Capítulo 23

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Gabriel

Hoje eu tenho de chamar a Sabrina pra ajeitar os detalhes finais da sua defesa. A única merda de tudo, é que da parte dela não há testemunhas, mas acho que seria de menos. Só de pensar que ela poderá entrar por aquela porta eu me sinto ansioso e nervoso. Eu não sei o que está acontecendo comigo. Não descartei a opinião de Laila e parece mesmo que estou apaixonado por ela.

Quando foi que isso aconteceu? Estou com medo de perde-la, mas também não posso dizer nada a respeito. Eu não sei se ela sente o mesmo por mim. Mas não quero deixar isso claro ainda. Ainda mais, que ela está junto com o Zé ruela do Marcos. Mas o que foi que ela viu nele? Não importa. Só preciso ter certeza do que estou sentindo.

Na verdade, nem eu mesmo entendo meus sentimentos. Por isso além de ajeitar os últimos detalhes sobre sua defesa, chamaria ela para um jantar. Quero conhecê-la melhor, saber mais dela. E espero de todo o coração que ela aceite.

Eu não me aguento mais de ansiedade, quero vê-la logo. Me sento na minha cadeira e seguro minha cabeça com as mãos e dou um longo suspiro. Me surpreendo com batidas ocas na grande porta de madeira e grito que entre. Era apenas Lorrana.

- O que foi, Lorrana. - pergunto ríspido.

- Desculpe incomodar, mas a srta. Ruschell deseja vê-lo, senhor.

- Ah sim, mande entrar.

Me levanto de um pulo e ajeito meu terno cinza e a gravata vermelho escuro. Vejo se meu cabelo está do jeito que deixei. Ajeito apenas o topete e sento na mesa e logo me arrependo e me levanto, estou nervoso, completamente nervoso. Vejo que minha sala está um pouco escura então, abro rapidamente as persianas e retomo meu posto e tento me concentrar ao máximo possível, mas parece que estou perdendo a noção de tudo, minhas pernas fraquejam.

Aquela garota de cabelos dourados escuros, olhos azuis penetrantes, usando uma roupa casual e delicada. Parece que a Garota-Nirvana não gostava mais de um preto exorbitante e doer os olhos. Aquilo me deixou mais nervoso do que já estou. Eu a quero. Eu a desejo. Eu...a amo. Vê-la nessas condições aqueceu meu coração de alguma forma.

Ela abriu um sorriso para mim e retribui. Arrastei a cadeira e indico que ela sente. Ela o faz e dou a volta, e, sento em minha cadeira. Eu não consigo parar de encará-la, há algo nela que não consigo explicar.

Sacudo minha cabeça com violência e arranho minha garganta e tento focar no que eu tenho que dizer.

- Bom, vamos ajeitar esses tais detalhes em minha defesa e quanto mais rápido melhor. - afirma Sabrina.

- É, claro, perfeitamente. - digo nervoso.

Eu pego o caderno de anotações e deposito em cima da mesa e busco por tudo que eu iria falar.

- Bem, o suposto dinheiro sumiu enquanto esteve fora, certo?

- Sim...

- Tinha câmeras de vigilância?

- Ter tinha, mas estavam sempre em manutenção ou desligadas.

- Quem seria a pessoa que faria isso com você?

- Alessa Partolini, ela desejava meu cargo da loja e sua implicância começou quando o Massaters entregou-o para mim.

- Certo. Mas como Massaters pode acreditar nesta menina, se ele mesmo mandou você sair?

- Aí eu não sei.

Olho para ela e franzo as sobrancelhas, tinha algo errado nessa história. Será que ele sabia que isto aconteceria? Acho que só ele vai poder dizer isso na frente do juiz. Sabrina não mentiria para mim. E sei que ela está falando a verdade. Mas tem algo muito errado aqui.

Com isso já ajeitado e reformulado, é hora de chama-la para sair. Mas como vou fazer isso? Sabrina não é qualquer garota que acho numa boate. Não é uma garota para que eu pague um motel e a deixe dormindo. Sabrina merece algo legal, ainda mais sendo uma garota batalhadora como ela é.

Estou nervoso e com medo de sua resposta. Primeiro preciso saber algumas coisas sobre o...Marcos. Argh!

- E como anda o seu namorado? - pergunto.

Ela me olha e abre um sorriso, vejo aquilo como um alerta. Será que ela está gostando dele? Não posso permitir.

- Ele está bem, hoje foi resolver algo com a mãe e Anna Júlia. Ele vai me ligar quando chegar.

- Entendo.

- E a sua namorada?

- Que namorada?

- Zailane.

- Não. Eu não tenho nada com ela, foi só um bom sexo.

- Ual, enfim, tenho que ir.

Ela se levanta e me desespero e corro em sua direção. Ela se assusta e me olha com um jeito apavorado. Não consigo evitar, meus olhos pescam sua boca com brilho labial, e perco o controle das minhas ações. Puxo ela para mais perto, e beijos seus lábios doces e suaves. Ela tentou se debater, mas cedeu alguns segundos depois. Levo uma mão ao seu cabelo e os seguros.

A cada segundo daquele beijo, meu coração pulava dentro do peito e estranhamente eu sentia o dela bater descompassado, mas parecia entrar em sintonia como o meu. Esse beijo revelou algo que eu jamais poderia ver em alguém. Ela me amava, ela me ama. Aquilo me deixou uma esperança. Marcos não é mais uma preocupação para mim.

Passo a mão por todo seu corpo e ao chegar em seus quadris, me segurei. Eu não posso fazer isso com ela agora, por mais que meu amigo aqui em baixo esteja querendo. Por via das dúvidas estava ereto.

Ela alisa meu rosto e eu a abraço forte sem desgrudar de seus lábios.

Nos separamos por falta de ar, sorrio para ela. Ela está vermelha como um pimentão.

- Gabriel...por que você fez isso?

- Sabrina...

- Eu não acredito que...

- Sabrina. Eu sei, me desculpe. Mas vai ter um jantar na minha casa e todos estarão acompanhados, será que você pode ir comigo?

- Mas eu...

- Por favor...

- Está bem.

Advogado Sedutor - Livro 2 (Repostagem)Onde histórias criam vida. Descubra agora