Capítulo 36

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Sabrina

Duas semanas depois...

Após saber da alta de Gabriel eu estou exultante de alegria. Ele teve que operar o ombro, uma cirurgia pequena, pois a bala havia atingido uma veia, mas não a vital e para analisar a dor inumana que o consomia. Hoje ele está bem e terá de praticar exercícios, eu não tive coragem de olhar para cara da minha mãe. Mas, eu não tenho para onde ir, então tenho que conviver, ela as vezes chora com meu desprezo.

Eu só queria que ela não mentisse para mim eu passei a vida acreditando que meu pai nos abandonou o que foi verdade, porém, não me contou a história dele e nem de como se conheceram. Eu fui um fruto de amor proibido, pois ele já era casado quando conheceu Nicole. Me sinto fraca e uma pessoa suja de todos os modos. Me arrumo o mais rápido que posso, e mantenho a porta do meu quarto fechado, é o que me mantém distante dela, de confrontá-la. Saber que Alessa está pagando por seu atentado me alivia, mas não da maneira que deveria ser. Como réu primária ela teve que prestar serviços públicos até o fim do ano. Portanto, que ela não torne a me perseguir como sempre fez, tudo bem. Por fim, ajeito meus cabelos ondulados e suspiro fundo. Às vezes dar de cara com ela é necessário, porque sei que ela está precisando de cuidados altamente especiais. Mas sei que isso dói nela, dói em também. Porque ela podia ter me contado, mas preferiu me esconder, preferiu me fazer acreditar numa vida de mentiras e falsidade. Ela escondeu parte de quem eu era ou de quem eu deveria ser.

Isso não se faz nem mesmo com o cachorro. Saiu do meu quarto sorrateiramente e ando pé ante pé até a sala, mas minha tentativa é em vão, pois ela está lá sentada, com o rosto cheio de lágrimas, a dor era totalmente visível no seu rosto abatidos com olheiras fundas. Ela gira o corpo em minha direção e desvio o olhar. Eu tenho vergonha de encará-la, mas também quero saber porquê.

- Filha, por favor, eu não entendo...-diz ela perdendo a voz pro choro novamente.

- Se acalme, eu vou ver Gabriel. - digo secamente.

- Sabrina, eu preciso saber porque você me abandonou! - ela grita, parece ter criado forças para falar.

Ignoro e continuo andando até a porta.

- Eu carrego o sobrenome do meu pai?

- Como?

- Eu carrego o sobrebome daquele desgraçado? - pergunto mais uma vez, mais gritando.

- Sabrina, você não tem direito de me fazer passar por isso...de novo não!

- Então não me cobre.

Abro a porta e antes que eu saia de casa, ela me chama e me viro lançando um olhar duro.

- Ele e eu...éramos proibidos. Ele era casado, eu tentei negar, fugir, mas eu amava aquele homem. Uma noite, foi suficiente para a gente ver que éramos partes um do outro...

- Nasci de um amor sujo e repugnante...- digo e lágrimas surgem em meus olhos.

- Não! Não é bem assim...

- Eu não sei se fico para escutar ou se dou as costas para você! - afirmo convicta e viro o rosto.

- Você não pode me julgar, não fizemos nada de errado...

Advogado Sedutor - Livro 2 (Repostagem)Onde histórias criam vida. Descubra agora