Capítulo 35

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Gabriel

Se alguma coisa na vida é fácil, eu não sei. Mas não é pra mim. Até respirar se tornou doloroso, meu corpo todo doía, meu ombro queimava a carvão em brasa, eu não consigo mexê-lo. Minha visão turva mostrava apenas sombras como um borrão, eu eu capturava as vozes e sabia de quem se tratavam, minha família. A voz de André é que mais ouço. Minha visão arde e sinto fortes formigamentes na mão direita, de repente é devido a dor que se instalou nele. Uma sombra se curvou sobre mim, tento ajustar o foco da visão, mas em vão.

Mas ouço a voz da minha mãe, sua voz sai trêmula e falha, parecia estar chorando. Sinto seu toque sobre minha mão esquerda, livre de danos. Começo a pensar em Sabrina, o que houve com ela depois que apaguei? Me lembro da arma apontada, de me sentir a beira do precipício e de me jogar na frente dela, para salvar-lhes a vida.

- Querido, você acordou! - exclama minha mãe, feliz.

- O que houve? Cadê Sabrina? - pergunto, desesperado.

Sinto uma dor desconunal quando tento me levantar, meu grito é involuntário. Sou contido por toda a minha família que estava presente.

- Calma, se acalme, Gabriel. - pede minha mãe, preocupada.

- Me diz o que houve... - imploro, já sentindo as lágrimas descerem do canto dos olhos.

- Ela está bem, está no quarto ao lado, desacordada, parece que ela foi atingida também, eu não sei bem...

- Você ainda não a viu?

- Não.

- Por favor, vai lá...

- Filho...

- Por favor...

Ela assentiu carinhosamente e foi, eu não queria saber de mais nada que não fosse ela.

Sabrina

Estou deitada nesta cama há algumas horas, penso no ocorrido e em Gabriel. Lembro dele desacordado e com a respiração fraca. E me lembro, de apenas sentir um ódio sobrehumano, um ódio que me consumia, um ódio que me fez ficar louca. Nem senti a bala que perfurou Gabriel pelo ombro me atingi também. Por isso me senti tão mal depois. A bala, por sorte, não me pegou em cheio, passou de raspão e abriu seriamente uma parte do meu pescoço, havia perdido muito sangue naqueles pequenos e longos minutos enquanto discutia com aquela vagabunda suja. Ela devia estar na cadeia uma hora dessas.

Mas a minha maior preocupação era com Gabriel, não soube mais dele desde que entramos neste hospital. Olho para o teto branco e ouço apenas os bips das máquinas cardíacas qie parecem ficar ligadas o dia inteiro. Penso nas mentiras que minha mãe me contou, penso com que coragem terei de encará-la de novo depois do que eu soube. Ouço batidas leves na porta e olho para ela, esperando que Gabriel apareça por ela, mas me entristeço ao ver que era somente a mãe dele, mas feliz por saber que ela veio me procurar.

Abro um sorriso fraco e vejo seu rosto inchado e olhos vermelhos de tanto chorar.

- Oi, querida...- cumprimenta ela.

- Oi...

- Você está bem?

- Fisicamente acho que sim, mas em meu interior...

- Eu sei...

- Ele já...acordou? Aconteceu alguma coisa?

- Não. Sim, ele está e me intimou a vir te ver.

- Preciso ver ele!

Me levanto mesmo com dor e inchaço no local atingido e Alícia tenta me conter. Ela viu que não conseguiria, então apenas ajudou-me a descer da cama. Ela me leva cuidadosamente até o quarto dele e todos ali dentro me olham morro de vergonha, pois sei que pensam errado sobre mim.

O pai de Gabriel vem em m8nha direção e me abraça.

- Você está bem? - pergunta ele.

- Não. Foi culpa minha...

- Nada foi sua culpa, pare de pensar bobagens.

- Mas é verdade.

- Não é não. O importante que os dois estão respirando e fique calma. Vai lá falar com ele..

Sorrio e caminho até ele que olha docemente, lágrimas já começam a cair sem meu consetimento, e seguro sua mão livre. André na minha frente pede que todos saiam para que fiquemos a sós. Sorrio em agradecimento para André que acena com a cabeça.

Depois que todos saem, deposito um beijo na mão  de Gabriel que sorri.

- Por que não me contou sobre seu pai? - perguntou ele.

- Eu não sabia, minha mãe nunca me falou.

-E como vai ser agora?

- Não sei, não tenho como encará-la.

- Sabe que Alessa pode estar mentindo, né?!

- Algo me diz que não. Mas não quero falar disso, você está melhor? Quero dizer, está com dor?

Ele abre seu sorriso e me sinto corada.

- Claro que sim, mas você é meu remédio.

- Gabriel, pára...

Ele aperta sua mão em volta da minha, e o beijo na testa.

- Não se culpe pelo o que aconteceu...

- Mas foi culpa minha...

- Não foi não!

Ele me puxa e meu rosto fica bem perto do dele, tão perto que posso sentir seu hálito quente. Meu coração outrora ferido e esmagado, reviveu em questão de segundos, as lagrimas não paravam de descer a cada segundo. Eu explodia em felicidade em saber que agora tudo vai ficar bem. Ele ri da minha situação.

- Acho que eu preciso te defender...

- Você já fez isso e olha o que aconteceu?

- Já pedi para não se culpar. E não me importa com quantas balas terei que lidar, eu vou te proteger.

- Gabriel...

- Sabrina, eu te amo, por favor, acredita no que eu digo.

- Está bem...

- Isso só vai ajudar no teu caso, ela vai se ferrar.

Sorrio.

- Claro que vai.

Desculpe o capítulo pequeno, é porque a internet só está entrando pela manhã.

Advogado Sedutor - Livro 2 (Repostagem)Onde histórias criam vida. Descubra agora