Trinta e um

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×Albert×

Nós dois olhamos ao mesmo tempo para o pequeno ser que entrou no quarto de repente.

_Desculpa, Albert..._Alícia aparece logo atrás de Emilly.

_Vamos passear, tia Samy?_Emilly abraça Samyra com força.

_Podem ir._Levanto da poltrona._Terminamos essa conversa depois, Samyra.

Ela, de muito contragosto, levanta-se e sai de mão dada com a menina. Alícia se joga na poltrona que antes estava Samyra.

_O que vocês estavam conversando?_Vejo um sorriso sarcástico no rosto de Alícia._Não me diga que eu atrapa...

_Não._Digo rapidamente._Claro que não atrapalhou nada demais. Eu estava conversando com ela sobre coisas banais. Coisas da Emilly, do dinheiro que ela recebe e etc.

_Hm... Sei..._Ela joga a almofada em mim._Bem vocês estavam se beijando.

Ela solta uma gargalhada alta e eu não evito sorrir. Essa Alícia está tão riso solto que eu estou estranhando. Alguém está fazendo muito bem a ela.

_E você e a Vera?_Alfineto.

_Ah para, Albert!_Ela faz um bico enorme._Não tem nada entre eu e ela. E para de ser ridículo porque eu não sou homossexual.

_Hm... Sei..._Repito suas palavras e ela sorri._Agora é sério. Você tem estado mais feliz, algo ou alguém está te fazendo se sentir assim?

Ela levanta-se e parece extremamente pensativa. Até parece que não vai responder.

_Albert..._Sua voz sai bastante carregada de emoção._Eu sempre odiei mentir pra você. Eu... Eu...

Aproximo-me dela e abraço-a de repente. Encaixo sua cabeça no meu ombro e deixo-a ali.

_Não precisa se explicar, Alícia._Sussurro._Sou seu irmão, não seu pai. Fique à vontade sempre.

Depois de alguns segundos, ela se solta e sai do meu quarto silenciosa. Minha irmã sempre quis a minha pose de durão. Mas não tem jeito. Ela sempre foi sentimental, chorona e entre outras coisas deste tipo. Eu sempre quis passar uma imagem de homem imponente, forte e destemido. Aquele que nunca pode ser contrariado. Mas na verdade, sou como a Alícia. Nossa mãe sempre nos ensinou coisas boas e eu apenas adquiri essa "armadura" como forma de agradar meu pai. Ele queria um filho que ajudasse Héctor quando o plano dele viesse a ser colocado em prática. Um filho que se precisasse matar, tinha que fazer isso sem pestanejar.

Olho no relógio e já são 10:54am. Observo da janela e vejo Samyra e Emilly no jardim do Palácio. As duas estão brincando de correr. Sorrio ao ver Emilly tropeçar e ir de rosto no chão.
Escuto uma voz conhecida vindo lá de baixo e resolvo verificar se é isso mesmo que estou ouvindo. Quando estou no fim da escada, vejo a Bruna conversando com todos na sala.

_Ora ora se não é o Albert..._Sua voz chega até meus ouvidos._Feliz com a minha chegada?

Termino de descer a escada e chego bastante perto da Bruna. Um silêncio se instala no ambiente.

_Seja bem-vinda, Bruna!_Sorrio levemente._Estávamos te esperando.

_Adorei a recepção._Ela toca no meu ombro._O general sorrindo é um presente.

Sentamos todos nos sofás e engatamos numa conversa sobre a Resistência. Sabrinne tratou de se retirar por odiar esse assunto. Bryan se manteve no ambiente por causa da Bruna. Aquele ali não perde uma.

_Uma pena o Inácio não estar conosco._Bruna lamenta._Gostaria de vê-lo e conversar com ele.

_Mas não se preocupe. O meu marido chega mais tarde._Soraya fala com um tom de ciúmes._Você precisa de doador?

_Não, não._Ela nega sorrindo._Tomo sangue uma vez no mês e me contento com alimentos normais no resto dos dias.

Alícia levou Bruna para o quarto de hóspedes para que ela pudesse se instalar. Levantei-me para ir para meu quarto, mas a voz do Bryan me impediu.

_Não está incomodado com a presença da Bruna, Albert?

Viro a cabeça para olhá-lo com todo desprezo que eu possa demonstrar pelo olhar.

_Por que você não cuida da sua vida?_Pergunto olhando para seu sorriso de deboche._Ou melhor, por que você não arruma uma ocupação? Tenho certeza que quando você for útil nessa família, eu te respondo alguma coisa.

Ajeito a minha postura e caminho para meu quarto. Vou diretamente para o banho. Engraçado como o Bryan se interessa pela minha vida. Até parece uma obsessão. O que aconteceu no passado, fica no passado. Espero que mais ninguém venha me perguntar sobre isso.

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Cercada por eles (POSTANDO NOVAMENTE POR TEMPO LIMITADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora