×Samyra×
Fiquei observando a doce Emi dormindo agarrada a uma boneca meio esquisita. Nunca fui uma garota de gostar de bonecas. Achava ridículo essa história de brincar de dona de casa.
Sinto alguém se aproximando de mim e viro de repente._Assustada?_Era Sabrinne e ela estava perto demais.
_Não, senhora._Digo sentindo um leve tremor interno._O Senhor Albert foi no quarto da sua irmã e já volta.
_Eu não perguntei do Albert._Ela rebate._Mas obrigada por me informar.
Ela olha por trás de mim diretamente para a garotinha.
_Vai ficar com você?_Ela aponta pra garota.
_Sim. Irei cuidar dela a pedido do Senhor Albert._Respondo em um tom de voz suave.
_Certo._Ela olha para as unhas._Você está bem?
Estranhei a pergunta.
_Sim. Obrigada por perguntar.
_Hm...
Ela vira-se e vai embora rebolando no seu vestido justo.
Mas por que ela perguntou se eu estava bem?
Lembrei-me de uma coisa: Eu não sei quais são os poderes de muita gente nessa casa. Principalmente o de Sabrinne.
_Aqui estão as coisas dela._Albert entra carregando umas malinhas e olha pro meu rosto._Aconteceu alguma coisa?
_Na-Não._Repreendo-me por gaguejar._Vou levá-la no braço e depois venho buscar tudo isso.
_Mande alguém vir buscar. É melhor pra você. Tem certeza que você está bem?
_Eu gostaria de saber os poderes de cada um de vocês._Digo de uma vez._Se não for lhe incomodar, claro.
_Amanhã pela manhã, depois do café, podemos conversar._Ele põe as mãos nos bolsos._Não sabia que era tão curiosa.
Pego Emi nos braços e saio do quarto de Albert. Desço a escada com cuidado e vou até o meu quarto. Entro colocando o dedo indicador nos lábios pedindo silêncio. Coloco ela numa cama vazia do lado de Liv e cubro-a.
_Que garotinha linda._Liv sussurra._Vai ser a mascote dos doadores.
Todos riem baixinho e resolvemos ficar do lado de fora do quarto. Sentamos todos juntos para conversar.
_Como foi a volta de vocês às suas casas?_Otávio pergunta.
_Eu estava morrendo de saudades do meu pai._Vera diz sorrindo._Abracei tanto aquele velho ranzinza...
Todos ficaram comovidos com a forma que ela falou e eu não evitei chorar. Enxuguei rapidamente, mas foi tarde demais.
_E como foi seu dia, Samy?_Fabricia pergunta.
_Sei lá, terrível._As lágrimas voltam._Nunca imaginei que meus pais fossem ficar tão felizes e eu tão triste com tudo isso. É doloroso você dar seu sangue, literalmente, para deixá-los felizes e não ter um apoio dos mesmos. Meu pai sabe do meu trabalho e nem uma palavra de carinho eu ouvi.
Deixei as lágrimas descerem forte e recebi diversos abraços. Estava doendo, sabe? Eu estava dilacerada por dentro. Mas eu tinha que ser forte. Eu precisava ser forte. Continuamos conversando naturalmente e eu parei de chorar. Liv e Felipe são os únicos que não tem ninguém por eles.
Quando nos demos conta, já tinha anoitecido. Resolvemos tomar um banho e jantar. Depois de tomar banho e me arrumar, pedi pro Gabriel buscar as coisas de Emi no quarto do Albert. Ele foi e voltou rapidinho. Dei um banho nela e levei-a comigo pra jantar. Ela sempre muito sorridente e simpática com todos. Quando viu comida na mesa, arregalou seus lindos olhos castanhos e se podia ver o brilho neles._Pode comer, tia Samy?_Ela pergunta apontando pro prato com sopa.
_Claro, meu anjo._Sorrio pra ela._É seu. Pode comer.
_Essa menina é um doce._Fabricia diz colherando sua sopa.
Comemos todos conversando sobre a vida, planos e etc. De repente, Emilly fala algo curioso.
_Eu nunca tive mamãe e nem papai._Ela enfia a colher cheia de sopa na boca._Quem me dava comida era os Resistentes. Eu chamava eles de irmãos.
Todos olharam espantados para a garotinha.
Droga!
_Essa menina é da Resistência?_Nina pergunta abismada.
_Na-Não! Claro que não._Tento soar convincente._Criança né, gente? Vamos relevar!
Terminamos de comer e tentei manter Emi o mais longe possível desse assunto. Os outros foram para algum lugar restando apenas eu, Emi e Vera.
_Que difícil hein?_Ela pergunta._Você tem que controlar o que sai da boca dela.
_Eu sei._Olho pra Emi._Não sei como abandonaram uma coisa linda dessas. Você já pensou no quanto a Resistência pode ser tão cruel como os vampiros? Deixaram-na sozinha onde ela foi encontrada.
Vera torce a boca e faz um olhar penoso sobre a Emi. É fato que ela foi deixada pra trás. Quando viram que ela era lenta e que não acompanhava o resto do grupo, optaram por deixá-la. Isso! Provavelmente presumiram que não iriam matar uma criança indefesa e acharam melhor deixá-la. Mas no que ela pode ajudar daqui de dentro? Será que essa garotinha é parte de um plano dos resistentes?
Tentei afastar esses pensamentos ao vê-la brincando com a sorvetinho, a tal boneca feia. Mas isso não queria deixar de rondar minha cabeça. E se essa inocência que ela demonstra for falsa? E se esse papo de ser órfã for apenas encenação? E se esse menina estiver sobre algum feitiço de bruxa?
Eu definitivamente vou enlouquecer!
Ficamos observando ela brincar em silêncio e logo ela adormeceu nos meus braços. Com a ajuda de Vera carreguei ela para o quarto. Era tão legal ver a Alícia carregando a Emi como se fosse uma pena. Mas comigo era doloroso.
Alguns doadores conversavam entre si e outros já dormiam._E você e o Felipe?_Pergunto na cama de cima do beliche._Vocês estão...
_Apenas rolando uns beijinhos._Ela sorri travessa._Acho justo eu me divertir um pouco estando nesse lugar tedioso.
_Cuidado pois se Alícia estiver mesmo apaixonada por você, não queira ver uma mulher com ciúmes._Falei séria._Seja cautelosa! Ainda mais com uma vampira que tem uma super força...
Ela sorri e se enrola pra dormir me desejando boa noite. Confesso que demorei bastante pra pegar no sono. Diversas coisas ficavam me atormentando. Os meus pais, a Resistência, os vampiros, a Emilly, o Albert...
Tudo isso não queria me deixar dormir. E isso estava começando a incomodar.------------------------∆----------------------------
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Cercada por eles (POSTANDO NOVAMENTE POR TEMPO LIMITADO)
VampireESSE LIVRO ENCONTRA-SE COMPLETO NO APP BUENOVELA ❤ A cidade de Neshville foi tomada pelos vampiros. Eles tem a ambição de ter o mundo em seu poder. Vendo a situação atual dos seus pais, Samyra toma a decisão de se tornar doadora sanguínea. Não sabe...