Capítulo 5

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Sabrina

Acordo no meio da madrugada ouvindo minha mãe choramingar ao lado do meu quarto. Obviamente, aconteceu o que eu odeio quando acontece. Ela encolheu o joelho e deve estar com dor agora. Levanto preguiçosamente da cama e caminho às cegas pela casa escura. Tropeço em alguns sapatos perto da cozinha e acendo a luz.

Vou em direção ao banheiro que fica perto da cozinha e abro a porta. Em seguida, no armário embaixo da pia, pego os medicamentos necessário, passado pelo doutor Felipe Sanchez. E vou direto pro quarto  da minha mãe e ligo a luz e a vejo suar.

O suor chega a brilhar em sua testa, seus olhos estão semicerrados e olho para perna ainda esticada da mesma maneira que encontrei ao chegar da defensoria.


Meu coração se entorpece com sua situação.

- Mãe, o que você tem? - pergunto, com voz sonolenta.

- E...estou...com...d...dor...- choraminga.

- No joelho?

- Não. Nas costas, está doendo muito filha.

- Vou chamar a ambulância.

Saiu imediatamente do quarto e pego o telefone na sala. Começo a me sentir trêmula, ligo para ambulância que disse que chegaria em 10 minutos.

Estou nervosa e desesperada, dor nad costas nunca é um sinal bom. Eu não posso viver sem minha mãe, ela é meu incentivo todos os dias. Por que essas coisas acontecem com a gente? Eu não sei exatamente. Mas, quero poder fazer alguma coisa para parar estas dores na minha mãe. Mas me sinto tão impotente que só posso ver ela choramingar enquanto a ambulância não chega.

Já estou impaciente com a demora, a ambulância não deveria demorar tanto. Lágrimas se formam em meus olhos quando imagino o pior. Ela pode morrer se isso significasse algo grave, eu não posso ficar aqui dando suposições para aliviar minha dor. Levo minhas mãos à minha boca, pensando no que fazer até a maldita ambulância que não chega.

Olho em volta da sala e pego duas almofadas e vou para o quarto e a vejo ficar vermelha, parece estar sufocando e me desespero. Largo as almofadas e levanto sua cabeça, mas isso não ajuda em nada. Corro em meu quarto e pego meu celular e disco qualquer número, preciso de ajuda.

- Alô...- diz uma voz masculina sonolenta.

- Pelo amor de deus, me ajuda, minha mãe está passando mal e a ambulância não chega! - praticamente ligo.

- Está bem, onde você mora?

- Na rua Itaporã, vinte e seis, fundos.

- Ok, já estou indo!

Desligo. Não importa para quem liguei, tinha que manter uma esperança da minha mãe ser salva. Arrumo minha mãe da melhor maneira que consigo e vou ao meu quarto e me arrumo. Volto as pressas para o quarto e a vejo convulsionar.

Começo a chorar compulsivamente e a tento ajudar.

Tempo depois ouço uma buzina insistente soar na rua e corro para fora. Fico surpresa ao ver Gabriel me esperando com seus cabelos desgrenhados. Mas, me sinto aliviada por ser ele. Abro o portão e ele entra as pressas e o direciono ao quarto da minha mãe. Ele a olha e se preocupa, anda três passos largos e levanta sua cabeça e me olha com seus lindos olhos avelã.

- A ambulância ainda não chegou? - pergunta ele.

- Não.

- Vamos, convulsão nunca é bom sinal.

Advogado Sedutor - Livro 2 (Repostagem)Onde histórias criam vida. Descubra agora