Trinta e sete

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×Samyra×

Entramos na sala de jantar após o Otávio. Olhei de relance e vi que a tal Bruna me olhava. Seu olhar pousava em mim de forma curiosa, diferente. Me coloquei do lado de Albert como de costume.

_Essa é sua doadora Sangue Z, Albert?

Olho para a autora daquela pergunta e vejo que é a Bruna. Afinal, que raios de pergunta é essa?

_Sim._Albert responde._Linda, não é?

Os olhares de todos se direcionaram para mim automaticamente. De timidez, acabei abaixando a cabeça. Tenho certeza que minhas bochechas estão da cor de tomate. Por que ele está me elogiando na frente de todos?

_Verdade. Muito linda.

Ouço ela concordar com o Albert e depois um silêncio se instalou. Era a hora deles nos morderem. Estendo o braço e os dentes de Albert furam minha pele com urgência. Minha cabeça começa a girar e tudo parece querer sumir da minha visão. Solto um gemido de dor, mas nada do Albert parar.

Ele quer me matar?

Minha mente escurece de vez e eu sinto meu corpo ficar leve.

...

Abro os olhos lentamente vendo o Albert e a Alícia perto de mim. Minha cabeça doía de forma latente e eu estava sentindo minhas mãos quentes.

_Albert..._Sussurro._O que foi que aconteceu?_Sento-me vagarosamente._O que eu estou fazendo aqui?

Ele olha para Alícia de um jeito exasperado, agoniado.

_Vou deixa-los à sós._Alícia se levanta indo embora.

Olho para meu braço e avalio cada marca de dente cravado ali. Por que ele sugou de mim dessa forma?

_Não precisa explicar._Falo de forma suave._Eu lembrei.

_Lembrou? Samyra, eu... Eu... Me desculpe...

_Você está esquisito, Albert. Você quer me contar algo?_Sento na cama pondo meus pés no chão._Fique à vontade.

_Eu só estou um pouco descontrolado, meu amor._Ele agacha na minha frente._Mas isso não irá se repetir.

Levanto-me e caminho em direção à porta. Com a raiva que estou sentindo é melhor eu sair daqui. Ele segura no meu braço impedindo-me de sair.

_Ainda quero falar com você.

Viro o rosto lentamente para lhe olhar. Será que ele não tem um pingo de pena? Será que depois dessa mordida ele ainda quer algo a mais de mim?

_Eu preciso descansar. E eu irei.

Sinto meu corpo arrepiar no exato momento que digo isso. Sua mão sai do meu ombro e eu saio do seu quarto. Ando vagarosamente em direção ao meu quarto pensando em tudo que está acontecendo. Se a intenção aqui é usar o Albert pra obter informações sobre os vampiros, eu usarei. Desde que cheguei aqui eu não estou "jogando" como se deve. Aceitei tudo isso pois eu quero a cidade de volta e tudo que antes era nosso. Eles que se meteram no nosso caminho primeiro e se a Resistência me escolheu, não irei desapontá-los. Que se dane essa droga de paixão por esse vampiro que não está nem aí pra mim. Mesmo que meu sangue esteja fazendo-o se apaixonar por mim, não chega a ser mais forte do que seu desejo por sangue. Isso só prova que eles nunca irão colocar um sentimento em cima da sua sobrevivência. Entre mim e o meu sangue ele sempre irá escolher seu alimento. Isso já está mais que claro.
Entro no quarto e caio de joelho sentindo meu rosto inundar de lágrimas.

Cercada por eles (POSTANDO NOVAMENTE POR TEMPO LIMITADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora