Capítulo 25

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Sabrina


Ainda estou tentando entender a razão deste beijo inesperado que Gabriel me deu. Eu não sei mais sobre o que pensar ou sentir. Tenho certeza que Marcos se visse, entenderia tudo errado. E de qualquer maneira isto está errado. Gabriel não pode chegar assim, e achar que isso vai ajudar no que vamos trabalhar aqui. Estou atordoada e confusa. Gabriel se afasta um pouco e arranha a garganta e me dá as costas e depois me olhar novamente, percebo que ele está encabulado e envergonhado por sua ação.

Podia ter sido errado, mas algo dentro de mim gostou desta atitude. Meu coração parecia um balão de festa. Eu quero que ele faça de novo, porém me sinto culpada por isso. Eu agora assumi um relacionamento com Marcos, isso é motivo o suficiente para que eu considere isso muito errado. Eu abaixo minha cabeça e ajeito uma mecha de cabelo atrás de orelha e depois de um grande silêncio ensurdecedor eu decidi que era hora de ir embora.

Gabriel então corre e segura o meu braço e me olha com desespero.

- Fica. Preciso muito falar com você! - pede ele.

- Sobre o quê?

- Eu sei que está de namoro com o Marcos, mas...- ele fica sem jeito para falar e tento incentivar com o olhar. - Mas você vai comigo mesmo no jantar?

- Sim, eu vou para retribuir a ajuda que você está me dando, com meu caso e minha mãe. Mas que isso não volte a se repetir.

- Sim, te pego as sete da noite?

- Sim...

- Vai estar em casa?

- Claro. Tenho que ir...

Ele abre um sorriso e caminha até a porta, ele parece estar feliz. Eu estou também, mas não posso demonstrar isso. Ele não precisa saber que ele domina a maioria dos meus sentimentos. Saiu e aceno para ele que devolve. Me despeço de Lorrana.
E penso na Larissa, por que diabos ela não falou nada sobre o ocorrido? Ela devia ter falado.

Mas não importa, eu vou provar a minha inocência. Com Gabriel ao meu lado tudo daria certo. Lembro do beijo recente e meus lábios se contraem em um sorriso involuntário. Isso só me fez ter a certeza do que venho sentindo por ele, a verdade, é que eu o amo o suficiente para não ser uma pedra no seu sapato. Não quero ser um peso para ele e ser o motivo de sua chacota.

Iriam rir dele por estar se envolvendo com uma favelada de um morro qualquer. Não faço seu tipo e não mereço estar ao seu lado. Ele merece algo que esteja a altura dele, da mesma classe social que ele. Não eu. Apenas uma garota que fora criada e sustentada por uma mãe e não tem pai para reprimir quando deve. Eu pensei que isso me revoltaria mas foi ao contrário, só me fez valorizar a vida que levo e lutar sobre meus ideais.

Desço todo o prédio e pego um táxi que está parado no sinal. Mal posso esperar para chegar a noite.

▪▪▪

Está escurecendo e eu me sinto nervosa. Minhas mãos começam a suar frio quando as horas demoram a se passar. Marcos até agora não ligou e não estou preocupada com isso. Quando deu seis da tarde eu começo a escolher a minha roupa, e começo a me desesperar por chegar atrasada. Pego uma toalha limpa e corro para o banheiro para tomar um banho, um longo banho.

Após tomar este banho de 40 minutos,  começo a xingar aos quatro ventos e corro para o quarto colocar uma roupa decente. Visto uma calça jeans branca com lantejoulas nas laterais e uma camisa de mangas longas na mesma cor que a calça e ajeito meus cabelos molhados, com a ajuda do secador. Eu estou à beira de um colapso. Eu estou prestes a enfartar aqui mesmo.  Meu coração está acelerado e procuro ir o mais rápido possível nas minhas coisas.

Eu não ia sair com qualquer garoto, eu iria sair com Gabriel. Eu iria conhecer a família de Gabriel. Meu deus! Estou completamente perdida. O que vou dizer a eles? Como devo me comportar? Minha mãe seria útil neste momento. Eles devem ser gente de nariz em pé e vão me olhar feio quando eu pisar lá. Talvez não. Mas eu estou ficando louca.

Coloco um gorro de lã também branco e passo para maquiagem, um trabalho difícil pois nunca sei qual cor combinaria. Resolvi ficar no branco mesmo e uma sapatilha de tiras finas e curtas. Terminei passando um batom nude na boca.

Faltavam apenas dez minutos e fui para o portão depois de trancar a casa. Gabriel ainda não havia chegado. Suspiro de alívio e me assusto com uma risada irônica vindo atrás de mim.

- Olha só quem se produziu toda! - diz Clara, que usa apenas um top e um short jeans.

- Clara, não me enche está!  - peço já me sentindo exausta.

- Vai aonde? Trabalhar na sua boate no Centro da Cidade? - ela ri e as amigas as acompanha.

- Você não sabe cuidar da sua própria vida não?

- Até sei, mas gastar com sua cara é melhor!

- Então, faz um favor...pega a sua bonitinha e vai procurar um bandido da vida aí e larga do meu pé.

O carro de Gabriel ganhou a rua e parou bem a minha frente, sorrio para Clara que me olha enfurecida, dou uma piscadela e e entro no carro do Gabriel.

Ele abre um sorriso e olha rapidamente para Clara.

- Algum problema? - pergunta ele.

- Nenhum. - sorrio.

- Pronta para conhecer a família Farcoland?

- Acho que sim...

Ele começa a rir e dá partida ao nosso destino.

Advogado Sedutor - Livro 2 (Repostagem)Onde histórias criam vida. Descubra agora