59. Agora?

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1.453 palavras

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Dois meses depois

— Vai demorar muito, papai? — Thea reclama do banco de trás.

      — Só mais alguns minutinhos. Dorme mais um pouco — ele retruca.

      — Ah! — Ela cruza os braços e eu dou risada da situação. — Você me disse isso há duas horas.

      — Na verdade, você me perguntou isso quando estávamos ali naquela cerca. — Ele aponta para trás com o olhar. A cerca está há uns cem metros.

      — Ah, eu quero ver a vovó logo.

      — Calma, princesa. Já estamos chegando.

      — Ah, você também, mamãe!

      Olho para ela e sorrio, os meus pés estão esticados a trás do vidro do para-brisa, eles estão muito inchados. Eu estou com nove meses, a Maggie está prevista para nascer dia trinta, daqui oito dias. Vamos passar quatro dias aqui, então eu volto e começo à arrumar as coisas para ir para o hospital. Estamos todos ansiosos para a chegada dela. Até os cachorros, a Arendelle às vezes sobe na minha cama e fica com o focinho na minha barriga.

      Depois de eternos quarenta minutos nós chegamos na casa. Ainda está a mesma coisa. A última vez que viemos aqui foi nas férias de verão da Thea, três meses eu acho.

      A Ângela está sentada na varanda, onde ela e o Bryce costumavam tomar café, o avô do Mike morreu há dois anos. Quando descobriu um tumor extremamente grave no intestino e não conseguiu reagir aos tratamentos, foi uma fase difícil para toda a família, o Mike ficou muito mal mesmo, a Thea era tão apegada a ele, mas ela tinha apenas três anos. Mesmo assim ela vem e lembra dele, mas não chora, a Ângela está sozinha desde então, mas ela tem muita coisa aqui. Uns seis meses antes da morte do Bryce eles haviam começado a vender frutas, vegetais e leita na feira e agora ela está fazendo isso com uma vizinha. Ela está seguindo a sua vida.

      Eu não sei se consigo imaginar perdendo o Mike. Ele é uma das pessoas mais importantes na minha vida, ele me faz acordar e sorrir todas as manhãs, mesmo quando eu acordo de mal humor, ele faz alguma babaquice e eu ganho o dia. Quando ele chega despercebido e me dá um beijo na nuca que me arrepia. Eu definitivamente não consigo imaginar a minha vida chegando em casa e não ter a alegria dele brincando com a Thea, ou me amando do jeito que ele me ama. Não consigo.

      — Finalmente! — Ela levanta da cadeira e a Thea corre para o colo dela.

      — Oi, bisa!

      — Oi, Angel! — digo, subindo as escadas com um pouco de dificuldade.

      — Clary, meu amor. Como vai esse bebê?

Contratada Para Amar | concluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora