13. Reencontro.

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1.148 palavras

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ENQUANTO TOMO o vinho, me afundo nos meus pensamentos que, infelizmente, não tiram o Mike da cabeça, na verdade, o casamento

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ENQUANTO TOMO o vinho, me afundo nos meus pensamentos que, infelizmente, não tiram o Mike da cabeça, na verdade, o casamento. Tudo está me deixando confusa. O fato de casar me deixa confusa e amedrontada. Um sentimento confuso. Como eu vou reagir à tudo isso, quer dizer, a gente se viu uma vez na vida até agora e provavelmente nos veremos mais umas duas vezes até o casamento. Como é possível alguém ver o noivo três vezes antes de se casar, tirando o fato de que a gente nem se gosta.

Na manhã seguinte, me levanto com muita dor de cabeça, passo uma água bem gelada no rosto, penteio o cabelo, coloco o uniforme do Green Hall Hotel. Pego tudo o que vou precisar — bolsa, dinheiro para o almoço, etc... —, saio do quarto e passo no da minha mãe. Ela está deitada na cama, dormindo. Pode parecer que ela está vegetando, mas chego perto e sinto a sua respiração. A acordo, dou um beijo em sua testa e dou um remédio.

— Mãe — chamo ela. — O Jack vem ver a senhora hoje. Vai ser um grande reencontro. Eu sei que você ama muito ele. Por mais que ele foi embora e não quis te dar apoio, ele é seu filho. Seu filho mais velho. Está prestes a se casar e formar a família dele. Mamãe, ele está aqui. — Dou um abraço nela, que retribui na hora. Sei que está sentida. Sem respostas. Não posso deixar de sentir o mesmo que ela. Respiro fundo e vou para a cozinha.

A Lori está fazendo chá de camomila — reconheço pelo cheiro. Me aproximo e lavo as mãos na pia. Ela vai ficar em casa cuidando da mamãe, e certificado que Jack não vai fazer mal à ela.

— Não acha que estamos tratando Jack como um estranho ou como, sei lá, um inimigo? — Lori me tira de meus pensamentos e eu a persigo com o olhar.

Seu olhar profundamente sombrio ou infeliz me fez perceber que eu estou sendo um monstro controlador. Tudo o que eu faço controla a todos, só não a mim mesma. Estou controlando todos ao meu redor. Fazendo com que eles simplesmente me vejam como uma barreira entre as pessoas. Fazendo eles me verem como alguém que devem temer, e não respeitar. Estou destruindo a minha relação com os meus irmãos — que já não é das melhores.

— Desculpa, Lori. Eu não vou ser mais um monstro. Deixe o Jack ficar o quanto quiser, eu não vou me intrometer na relação dele com a mamãe. Não venho para o almoço. Beijos. — Saio da cozinha antes que ela fale qualquer coisa.

Me encontro com a Violet, mas não deixo ela falar muita coisa — só que conseguiu um emprego e que a irmã fez algo que eu não prestei muita atenção. Pego um táxi e no caminho vejo o carro de Jack, eles acenam e eu vou para o trabalho. Com o peso do que eu falei para a Lori e o que realmente isso tudo significa.

Não foi uma manhã muito anormal, mas tive quase a metade do trabalho, porque meu chefe contratou mais duas camareiras, ou seja, o meu horário de almoço aumentou. Quando meu horário de almoço começa eu pego a bolsa e o dinheiro e assim que passo pela porta do hotel meu celular toca, é a Myllena.

      — Alô, Clary, estou te atrapalhando?

— Oi, Myllena, não agora. Meu horário de almoço aumentou... Enfim. O que foi?

— Que bom...

— Myllena, você está me assustando. O que foi? O que aconteceu? É com o Jack ou a mamãe?

— Não. Nada disso. Foi tudo bem. A conversa foi ótima e a sua mãe garantiu estar bem para os casamentos, mas indo direto ao ponto, seu pai apareceu aqui, estávamos conversando na sala e mal deram cinco minutos e ele levantou para pegar um copo de água e caiu no chão. Como não acordava o Jack levou ele para o hospital e me pediu para buscar você aí.

— Ah, tá. E a Lori e a mamãe?

— A Lori ficou com a sua mãe.

— Tá bom, Myllena. Vem me buscar que a gente vai juntas.

— Tá bom, estou passando aí.

Desligo o celular.

Não acredito que meu pai está com isso de novo. Lembro que ele ficava assim quando éramos pequenos e minha mãe vivia nos hospitais porque ele bebia tanto que caia desmaiado pelos cantos. Eles brigavam direto por causa disso. Se eu chegar lá e o médico me disser que essa é a causa desse desmaio, assim que ele melhorar, eu vou xingar tanto ele e falar tudo o que está entalado na minha garganta desde o dia que ele foi embora.

A Myllena chega e eu entro no carro. Um Civic preto lindo com banco de couro e uma decoração mesclada entre o estilo dela e do Jack. Eles sempre foram um casal lindo. Por mais que eles magoaram muito a gente quando se mudaram para Nova Iorque.

Nos cumprimentos e ela arruma os retrovisores, dá partida e ficamos um pouco em silêncio enquanto o rádio pegava.

      — Clary?

— Fala.

— A gente pode conversar?

— Sobre o que exatamente?

— Na verdade, quando a gente... eu e o Jack, nós mudamos para Nova Iorque, eu insisti para irmos. Ele não queria ir, mas eu forcei ele. Eu não queria ficar ali. A sua mãe foi grossa algumas vezes comigo e eu fiquei brava e disse que se ele quisesse ficar com a mãe dele eu ia embora.

— Sério isso, Myh? — pergunto, abismada. Não sei do que a minha mãe é capaz, a minha mãe nunca brigou nem com a gente, imagina com um estranho. Sei lá. — Sinto muito pelo que ela falou.

— Não, não. Eu peço desculpas. — Olha pelo retrovisor e ultrapassa uma moto. — Eu sabia que ela estava mal e não tinha forças para impedir o filho. Eu fui uma víbora. Ela não estava em condições de erguer o dedo e eu quis dar uma de Garota Mimada. Desculpa, Clary. A sua mãe disse que está muito feliz pelo casamento, mal pode esperar para ver dois filhos casados. Eu pedi tantas desculpas para ela e vi o quanto eu fui idiota na época.

— A minha mãe é muito boa, Myh. Ela deve ter te desculpado no outro dia. Ela tem um coração maior do que o corpo. Pode ter certeza que ela nunca vai ter raiva de ninguém, muito menos de você. Ela falou tão bem de você quando fez um ano que vocês foram. Pode acreditar em mim, ela quer você bem. — Mais uma vez ela ultrapassa, mas dessa vez um carro. Apenas sorri para mim quando a pista está livre e logo chegamos em frente ao hospital.

Por favor, pai, que não seja o que eu estou pensando, penso. Por favor, pai, que não seja o que eu estou pensando, repito.

      Definitivamente descemos do carro e vamos procurar o médico.

Contratada Para Amar | concluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora