Dezessete

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×Albert×

Levantei-me às 4:38am e fui direto tomar um banho. Visto-me com minha roupa especial para vistorias em lugares atingidos pela Resistência e termino de me arrumar. Bato na porta do quarto da Alícia e ela abre pedindo para aguardá-la na sala. Sigo para a cozinha afim de beliscar alguma coisa. Nós vampiros temos o sangue como nosso alimento principal e fonte de poder, mas com a evolução da espécie acabamos nos saciando momentaneamente com comida comum. Encontro Cida preparando o café da manhã distraída ouvindo rádio.

_Bom dia._Cumprimento-a educadamente._Tem bolo já pronto?

_S-Sim._Ela gagueja._Pode servir-se. Bom dia.

Ela continua a fazer o café da manhã só que mais tensa pela minha presença.

Humanos...

Quando eu estava mordendo o último pedaço da fatia do bolo, Alícia aparece na cozinha prendendo os cabelos no alto da cabeça.

_Isso é bolo?_Ela pergunta vendo o pedaço na minha mão._Nossa, espera eu pegar um pedaço.

Reviro os olhos e vejo-a pegar um super pedaço de bolo. Aí depois vai ficar reclamando que está ficando gorda. Espero ela terminar de comer e assim saímos de dentro do Palácio. Deixei Alícia dirigir se não ela iria estourar meus tímpanos de tanto gritar comigo. Seguimos as coordenadas que o papel nos indicava e assim pegamos a estrada principal da cidade. Ao longe dava pra ver um grupo de vampiros mandando nosso carro encostar. Alícia encosta o carro vagarosamente e eles se aproximam de nós.

_Identificação._Um deles pedem algum documento nosso.

Puxei do bolso meu cartão de menbro da família Mansonni e Alícia faz o mesmo. Entregamos para eles que logo mandam seguirmos o trajeto quando confirmam que somos pessoas importantes. Recebemos um aviso de que éramos para nos manter longe do raio azul que por vezes emanava do nada. Era altamente letal para nós. Alícia para o carro na frente do prédio onde antes era a Central de Ajuda do norte da cidade. O prédio emitia umas luzes azuis e concluímos que o local estava repleto desse material letal.

_Você vai entrar, Albert?_Alícia segura meu braço ao me ver caminhar em direção a entrada do prédio.

_Óbvio._Digo virando-me para olhá-la._Tente conversar com alguns vampiros para saber se conseguiram prender alguém da Resistência. Volto logo.

Vi ela assentir meio preocupada, mas sei que ela confia em mim e nas minhas habilidades de combatente. Não é atoa que em Jump sou o atual general do nosso exército. Entro com cuidado pisando em cacos de vidros com minha bota cano longo de cor preta. Desvio de um raio azul que surgiu do nada do canto da parede.

_Nossa._Suspiro aliviado por ter desviado._Nunca tinha visto desse raio em Jump...

Subo pelas escadarias do prédio com muito cuidado em tudo que pisava ou tocava. Escuto um barulho de um vidro caindo no chão e logo depois passos apressados. Uso minha velocidade vampírica e chego ao andar superior rapidamente. Encontro uma menininha com uma arma estranha nas mãos e com os olhos muito vermelhos. Provavelmente se perdeu do bando de arruaceiros que fizeram essa bagunça.

_Quem é você?_Pergunto abrindo o capacete de proteção.

_Não se aproxime..._Ela recua apontando a arma pra mim._Você é vampiro. Tem que morrer.

Ela puxa o gatilho da arma e vejo um laser azul saindo em grande velocidade. Me jogo no chão quebrando a viseira do capacete.

_Para com isso, garota!_Grito com ela._Você não é pra estar segurando uma arma. Cadê seus pais?

_Não tenho._Ela solta uma mão da arma e enxuga os olhos._Me perdi do resto. Mas eu sei que se eu ver um vampiro é pra atirar.

Novamente ela puxa o gatilho e eu desvio pro lado, mas não totalmente. O raio acertou meu ombro esquerdo rasgando minha pele. Caio sentado no chão segurando o lugar lesionado.

_Ei, eu não sou mal._Sussurro sentindo muita dor._Vem cá. Vou te mostrar que não sou mal.

_Você é vampiro. Vampiro tem que morrer._Ela mirou a arma na minha cabeça.

_Eu ouvi você chorar e vim te salvar._Olho pro ferimento e o sangue jorra fortemente._Eu não estou atacando você. Está vendo que não vou te fazer mal? Agora vem aqui.

Ela passa uns segundos me observando e depois começa a caminhar em minha direção ainda com a arma apontada pra minha cabeça.

_Pode tocar em mim. Eu nunca irei fazer mal a uma criança._Digo sentindo a dor aumentar.

Ela encosta a arma no chão e vem com seus pequenos dedos tocar meu ferimento. Aproveito o momento e seguro no seu braço. Vejo que ao invés de raiva ela está sentindo pena de mim. Retiro esse sentimento e coloco compaixão no lugar.

_Está doendo muito?_Ela pergunta.

De repente escuto saltos indo de encontro ao chão. Esforço-me para ver quem era e é a Alícia.

_Albert!_Ela exclama e vem até mim._O que aconteceu?

_Essa menininha atirou em mim._Gemo de dor._Não deixe que façam nada com ela. É só uma menina. Me tira daqui.

Alícia me levanta com dificuldades apoiando-me em seus ombros. Vi que a menina ficou me olhando estática.

_E você..._Fecho os olhos um pouco antes de abri-los e olhar pra ela._Siga-nos.

Ela assentiu e começou a seguir-nos em direção a saída do prédio. Alguns homens vieram ajudar Alícia a me carregar.
Me colocaram numa maca e enfiaram algo na minha veia. Vi a menininha do lado de Alícia me olhando com dó.

_Cuida dela, Alícia._Sussurro sentindo minhas pálpebras pesarem._Vão matá-la se não protegê-la.

Ela assente e pega a menina no braço. Empurram a maca em direção a um carro preto parecido com uma ambulância. Olhei para meu braço e o ferimento parecia ter aumentado muito.

_Pare de lutar contra o anestésico._Uma voz feminina preenche meus ouvidos._Durma, general.

Tombei a cabeça pro lado e adormeci.

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Cercada por eles (POSTANDO NOVAMENTE POR TEMPO LIMITADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora