Capítulo 15

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Gabriel

Me arrumo o mais lento que posso, para ver se ele desiste dessa maldita idéia. Não estou nem um pouco afim de sair de casa hoje. Ando muito perturbado com isso. Volto para Henrique que está de pé e de braços cruzados, bocejando como se estivesse enfadado. Ajeito meu cabelo é pronto ou quase, para a guerra. Henrique usa uma camisa social vermelha aberta no peito e uma calça jeans escura e sapatos italianos, o cabelo dourado com luzes estão levemente penteados para trás e uma barba rala no rosto.

Eu estou usando uma camisa pólo preta de mangas longas e uma calça jeans também escura e sapatênis,  cabelos estão arrepiados e estou me sentindo exausto, mas do que o normal. Saímos do quarto direto para a garagem e entramos no carro de Henrique e partimos direto para nossa balada de costume.

Ao chegar lá entramos no recinto já badalado. Havia palcos redondos com luzes em néon, holofotes circulavam por todo perímetro iluminando cada palco ali. Eles estavam vazios e uma boa quantidade de homens esperavam ansiosos pela chegada das dançarinas. Repugnante. Mas embora seja divertido. Henrique e eu ficamos sempre no camarote ou no segundo andar, onde temos um olhar aguçado para pescar umas carnes frescas.

Subimos a escada e encontramos uma mesa vaga, meu pensamento gira em torno de Sabrina. Me condeno por isso. Quero parar de pensar nela. Havia um grupo de garotos no fundo da boate noturna que conversavam agitados, mas parecem perdidos. Típico de iniciantes, eles aparentavam não passar dos vinte anos, sorrio. Pois lembro da minha primeira vez e a de Henrique.

André nunca foi de curtir algo assim, nunca foi igual a gente. Sempre o careta da história e da família, o sério e carrancudo.
Pelo menos, ele não se envolvia nas encrencas que eu e Henrique costumamos nos envolver. A música alta impede que alguém fale ou escute qualquer coisa além da música, mais pessoas entravam. Henrique foi buscar nossas bebidas e fiquei de guarda, um movimento e alguém roubava a mesa, aconteceu duas vezes conosco. Mas agora estamos mais atento.

Uma música sensual embalou com a música alta e uma garota partiu pé ante pé até o palco do meio que emitia uma luz roxa rotativa. Seu biquíni era menor que o próprio corpo, os peitos eram tão cheios que literalmente, pulavam para fora e havia um coelho chamativo na parte da frente da calcinha. A bota de salto alto ia até joelho e os cabelos cacheados estavam soltos a altura da cintura, tinha um tom vermelho escuro. Ela desce até o chão com o quadril remexendo em círculos bem feitos e depois empina a banda e o cabelo é jogado pro lado. Sua pele tem um bronzeado legal, porém exagerou no glitter.

A galera ia à loucura enquanto ela dançava mais duas iam chegando, uma morena e uma loira, mas exuberantes que a do meio. Fico assistindo a dança conjuntas de passos iguais das garotas de programa, que rebolava e desciam e logo se penduravam no cabo de ferro fazendo suas coreografias. Elas são umas gatas, mas isso só degride a imagem delas. Mas elas gostam do trabalho que estão fazendo e o dono mais ainda, pois ele deve ganhar muita grana dessas danças sensuais.

Eu me vejo comendo a ruiva, mais ativa e selvagem, sabe dominar a situação, enquanto as outras, apesar da boa representação estão fracas e são sem sal. Entorto a boca e balanço a cabeça negativamente. Henrique volta com dois baldes, os braços finos devem estar doloridos de tão magro.

Ele é mais alto que eu e André, ou só eu imagino coisas mesmo. Ajudo ele a coloca-las na mesa e abro uma cerveja e ele outra. Isso sim é uma vida boa, vida que todos os caras da minha idade pediria a Deus.

Me considero um homem de sorte e sorrio. Henrique começa a puxar a assunto com uma loira de cabelos bem cacheados, cheio. Ela bate na metade do braço dele. Ele gosta das baixinhas porque elas tem mais carne, mas nem todas, ele é muito chato com mulheres, ainda mais se ela não souberem conversar a mesma altura que ele.

Advogado Sedutor - Livro 2 (Repostagem)Onde histórias criam vida. Descubra agora