Sabrina
- Calma, ela vai ficar bem. - tranquiliza Gabriel.
Mas de alguma forma, não consigo me acalmar com isso. Como assim, minha mãe está com câncer? Não! Eles podem errar não podem? Máquinas não podem definir de uma forma precisa exata da pessoa não é mesmo? É possível que tenham errado p prontuário, certo?
Me sento na cadeira sentindo minhas pernas falharem. Não importa nada neste momento, não importa o meu problema, não importa mais defensoria pública, só quero que minha mãe saia por aquela porta, com aquele sorriso que ela sabe dá e duga que está bem e quer ir para casa. É só o que eu quero.
Gabriel parece alheio a todos meus pensamentos, pois se permanece em silêncio. Eu não estou com cabeça para nada a não ser pensar como isso pode ter acontecido. Mas, há algo que não posso deixar de lado. Não é egoísmo ou orgulho, só acho que um hospital público está de bom tamanho, não entendo porquê ele está fazendo tudo isso. Eu não tenho como devolver, de qualquer maneira acho que tenho tripudiar sobre isso.
- Sr. Farcoland, eu não sei porquê está fazendo isso, mas não é necessário. Lhe peço que nos encaminhe para o Miguel Couto.
- Olha, eu sou advogado criminal e ajudo a quem precisa, se não precisava da minha ajuda, por que me ligou?
- Eu não te liguei eu só...escuta, eu só não tenho como te devolver, no momento, mas eu vou te devolver. Agradeço o que está fazendo por mim...
- Engana-se. Fiz pela sua mãe que precisava, claramente, de ajuda.
- Sim, eu sei, obrigada. Só quero vê-la, quando vão me permitir?
- Quando você tiver que vê-la, ainda está muito recente.
Assinto, brinco com meus dedos e munha mente divaga para um mundo distante do meu subconsciente. Lembro-me de ela me ensinar a andar de bicicleta sem rodinhas, de me levantar dos tombos que levei, de ne abraçar quando precisei, de ela sentar na mesa de jantar a noite e me ajudar com o dever de casa, de sair de casa a madrugada sem antes me dar um beijo. Lembro-me da minha primeira ida ao zoológico na Quinta da Boa Vista, de como fiquei exaltante ao ver um tigre-de-bengala, de pedir-lhe para ter um.
Lembro do dia que ela contou sobre meu pai, e do ódio que senti e sinto desde que ele a abandonou. Eu só posso culpá-lo por isso, nunca deu as caras por aqui. Acho que por essa mesma razão, eu nunca quis conhecê-lo. Toda vez que tento imaginar, sua figura acaba se tornando um borrão.
Gabriel se levanta mas não me dou o trabalho de me virar para ele.
- Vou buscar um café para nós, já volto.
Nada respondo e ouço ele suspirar e sair em seguida. Estou sozinha e a flor dos nervos, não sei mais o que esperar dessa vida, cansada de tantos problemas. O pior é que nada eu poderia fazer. E, estou aqui novamente sem saber nada da mesma, se acordara, se já se alimentou, se quer me ver, ninguém diz nada.
Gabriel volta minutos depois e me entrega um copo com um líquido escuro e quente em um copo plástico. Aceito, mas não estou afim de tomar nada, apenas saber da minha mãe.
Minhas pálpebras ficam tão pesadas que eu não consigo controlá-las. Acabo os fechando sem meu consentimento.
Acordo de um pulo e olho para os lados e não vejo Gabriel em lugar nenhum. Ele foi embora? Deve ter ido. O hospital está mais cheio que antes e me sinto vazia, como se estivesse no lugar errado. Me sinto deslocada, mas deslocada impossível. Olho para todos desconfiada, pois acho que sempre tem alguém olhando feio para mim e na verdade, ninguém está me olhando.
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Advogado Sedutor - Livro 2 (Repostagem)
RomanceLivro 2 - Trilogia Farcoland - Gabriel. ~ Conteúdo Adulto, cenas de sexo explícito, cenas violentas, linguagem imprópria. Recomendado para maiores 18 anos. + 18 Sabrina Ruschell é uma garota linda e praticante da bondade e honestidade, nunca roubou...