Cercada por eles (POSTANDO NOVAMENTE POR TEMPO LIMITADO)

Dezesseis

×Albert×

O que deu em mim? Que merda eu fiz? O que está acontecendo comigo?

Depois que Samyra se retirou do meu quarto após eu ter beijado-a, joguei um jarro que enfeitava a mesa na parede.
Nunca fui de dar ataques de raiva, mas hoje é uma excessão.

Como eu, Albert Mansonni, pude beijar uma humana?
Droga! Mil vezes droga...

Me jogo na cama praguejando minha atitude em alto e bom tom. Agi como um rapaz apaixonado e inconsequente fazendo tal coisa.
Mas algo está muito nítido, essa garota não é normal...
Algo ela tem e eu vou descobrir!
Tomo um banho e fico vagando no quarto.

Preciso ocupar minha mente com alguma coisa.

Abro a porta e vou até o quarto da Alícia. Bato umas quatro vezes antes dela abrir com uma cara péssima.

_Você e essa sua mania de bater na minha porta o tempo todo..._Ela bufa._Entra logo!

Passo por ela observando o estado do seu quarto e parecia que uma tempestade tinha passado por ali.

_Fiquei inquieto no quarto e vim saber se você estava bem._Tiro o olhar da bagunça e pouso nela._Mas vi que você também está inquieta hoje.

_Essa minha doadora não é normal..._Ela arruma os cabelos parecendo preocupada com algo._Você descobriu algo sobre a sua?

_Nada de importante._Digo sentando-me._Aconteceu alguma coisa com vocês aqui? Ela fez ou te disse algo?

Alícia tem os olhos presos no chão parecendo ter uma espécie de flashback. Fico esperando ela ficar a vontade pra falar.

_Não sei, Albert..._Ela suspira._Pareço estar sentindo algo pela Vera... Sei lá.

Arregalo os olhos pelas palavras que acabei de ouvir. De certo que nunca vi Alícia falando em namorados ou qualquer assunto sobre homens comigo, mas entendi que sou seu irmão e isso não é um assunto normal para se conversar comigo. Mas que ela não gosta deles é outra coisa...

_Você acha que estar se apaix...

_Não!_Ela berra de olhos bem abertos._Albert! Não e não. Em hipótese nenhuma... Não, entendeu?

_Hum._Falo vendo seu espanto._Não podemos nos relacionar com humanos, você sabe não é?

_Albert!_Ela berra outra vez._Você está me tratando como uma boba. Eu apenas disse que é algo que sinto por ela. Deve ser carinho ou até um sentimento de amizade. Você sabe que sempre fui muito sozinha.

Ficamos conversando por alguns minutos e resolvemos que iríamos tentar ocupar nossa mente o mais rápido possível. Essa inércia estava nos fazendo mal. Não contei nada sobre o beijo com Samyra, mas sei que Alícia me conhece bem o suficiente pra presumir que algo estava errado comigo também.
Fomos em busca do nosso tio afim de saber novos ataques da Resistência. Queríamos conhecer melhor os ataques registrados aqui em Nesh.

_Com licença, tio._Alícia abre a porta na frente._Viemos falar com o senhor.

_Oh..._Ele diz surpreso._Entrem! Podem entrar.

Entramos e sentamos à sua frente. Ele parecia analisar alguns papéis de importância em cima de sua mesinha.

_Queríamos saber se houve algum ataque da Resistência nesses dias que chegamos aqui._Falo tomando a frente._E se não houve, queríamos autorização para rondarmos o lugar do último ataque.

_Ah meus queridos, eu acabei de receber um ofício informando-me sobre um ataque hoje à tarde numa central mais ao norte da cidade._Ele espalha na mesa alguns papéis para olharmos._Se quiserem podem ir amanhã pela manhã ao lugar. Deve haver alguns homens nossos lá...

_Isso está ótimo para nós!_Alícia sorri satisfeita._Chega de descanso! Iremos logo cedo amanhã.

_Tudo certo. Avisarei aos homens que estão lá da ida de vocês._Inácio pega o telefone._Qualquer coisa vocês liguem para cá.

Afirmamos com a cabeça e saímos do seu escritório. Despedi-me de Alícia e ela entrou em seu quarto. Vou em direção ao meu, mas sou interrompido por um corpo estendido no chão. Vou até perto e vejo que é Sabrinne. Pego-a nos braços e levo-a até seu quarto. Abro a porta com o pé e entro deitando-a na sua cama. Logo ela começa a abrir os olhos lentamente e parece confusa.

_O que você faz aqui?_Ela senta-se puxando o lençol para seu corpo.

_Te encontrei caída no corredor._Digo sem emoção._Se prefirir, da próxima vez eu te deixo lá.

_Não, desculpe._Ela toca na minha mão._Obrigada. Ando tomando umas coisas que não estão me fazendo bem... Mesmo assim, muito obrigada.

_Espero que você não esteja tomando aquelas suas porções loucas que você tira do livro das bruxas._Falo levantando-me e seguindo até a porta._Boa noite.

Saio do quarto dela e sigo até o meu. Sabrinne parece uma criança que temos que ficar de olho se não faz qualquer estripulia errada e acaba se matando. Lembro-me quando ela achou esse livro de bruxa e ficou curiosa para aprender o que tinha escrito. Inácio insistiu para que ela jogasse isso fora, mas ela não obedeceu. Nunca ousamos mexer com coisas das bruxas. Elas tem poder para fazer esses feitiços. Sabrinne tem é loucura e curiosidade pra tentar.

Mulheres...

Separo minha roupa especial para amanhã e deito-me logo depois. O dia hoje foi cheio.

Preciso fazer algumas anotações mentais:
1- Ficar de olho no Bryan. Daquele ali nunca se espera algo bom.
2- Ocupar muito a mente. Preciso trabalhar bastante pra não pensar no que não deve.
3- Resolver os problemas com a Resistência de Nesh e voltar logo pra Jump.
4- Evitar as tentações...
Sobre essa anotação eu não vou nem comentar.
Adormeci.

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