O MEU FINAL de domingo foi, consideravelmente, bom. A minha mãe comeu bem, tomou os remédios e disse que não sentiu dor alguma durante as aplicações — são duas injeções diárias externas e quatro remetidos na veia, por dia —, tomou banho quase sozinha e a gente acabou, ela está estabilizada e dormiu feito um bebê à noite toda. Enquanto a Lori me ajudou a arrumar a casa.
Contei à ela sobre a mensagem que o papai enviou durante à tarde, a expressão de surpresa no rosto dela foi provavelmente igual à minha, mas de um jeito ou de outro eu precisava estar pronta para aquilo. Não é à toa que estou aqui, em frente ao guarda-roupas dela, olhando peça por peça, tentando achar algo que fique legal para a tal festa. As roupas da Lori são baladeiras, ou seja, pretas, curtas e coladas demais. Além do fato de ela ser uns trinta quilos mais magra do que eu, na verdade, eu não sou gorda, mas a Lori é magra mesmo, tipo anoréxica. Lembro de um vestido que eu ganhei da Myllena, na primeira e provavelmente última vez, que ela veio para cá, então corro para o meu guarda-roupas. Ufa! Ainda está aqui! Um vestido azul bem escuro, curto, com a parte das costas rendado, as mangas ¾ também rendadas e colado na cintura, vai até um palmo acima dos joelhos e é meio Balonê. Coloco ele e um salto preto. Faço cachos no meu cabelo longo preto. Passo uma maquiagem básica, faço o olho esfumado de marrom e passo um batom rosa claro.
— Uau, Mamacita! — Lori pega a minha mão e me gira. — Você é a garota mais linda que eu já vi, mana.
— Tudo bem, Lori, segure os seus cavalos. — Percebo que essa expressão é mais legal pensada do que falada, mas tudo bem.
O relógio indica que são oito horas e em poucos segundos ouço uma buzina lá na frente de casa. Assim que meus pés me guiam para fora de casa o meu estômago embrulha, eu nunca havia me sentido assim antes, talvez por que eu nunca estive prestes a me casar. Não sei se é assim que as noivas se sentem. Espero que não, por que não é legal ter dor de barriga.
A Lori me acompanha até à porta, mas vejo em seu rosto que a vergonha é tamanha que ela não consegue sair. Olho para o carro e meu pai pede para que eu me apresse. Também não sei como agir nessa situação, mas de qualquer forma eu preciso fazer isso.
— Oi, pai — digo, tentando quebrar o gelo.
— Oi, filha. Antes de sairmos temos algumas regras: primeiro: para você agora é Norman, seu PAI; segundo: você está mais feliz do que nunca em conhecer a nova família; terceiro: concorde com tudo e aceite; quarto: não pareça confusa, tudo o que eles disserem você apenas concorda; quinto: não responda não; e sexto: você é uma Jornalista, independente de tudo, está bem? Por favor. Entendido?
— Tudo bem, Senhor Norman. — Coloco o cinto de segurança e coloco a pequena bolsa em meu colo.
— Sétimo: sempre sorria.
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Contratada Para Amar | concluída
RomancePode a vida de uma garota virar de cabeça para baixo por causa de um pequeno contrato? Podem as pessoas da sua própria família se virarem contra você? A resposta para essas e mais perguntas é sim. A vida de Clary Highgate vira de pernas para o...