Capítulo 54 - Parte III - Final!

3K 311 57
                                    

Sabrina

Ele é o homem mais lindo da face dessa terra. Eu não tinha como explicar o tamanho deste sentimento. O amor que brilhava em seu olhar foi a maior certeza que já tive em quase 1 ano. Dou a volta e preparo seu prato, todos estavam já sentados e Laila foi a última a aparecer. O jantar foi animado, todos falaram como foi divertido e como Gabriel ficou depois de surpreendido. A sua reação foi o motivo de tamanha zombaria da parte de todos, eu até pensei que ele fosse se ofender, mas acabou levando no espírito da coisa, ria e fazia a mesma brincadeira.

Alícia contou sobre sua infância toda durante o jantar, os micros que pagou quando era uma garota desengonçada. Ela vivia esbarrando e quebrando coisas, depois contou como conheceu João Carlos, e o que sentia por ele até hoje. Nada havia mudado, eles trocaram um demorado selinho e André e Gabriel arquejaram e fizeram careta. Laila, eu e Renata começamos a rir da situação. 

A porta atrás de nós se abriu e vimos Henrique passar por ela e nos olhar confuso.

- Perdi alguma coisa? - pergunta ele.

- Tecnicamente a festa toda. - rebateu André.

- O quê? Que horas saiu, Henrique? - perguntou Alícia, séria.

- Eu fiquei na festa até as nove e depois fui dar uma volta, o que tem demais nisso?

- Você devia ser mais perto de sua família...

- Fala sério, não sou mais criança!

João Carlos se levantou de um súbito e olhou friamente para seu filho. Parecia que seu olhar severo já dizia mais que algumas palavras, Henrique abaixou a cabeça e retirou algo do bolso, um pacote cinza prateado. Ele caminha até a mesa e parou ao meu lado, fico o olhando intrigada. Ele me estendeu o pacote.

- O que é isso? - pergunto.

- Pegue, por favor. - pediu ele, gentil.

Pego o pequeno pacote e abro lentamente, estava envergonhada. Horas atrás, Henrique parecia me ver como uma inimiga, mas agora posso ver que estava enganada. Ele só iria ficar sozinho e não estava aceitando a idéia.  Para um promotor considerado frio e calculista, ele parecia bem sentimental. Pego uma toalha pequena de rosto,  escrito o meu nome e do Gabriel, e uma mensagem pequena:

"Através dos seus olhos, serei um acusador, mas ao olho nu, serei o seu melhor amigo protetor"

Sorrio e minha vista logo começa a ficar umedecida. Um gesto bonito a que ele fez, levanto a cabeça para olhá-lo, e o vejo entortar a boca. Todos ficam em silêncio e me levanto para abraçá-lo. Ele se solta do meu enlaço e olha para o pai.

- Por isso demorei, levou a noite toda para eu achar uma confecção aberta e só achei a duas horas atrás! - diz Henrique.

- Podia ter esperado amanhecer, não é? - comenta Alícia.

- E me preparar para um interrogatório logo cedo? Não mesmo! Vou dormir.

Henrique se afastou de novo, subindo as escadas. Terminamos o "jantar" sem mais em previstos.

****

Gabriel estava levando eu e minha mãe para casa, eu ainda estava cansada pelo dia agitado que fora ontem e hoje. Posso sentir a exaustão explodir em cada canto do meu corpo. Minha mãe dormia no banco de trás até chegarmos em casa. A estrada estava vazia e numa paz sem igual, a noite estrelada me jazia paz e o bem que todos seres humanos deveriam ter. Eu amava olhar para as estrelas e sentir a melancolia que elas sentiam em conjunto, era como se eu fizesse parte de cada constelação brilhando no céu. 

Advogado Sedutor - Livro 2 (Repostagem)Onde histórias criam vida. Descubra agora