Capítulo 16

3.2K 340 22
                                    

Sabrina

Marcos havia me convidado para ir a uma boate. Claro, que a roupa que estou usando é emprestada de Anna Julia. Mas mesmo assim, não estou muito acostumada com isso e esse salto agulha está acabando com meus pés, sinto minhas panturrilhas protestarem a cada passo que dou. Sou muito agradecida por Marcos estar tendo paciência comigo, já que não tenho prática nenhuma em andar de salto como a Anna.

Seguro a mão de Marcos tão forte que ele ri ao olhar para mim. O lugar era um prédio alto de dois andares, sua cor negra brilhava em contraste com a noite e há uma placa enorme ilustrando o nome do lugar. A letra tão cursiva me deixou com dificuldade de ver o nome. Marcos sai me puxando porta adentro, o lugar está cheio e movimentado. Os garotos estão frenéticos, uns pulam e outros apenas dançam e nos cantos alguns casais se formando, pelo menos eu acho.

Marcos continua me puxando e me sinto deslocada e perdida. O pouco espaço me sufoca e me sinto levemente irritada por isso. Chegamos a um OpenBar onde havia um monte de garotos e garotas. Me sinto culpada por não estar lá com minha mãe, quando eu deveria estar, para estar curtindo uma noite com Marcos. Ele ainda apresenta ser fechado, mas parece ganhar confiança em mim, e já me contou como foi o lance entre ele e Luiza.

Eles pareceram viver algo emocionante, mas ele afirma que não estava tão entregue a aquela relação, mas eu sinto que há alguma coisa a mais. O barman se aproxima, é alto e loiro e usa cabelos arrepiados com um topete no início da testa.

Marcos faz os nossos pedidos, mesmo ele gritando com o rosto aproximado do barman, eu não consigo entender, a música alta tampa meus ouvidos, fazendo com que a dor aguda preencha meus tímpanos, ou seja, amanhã vou morrer de dor de ouvido.

Havia três garotas bonitas e exuberantes dançando no cabo de ferro. Meus cabelos estão soltos e escovados. Anna Júlia disse que eu tenho que mudar meu visual, pois estou ficando uma sem sal. Deve ser, já que ela diz.

Mas por algum momento, penso no Gabriel e meu coração se aperta. Ele deve estar preso em seu escritório, revendo alguns casos e analisando outros que caem sobre sua mesa. Ou simplesmente deve estar sentado no sofá assistindo TV com sua família. Ele é sério demais para vir a um lugar como esse, eu não sei bem, pois não nos vemos e nem conversamos além do já dito.

Toda nossa conversa gira em torno da minha defesa e do meu caso, depois é cada um para seu lado. Quando ele dormiu lá em casa, claro que me senti desconfortável, em demasiado. Mas eu não podia deixar que ele saísse aquela hora com um carro daqueles. Na primeira esquina ele seria assaltado e até podia morrer, então pedi que ele ficasse.

Ele me contou apenas sobre seu irmão, André que enfrentou um traficante de humanos. O caso repercutiu e ele foi convidado para defender o Palácio em Brasília, mas ele recusou. Mas ele é bem conhecido por ter matado o maior bandido da história e que hoje ele está casado com a vítima que estava sob sua proteção. Eles são a família Farcoland, então tudo que envolva seus nomes fará repercussão.

Sorrio ao lembrar do sorriso branco de Gabriel e de seu jeito de ser, seus olhos cor de mel representam tudo o que ele é  e quem deve ser.

Marcos chama me atenção com um beijo no rosto e sorri para mim.

- Pensando em quê? - grita ele, perto do meu ouvido.

- Na minha mãe...- minto.

- Entendo. Ela vai ficar bem, meu pai vai cuidar bem dela.

Advogado Sedutor - Livro 2 (Repostagem)Onde histórias criam vida. Descubra agora