Trinta e três

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×Samyra×

Ela me olha confusa e com um olhar bastante perdido.

_Vem, vamos tomar um banho.

Pego-a no braço e levo até o banheiro. Depois de despida, deixo a água molhar seu corpinho. Lavo bem seu cabelo e os vestígios de sangue em seu rosto. Visto algo leve e coloco-a novamente na cama.

_Quero te perguntar uma coisa, Emi._Olho pro seu rosto._Você promete pra tia Samy que vai responder?

_Prometo, tia Samy.

Ela tem algo de muito diferente no olhar. Não sei ao certo o que é.

_O que você é?_Essa pergunta até pareceu meio estranha, mas eu precisava perguntar.

_Eu sou a Emi, tia Samy._Ela sorri._Não me conhece mais?

_Emilly, você ficou toda estranha no jardim. Ficou meio que meditando e depois apagou._Ela arregala seus olhos._Fica com febre e nada te acorda. E quando você entrou em contato com meu sangue, acordou. Eu sei que você é mais esperta do que aparenta. E então, não vai me contar?

Ela engole seco e fica me encarando bastante séria.

_Eu não posso te dizer nada ainda, Samyra._Sua voz diferente me assusta._Na hora certa você saberá de tudo.

_Meu Deus..._Levo a mão na boca totalmente assustada._Você... Você é uma criança?

A porta é aberta e alguns doadores entram. Emilly se recompõe e coloca seu sorriso meigo no rosto.

Meu Deus, o que essa menina é?

_Ela já está melhor?_Fabricia pergunta passando a mão no cabelo dela.

_Eu tô melhor, tia Fabi._Ela responde._Queria comer. Tem comida?

Fabricia leva Emilly para comer alguma coisa e eu fico com a minha cara de tacho olhando pro nada.

_Samy?

Vera se joga na minha frente estalando o dedo. Fecho minha boca lentamente e olho pra Vera.

_Você viu um fantasma, Samyra?

_Acho que sim._Respondo no automático._Agora eu não sei se é pra temê-lo ou amá-lo.

_O que você disse, menina?

Peço pra ela esquecer esse assunto temporariamente e saio em direção a cozinha da ala. Vejo Emilly rodeada de alguns doadores e todos mimando a garota. Algo pairava sobre a minha cabeça. Falo ou não ao Albert sobre essa garota?

_Samyra?_A voz insuportável da Claire soa da porta._Encomenda pra você e a Vera. Veio da Central de Ajuda.

Pego da sua mão e não me dou o trabalho de agradecer. Ela costuma ser idiota comigo e não vai matá-la se eu for com ela também. A Vera ficou lá no quarto e provavelmente não se importará se eu abrir a encomenda sem ela. Todos pareciam esperar para saber o que tinha dentro daquela chata. Eu sei o que deve ter aqui, mas ninguém mais pode saber.

_Ah, isso são bem os remédios que passaram para purificar ainda mais o nosso sangue._Digo lendo o rótulo._Vou levar pra Vera ver. Com licença.

Volto ao quarto e explico a chegada da tal caixa para Vera. Ela, assim como eu, opinou o que deveria ser. Ao abrirmos, nos deparamos com dois vidrinhos e de cores diferentes. O meu era um vermelho púrpura que me causou maior enjoo. E o da Vera era azul com um tom metalizado. Olhamos meio horrorizadas uma para a outra.

_Por que dessa vez as cores são diferentes?_Vera chacoalha o seu vidrinho.

Olho a caixa e vejo uma carta ao fundo dela. Retiro-a e mostro para Vera.

Cercada por eles (POSTANDO NOVAMENTE POR TEMPO LIMITADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora