito protetor disfarçado de criança._Ela fala sem tirar os olhos do caminho._Pode me chamar de Yanka.

_Hm... Yanka. Gostava mais de Emilly._Opino._Por que não usa sua forma normal?

_Pra não levantar suspeitas._Ela diz meio óbvio._Agora coloca esse carro pra correr. Preciso saber se Salim está bem.

_E a Samyra também.

Dirijo o mais rápido que posso cometendo algumas infrações. Mas quem poderia multar um vampiro numa cidade dominada por eles?
Chegamos rapidamente ao hospital e entramos depressa no mesmo. Encontramos uma recepcionista entretida ao telefone. Vi que ela iria demorar a encerrar a chamada então tirei o aparelho do seu ouvido.

_Preciso de informações sobre Samyra Andrade._Digo ao vê-la espantar-se com meu ato._Ande, seja rápida.

Ela assente e dá um telefonema. Ela apenas diz que tem um homem atrás da paciente Samyra e que está acompanhado. Desliga o telefone e olha pra Yanka.

_Você, senta ali._Ela aponta pra uma cadeira._E você, pode ir falar com o médico que cuida da paciente Samyra.

_Fica aqui._Digo olhando pra Yanka._Volto com informações sobre a Samyra e sua amiga.

Yanka assente e eu caminho por um longo corredor já conhecido por mim. Encontro um homem já velho caminhando em minha direção com um estetoscópio no pescoço.

_Com licença._O abordo com sutileza._O senhor é o médico da Samyra Andrade?

_Ah, a mocinha da meningite... Ela está isolada, meu rapaz. Assim que ela puder receber visita, iremos avisar aos familiares.

Ele passa por mim indo embora. Tenho uma ideia! Volto para onde deixei Yanka me esperando, mas não a encontro.

_Onde está aquela garotinha?_Pergunto a recepcionista._Você quer largar a droga desse telefone e me responder?

_Ela saiu, Senhor._A voz dela é trêmula, nervosa._Não a vi mais.

_Droga!

Eles a pegaram! Tenho que dar continuidade ao meu plano. Provavelmente Yanka está bem.
Saio tranquilamente do hospital e entro no meu carro. Sigo aparentemente o caminho de volta, mas estou apenas indo em direção a rua por trás do hospital. Fico dentro do carro por quase duas horas esperando alguém sair. Enfim um enfermeiro sai para atender um telefonema. Saio do carro e na minha velocidade vampírica quebro o pescoço dele. Tiro suas roupas e coloco-as em mim. Descarto seu corpo numa grande caçamba de lixo. Ajeito o crachá e entro cuidadosamente pelas portas do fundo.
Uma mulher passou por mim e eu ajeitei melhor a minha máscara.

_Ei Rodolfo, sua prima melhorou?_Ela me aborda.

_ Ah, sim. Está ótima. Nem parece que adoeceu._Respondo tentando ser convincente.

_Mas ela não tinha quebrado a perna?

_Perna? Ah, mas é que depois ela adoeceu. Agora já está bem.

Ela assente meio duvidosa e me entrega um prontuário. Leio o nome de alguns pacientes que o Rodolfo está incumbido de visitar e o terceiro nome é o da Samyra. Pulo todos os pacientes anteriores e vou direto para o lugar onde a Samyra provavelmente está. Passo por uns médicos, mas eles apenas me cumprimentam. Olho na porta a numeração e confirmo se é esse mesmo. Abro a porta vagarosamente e o barulho dela rangendo fez meu coração doer. Se ela realmente estiver entre a vida e a morte eu não saberei como reagir. Fechei a porta atrás de mim e caminhei até perto da cama. Tirei o lençol que cobria o rosto dela e quase que pulo de susto.

_Não é a Samyra!_Suspiro feliz._Meu Deus... Não é a Samyra!

Cubro seu rosto novamente e saio daquele quarto o mais rápido possível. Ao sair do hospital, retiro a máscara e suspiro aliviado.

_Agora só falta saber onde ela está._Sussurro dentro do carro.

Sigo de volta ao Palácio pois eu precisava de uma nova aliada. No caso, Vera. Pouco tempo depois, estaciono o carro na frente do Palácio. Desço rapidamente e subo diretamente pro meu quarto ignorando quem quer que me chamou.
Fecho a porta, retiro a roupa e tomo um bom banho. Aquele cheiro maldito de hospital impregna no corpo facilmente. Já passava da hora do almoço e o clima estava esquisito. Desço em busca de Alícia, mas encontro meu pai, Dominique e Sabrinne conversando.

_Albert, não quer se juntar a nós?_Meu pai ergue um copo com algum tipo de bebida em minha direção._A conversa está agradabilíssima.

_Não, obrigado._Rejeito._Preciso resolver umas coisas.

_Desde quando algo é mais importante que sua família?

_Desde que você colocou outra no lugar da mamãe com poucos dias dela falecida._Respondo ríspido._Não fale de prioridades familiares quando nem você nos coloca em primeiro lugar. Com licença.

Saio daquele lugar indo novamente para a ala dos doadores. Entro no quarto sem bater e os olhares curiosos caem em cima de mim.

_Albert!_Vera corre em minha direção com olhos inchados._Diga-me que ela está bem. Por favor, diga-me.

_Eu preciso conversar com você à sós.

_E cadê a Emilly?_Ela olha em volta.

_Diz respeito a ela também.

Saímos daquele lugar e nos direcionamos para o jardim. Contei resumidamente tudo que aconteceu e Vera parece não acreditar em certas partes. Seus olhos estão inchados demais e ela parece não ter dormido. Entendi a ligação forte das duas. São realmente amigas ao extremo.

_E onde poderemos encontrá-la?_Vera pergunta aflita.

_Querem usar Salim para uma vingança. Vingança essa que é contra o Héctor. Onde mais elas iriam com a Samyra?_Olho pro rosto dela.

_Pra onde o Héctor mora.

_Prepara suas coisas. Vamos à Romênia ainda hoje.

--------------------------∆------------------------

Cercada por eles (POSTANDO NOVAMENTE POR TEMPO LIMITADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora