Vinte e cinco

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×Albert×

(Visão do Albert sobre um acontecimento já narrado)

Ao invés de ser a minha doadora, quem estava à minha porta era Sabrinne.

_Estava esperando outra pessoa?_Ela pergunta olhando em meus olhos.

_Sim, minha doadora._Digo o óbvio._A mesma coisa que você deveria estar fazendo em SEU quarto.

_Precisei vim aqui pra falar algo._Ela caminha em minha direção.

_Então fale._Cruzo os braços.

_Falar não, fazer.

Após dizer isso, ela se lança em meus braços e me beija com urgência. Descruzo meus braços e seguro em sua cintura para empurrá-la, mas ela me solta. Instantaneamente ela sai correndo do quarto passando pela Samyra que estava na porta vendo tudo isso.

Droga!

Olho para o rosto dela e ela me observa com calma.

_Samyra..._Sussurro pasmo com sua presença.

_Vim alimentá-lo._Ela estende o braço da porta mesmo de um jeito rude.

_Entre.

Ela entra ligeiro e novamente estende o braço como se estivesse impaciente.

_Não pense que beijei a Sab...

_Não importa, Senhor._Ela me interrompe imediatamente._Estou aqui apenas para servir de alimento.

Bufo frustrado passando as mãos por entre os cabelos.

Ela poderia pelo menos me ouvir ? Mas por que EU estou querendo dar explicações?

Depois de um tempo em silêncio, resolvo falar.

_Antes que eu te morda, você já tem sua resposta sobre a proposta que te fiz?_Me ponho na sua frente de braços cruzados.

_Eu aceito. Estou precisando de dinheiro mesmo e isso vai ajudar._Ela ainda parece impaciente._Amanhã é o dia que estarei de folga. Como ficará o pagamento?

_Logo pela manhã passe no escritório do meu tio e ele te pagará._Fico olhando-a intensamente tentando saber o por quê desse seu jeito._Vai visitar seus pais?

_Sim._Fala com desdém._Agora por favor, trate de me morder logo, Senhor.

Chego perto dela e levanto seu queixo para olhá-la em seus olhos. Vi que ela fechou os olhos por breves segundos e aquilo me deixou louco. Aproximo minha boca da sua sentindo sua respiração cada vez mais perto. Antes que eu encostasse na sua boca, ela afasta-se bruscamente.

_Estou aqui para te alimentar e não para servir de distração ou diversão para o Senhor._Ela encara-me com firmeza._Não faça mais isso. Por favor, não faça!

Viro-me e caminho até a janela observando a noite lá fora.

Por que será que ela rejeitou meu beijo? Será que ela não sente essa mesma vontade que eu?

Volto a olhá-la e vejo-a encarando o chão. Parece que está perdida em pensamentos e eu acho fascinante a forma como ela está mergulhada no seu próprio consciente. Ela está vestida com uma blusa que deixa seus ombros à mostra e uma saia apertada ao seu corpo totalmente curvilíneo.

Que mulher pra me tirar do sério!

Ela levanta seus olhos e me vê observando-a com tanto interesse. Suas bochechas se tornam avermelhadas e eu presumo que esteja envergonhada por conta do meu jeito de admirá-la.

_Samyra, eu não estou fazendo de você a minha distração e nem minha diversão._Caminho em sua direção._Eu nunca senti esse desejo desenfreado de te beijar por ninguém. Só por você agora.

Ela parece que se impressionou com as minhas palavras, mas eu estou apenas tentando dizer tudo que sinto. Olho em seus olhos para que ela sinta firmeza no que falo.

_O que você viu a pouco foi uma atitude inesperada de uma garota apaixonada por mim e que não é correspondida._Seguro em sua cintura._A única coisa que eu quero agora é te beijar. Então por favor, não negue.

Olho sua boca por poucos segundos antes de encostar meus lábios nos dela. Levo uma das minhas mãos até seu rosto para aprofundar mais o beijo. O desejo de beijá-la é tão grande que a voracidade com que eu beijo-a é nítida. Sinto seus braços rodeando meu pescoço e fico feliz por ela estar correspondendo tão bem nosso beijo.
Deito-a vagarosamente na cama e começo a distribuir beijos pela extensão do seu pescoço. Sei o quanto isso é fascinante e muito excitante. Coloco minhas presas para fora e arranho levemente seu pescoço como forma de deixá-la atenta para minha mordida. Não espero mais nada e cravo meus dentes em seu pescoço. Sugo de forma leve pois assim ela sentirá mais prazer do que dor na mordida. Volto a beijar a sua boca com o gosto do seu sangue. Deslizo minha mão até sua coxa e toco na barra da sua saia. Quando eu iria subir um pouco aquele pano, alguém bate na porta.
Ela levanta num sobressalto e começa a arrumar seu cabelo rapidamente. Sorrio de lado vendo o jeito agitado dela ao se ajeitar. Logo caminho até a porta abrindo-a.

_Desculpa se atrapalhei, mas vim trazer a Emi._Alícia entra com a garotinha nos braços adormecida.

Ela deita a menininha na minha cama e cobre-a com o meu lençol.

_Bom, até amanhã. Boa noite.

Ela cumprimenta e vai embora. Vejo Samyra olhando pra Emilly que dorme tranquilamente e sorri. Emilly é realmente uma criança adorável e de um jeito cativante.

_Amanhã quando eu voltar da casa dos meus pais eu pego ela pra ficar comigo._Diz ela alisando os cabelos da garotinha._Pode ser, Senhor?

_Pode. E pare de me chamar assim._Ela olha pra mim assim que digo isso._Me chame de você, de Albert ou de amor. Você que sabe.

Vejo-a sorrir e que sorriso lindo! Acho que ela não acreditou quando falei isso.

_Bom, eu já vou indo._Levanta-se da cama._Até amanha, Albert.

Puxo seu queixo na intenção de dar-lhe um simples beijo, mas ela desvia. Abre a porta e sai.
Sei que tudo pra ela deve estar confuso assim como pra mim também está. Não é fácil pra mim admitir que estou gamado no beijo de uma simples humana. Estou indo contra as leis vampíricas da minha sociedade que é muito clara sobre envolvimentos de vampiros com humanos. Mas o desejo de beijá-la e tocá-la chega a ser perturbador.
Eu não sei que droga está acontecendo comigo, mas é muito bom. É extremamente bom se sentir atraído verdadeiramente por alguém. Algo novo pra mim.

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Cercada por eles (POSTANDO NOVAMENTE POR TEMPO LIMITADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora