Capítulo 53 - Parte 1

3K 295 16
                                    

Sabrina

Depois de dois meses, de puro enjôo e mais feliz do que eu poderia estar, finalmente é aniversário do Gabriel. Alícia concordou comigo em fazer uma festa surpresa para Gabriel, que está tentando resolver um caso agora. Já havíamos convidado amigos e familiares para a festa. Chamei Clara, pois mesmo com todo ódio que nós tínhamos uma pela outra, ela que salvou a minha pele.

Eu ajeitava a mesa da sala quando um forte enjôo me pegou. Fecho os olhos e tento respirar fundo, coloco a mão na protuberância pequena em minha barriga, apenas uma pequena onda. Laila colocou sua mão em minhas costas e sorriu.

- Já passei por isso, João Pedro também não é fácil...- comenta ela. Sua barriga está bem aparente, ela usa um vestido longo de frente única branco.

- Olha, isso está me deixando desanimada. - comento rindo.

- No final vale a pena.

Sorri e Laila começa a me ajudar com os enfeites. E a mesa com todos os detalhes. André está irritado por ter que encher bolas e no final elas estourarem sem razão, sua cara de raiva é a coisa mais engraçada do mundo.

- Merda! Isso é um saco. - reclama André.

- Olha o palavreado, delegado. - repreende Alícia.

- Quer experimentar? - diz ele entregando o pacote de bolas para Alícia.

Ela ri e senta ao lado do filho e começa a ajudá-lo.

- Ele é sempre assim? - pergunto.

- Não. Ele só odeia fazer as coisas e ver que não vai dar certo. - Laila começa a rir.

A vejo alisar sua barriga e sinto vontade de fazer isso também, ela sorriu e o bebê começa a chutar e abro um largo sorriso. Apesar do medo que sinto por gerar gêmeos, estou feliz que isso tenha acontecido. João Carlos e Henrique estavam carregando alguns móveis os tirando de vista. Minha mãe preparava a comida em grande quantidade para mais tarde. E estava preocupada de Gabriel aparecer do nada e acabar com a surpresa.

Laila fez uma careta e soube na hora que ela estava cansada. Seus pés pareciam bolas pequenas de futebol, segurei seu braço e a deixei sentada numa cadeira, por enquanto.

- Você vai passar por isso...- ela argumenta.

Sorrio fraco.

- Imagino.

Faço os últimos preparativos e agora só falta chegar o bolo.

****

Gabriel

A jurisdição iria demorar um pouco, aquilo me deixou nervoso. Queria terminar isso logo e ir para casa cuidar da minha família. Me pego imaginando o rosto deles, as mãos tão pequeninas, os pés enrugados, o choro, o sorriso, os olhos, e acabo percebendo que estou sorrindo que nem um idiota. Ylana minha nova secretária, é uma garota jovem e bonita, mas oferecida. Tinha cabelos negros como a noite, a pele é pálida e olhos escuros e lábios carnudos em cor de sangue.

Eu não sei o que é pior um filme de terror bem mal assombrado ou ela, uma garota fútil e vulgar. Mas eu sou a última pessoa a julgar alguém, então com tamanho profissionalismo pedi que ela se sentasse, para que eu pedisse um favor. Ela se aproxima rebolativa e quando se inclinou, acabou revelando seu decote exagerado. O que me deixaria louco no passado hoje me faz ter vontade de vomitar.

A ignorei como sempre faço, há uma semana. Pego dois arquivos do caso de hoje e deposito a sua frente.

- Quero que leve estes arquivos a João Miguel e peça que ele dê uma checada nas acusações que apontam os réus. - digo seco.

- Claro, sr. Farcoland.

A maneira como chama meu nome causa-me um embrulho no estômago, arqueio uma sobrancelha para ela que sorri e se levanta e empina sua bunda. Antes de fechar a porta ela acena sensualmente e continuo a não entender seus gestos. Eu nunca deixaria Sabrina, e meus filhos. Não adianta ter uma mulher linda de corpo e completamente burra se não tem algo que te faz lutar por ela. Personalidade.

******

Sabrina

Tudo estava pronto para a chegada de Gabriel, a maioria dos convidados havia chegado e ainda havia uma outra tonelada da parte deles. Clara chegou e quis ajudar a minha mãe, e isso ainda me surpreende. Continuo a receber os convidados a maioria eu nem mesmo conheço. Alguns homens com umas caras de dar medo entraram sem me cumprimentar.

Dou de ombros e André chego na porta sujo de terra e tampo a boca para não dá risada. Ele faz careta e entra como bala e vai direto para o banheiro.

Caminho um pouco para fora da mansão e olho para o vasto jardim, o tapete seguindo até  o estacionamento. Os balões indicavam seus passos, e suspiro. Uma brisa leve bate em meus cabelos e os moldam de uma maneira suave, eles balançaram e logo pararam e eu entrei.

As horas iam se passando e os convidados iam chegando bem arrumados, principalmente o juiz que julgou meu caso. Estava acompanhado de uma menina e uma senhora que parecia ser da sua idade, obviamente sua esposa e a outra sua filha.

Eles cumprimentaram o João Carlos e Alícia. Depois os demais integrantes da família Farcoland. Sorri e logo João Miguel me olhou e se aproximou de mim e estendeu sua mão e a aperto.

- Bom revê-la srta. Ruschell. - diz com sua voz firme e calma.

- É bom revê-lo também,  sr. João Miguel. - abro um sorriso.

- Vou me sentar, cansado da viagem, com licença.

- Toda.

*****

Gabriel

O sol estava descendo lentamente pelas montanhas, eu estava preparado para a jurisdição. Ylana entra em meu escritório com os arquivos e bufo.

- Seu João Miguel, não se encontra em sua sala, nem viera trabalhar hoje. - diz ela.

Franzo as sobrancelhas e assinto.

- Obrigado. Deixe os arquivos em minha mesa, vou para o tribunal.

- Mas terá julgamento esta noite? - ela pergunta sem entender.

- Sim, você tem de me acompanhar.

- Bom, tudo bem.

Saímos de meu escritório e subimos para o tribunal. Mas não havia nem mesmo um guarda escoltando a porta.

Que diabos está acontecendo?

Advogado Sedutor - Livro 2 (Repostagem)Onde histórias criam vida. Descubra agora