11. Café.

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1.148 palavras

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— Pode falar o que quiser para mim, minha princesa, não se esqueça disso. Tudo bem? — A minha mãe tem um jeito doce de me pôr para cima, um jeito que só ela faz, ou só as mães conseguem fazer com os filhos, acho que eu nunca vou entender isso.

      — Mãe, não fica brava comigo, mas você sabe que é preciso e eu já aceitei. A senhora vai ser curada através do meu casamento...

      — Como assim, querida? — interrompe.

      — Deixa que a Clary vai explicar tudo, mamãe — Lori murmura.

      — Mãe, o começo de tudo é que o papai apareceu...

      — Como aquele vagabundo teve a capacidade de reaparecer? — A expressão de minha mãe transpassa fúria.

      No começo do casamento, conforme a minha mãe nos conta, eles eram loucamente apaixonados um pelo outro, mas com o passar dos anos o papai começou a beber como se não houvesse amanhã, um dia a minha mãe viu sem querer o celular dele e na hora ele recebeu uma mensagem da amante, eles brigaram feio e ela expulsou ele de casa, dois dias depois ele veio e pediu o divórcio, pelo menos ela não hesitou na hora de aceitar, se não hoje ela estaria pior.

      — Calma, mãe. Eu também fiquei brava, mas ele veio por uma causa, ele não sabia da sua doença, só veio dizendo que eu ia me casar com o filho do dono da Beta Holding, eu contei de vocês e daí falei que o dinheiro seria destinado para o seu tratamento. Ele aceitou.

      — Como ele foi capaz de fazer isso? Com você, Clary. Como?

      — Tudo bem, mamãe, eu vou me casar, pegar o dinheiro, pagar tudo o que você precisa e depois a gente se separa. Vai dar tudo certo, está bem? Tudo vai dar certo.

      — Mas eu quero que saiba que eu estou do seu lado, tudo vai dar certo.

      Eu quero realmente acreditar que tudo vai dar certo, mas eu ainda não sei como meu próprio pai foi capaz de fazer isso, quero dizer... o que será que ele fez, para que tivesse que vender a própria filha? Pensar assim me machuca às vezes. Porque conseguimos ver como o ser humano é frágil, capaz de tudo por dinheiro ou por qualquer coisa que lhe renda algum prazer, seja momentâneo ou duradouro. Não importa. O que realmente importa é que somos assim, influenciados, fracos e tolos, caímos em todas as armadilhas que nos são postas, de um jeito ou de outro caímos nelas, uma hora ou outra na vida nós somos iludidos, não interessa se você é rico, pobre, faminto ou guloso, todos nós caímos nas armadilhas da vida, é impossível não cair em, pelo menos, uma durante a sua trajetória.

      Pelo menos, eu gosto de acreditar que ainda temos salvação e que há luz no mundo, seja em uma à cada um milhão de pessoas, mas deve existir alguém que acredite que somos capazes de não cair em todas as armadilhas e sim achar um jeito de descobri-las antes que sejamos afetados, com certeza existem pessoas no mundo com a mente aberta, que servem o bem aos outros e não fazem o mal. Eu espero encontrar um pessoa dessas em breve.

      Ajudo a Lori e mamãe à irem para o quarto, arrumamos ela na cama, ligamos a televisão, damos os remédios e pegamos umas frutas cortadas. Peço à Lori para a gente dar uma volta, eu quero conversar um pouco. Ela assente.

      — Mamãe, eu e a Lori vamos dar uma saída, você pode ficar sozinha?

      — Claro, meus amores, podem confiar em mim.

      Eu concordo, nós abraçamos ela e vamos nos trocar rápido. Coloco uma saia preta, uma regata branca, coloco um casaco xadrez vermelho e um All Star preto. Prendo o meu cabelo, pego as minhas coisas e então eu e a Lori  amos para uma cafeteria.

      Vamos a pé, já que é há uns cinco minutos de casa. Normalmente não ando muito a pé por aqui, mas, por sorte, quando eu resolvo sair às ruas estão limpas, hoje nem tão limpas porque ventou muito ontem e as ruas estão cheias de folhas das árvores, mas mesmo assim: sem movimento de carros ou pessoas.

      Chegamos na cafeteria e a fila está gigante, até que nós conseguimos pegar os nossos cafés já são quase dez horas. Nos sentamos em uma mesa lá fora.

      — Sobre o que você quer conversar, exatamente? — Lori dá um gole em seu Chá Gelado com Limonada.

      — Nossa, executiva, isso é só uma conversa entre irmãs. — Desta vez eu dou um gole no meu Mocha. Eu amo vir aqui e provavelmente já tomei todos os cafés, chás, Frappuccinos, etc..., possíveis. — Sério, não é nada de mais e não me olha assim.

      — Tudo bem, mana, então vamos conversar sobre o quê?

      — Na verdade, eu quero pedir uma opinião, eu sei que você é experiente nisso... É muito estranho pensar que depois do casamento eu e o Mike... bom... vamos precisar fazer isso...

      — Mais conhecida como noite de núpcias. — Lori sorri de um jeito malicioso. — Por que está me pedindo isso, sendo que você não consegue nem olhar nos olhos dele? Quer dizer... você mesma disse que assim que se casar e a mamãe melhorar vocês vão se separar, vocês não vão ter que... por que está pensando nisso?

— Lori, eu sei que isso vai acontecer, ele parece um galinha, não pera... eu não quis dizer isso, mas ele tem cara de ser aqueles empresários sedutores que tem todas as mulheres aos seus pés. — Tomo mais uma vez o meu café.

      — É só não ser a mulher que vai ficar aos pés dele.

      — Bem fácil de falar quando não é você quem está nessa situação...

      — Você me pediu a minha opinião, eu só estou dando ela.

      — Sabia que seria uma má ideia em conversar sobre isso com você.

      — Na verdade, você não me pediu nada ainda.

Ah! Como eu odeio quando a Lori é irônica, em outra situação isso seria cômico, não que não seja: uma garota de vinte e quatro anos pedindo conselho sobre sexo com a irmã mais nova.

      — Não vai me dizer que você nunca transou com ninguém, Clary. — Eu assinto e ela me parece abismada. — Hum... Ta bom! É para isso que servem as amigas... e as irmãs...

      — O que você vai fazer comigo, Lori?

      — Clary, Clary... Nada que você não queira, maninha...

      — Ah, Lori, não sei porquê eu decidi fazer isso. Esquece tudo, vamos para casa. — Pego o meu café e me levanto.

      Sim, é muito estranho eu contar a alguém que eu ainda sou virgem, razão pela qual eu não converso com muitas pessoas talvez. Enfim, como eu mesma disse, se eu vou só me casar e me divorciar mais rápido do que poderemos pensar, eu não preciso pensar muito em nossa noite de núpcias. Afinal, nós não vamos nem morar na mesma casa, não tem necessidade alguma de pensar nessas coisas.

Contratada Para Amar | concluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora