Capítulo 12

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Gabriel

Acordo pela tarde, com uma forte dor de cabeça. Não me lembro de quase nada, apenas que fiz amizade com um rapaz mimado e Henrique. Nem sei como cheguei em casa.

Me levanto só para para a dor de cabeça me torturar e me prender a cama. Fecho os olhos, tentando não me concentrar na dor lancinante que se aglomera na minha cabeça. A porta se abre e vejo Renata entrar com uma bandeja de café da manhã e bufo.

- Calma, minha tia pediu para eu trazer. Tome duas aspirinas com o suco e vai se sentir bem...

- Obrigado. Pode ir.

- Não quer ajuda?

- Não! - grito.

- Ok.

Ela sai rapidamente do quarto e me vejo sozinho novamente. Me sento devagar, e franzo as sobrancelhas quando minha cabeça se torna pesada para o meu corpo. Pego as aspirinas e bebo com o suco de laranja sem açúcar. Espero alguns minutos, e sinto a dor diminuir gradativamente e me delicio com as torradas feitas pela empregada.

Henrique entra pela porta sem camisa, mostrando seu corpo tatuado do peitoral aos braços. Ainda bem que no tribunal ele usa terno, senão duvido que ele teria o nome que arrematou.

João Miguel adorava nós dois em ação, mas Henrique só fazia bem feito o seu trabalho. Ele senta na cadeira e fica me olhando.

- Exagerou ontem. - diz ele.

- Eu sei, mas fazer o quê?

- Se controle mais, Gabriel. Uma hora vai ter problemas de saúde...

- Henrique, tudo o que eu preciso não é ouvir seus sermões.

- Mas vai ouvir - diz ele, sério. - aquele garoto é filho de um cardiologista, conhecido o melhor do Rio. Ele tem três filhos, um deles você colocou na cadeia.

- Marcos?

- Não. Você não lembra do caso Marques?

Franzo as sobrancelhas e vasculho a mente. Eu mandei um dos irmãos de Marcos para cadeia? Preciso ir ao escritório. Olho para Henrique que fica preocupado.

- Qual o nome do cardiologista?

- Orlando Marques.

Largo a torrada em cima da bandeja tentando assimilar isso. Orlando já me conhecia? Por que não dissera nada? Tinha alguma coisa faltando, penso em várias coisas menos aonde eu quero chegar. Tinha uma coisa vaga, se ele cuida da mãe de Sabrina, duvido que fará mal a ela, ou colocaria em perigo se ela não tinha nada a ver.

Me levanto de um pulo e Henrique me segue.

- Onde você vai?

- No escritório. Orlando é o cardiologista da mãe de Sabrina. Se ele me conhece pode estar armando para ela.

- Do que você está falando?

- Ele queria sair com ela...

- Ela quem?

- Minha cliente. História longa. Eu tenho que ir.

Advogado Sedutor - Livro 2 (Repostagem)Onde histórias criam vida. Descubra agora