Capítulo 6 - Habilidades especiais

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Capítulo 6 - Habilidades especiais

Felipe estava cansado de tantas tentativas frustradas, mas ainda assim se esforçou. Ousou, pela última vez, encontrar Zinim acessando as memórias dos animais silvestres, enquanto Aurora esperava, já montada no alazão dele. Eram tantas localizações diferentes das crianças pela floresta que mais pareciam um grupo de nômades. E ele não sabia as datas certas de tantos momentos, para identificar o que era recente. Ao menos deviam ter um local fixo para dormir.

- Talvez estejam no Reino dos Alternadores – Aurora sugeriu.

- Meu instinto me diz que não. E se nós formos embora e a Malévola encontrar a menina?

- Tem certeza que viu a irmã do Eli? Pode ser outra menina.

- Ela é muito parecida com ele e um dos meninos falou Zinim, apesar deles a chamarem de mãe. Estou preocupado. Mesmo que eu a localize, só da Malévola avistar a garotinha, irá transportá-la. Não podemos nos aproximar, nem fazer nenhum ruído, nada que chame a atenção. O ideal é que fiquem bem escondidos.

- Você não tem nem um palpite de que altura dessa floresta eles possam estar?

- Tudo é muito parecido, até a posição das pedras, não é à toa que chamam de labirinto!

- Mas você me encontrou rapidinho.

- As árvores que me mostraram. Sim! Devem saber das crianças também!

Felipe beijou a testa da noiva de tanta felicidade, fazendo com que ambos percebessem o óbvio.

- Você também é uma localizadora! E nesse labirinto será muito mais eficiente do que eu. Só não abra o caminho até a menina.

Aurora assentiu, entendendo aonde ele queria chegar. Deveria se concentrar nessa habilidade recém descoberta e cuidar da irmã de seu amigo. Ergueu os braços com atitude e encarou as árvores.

- A menina está perto? – Ela perguntou, como se as plantas pudessem responder. Nada aconteceu.

Aurora estava um tanto insegura quanto ao que fazer, mas insistiu:

- Ahn, senhora árvore, onde está a irmã do Eli? Uma direção basta, norte, sul?

Nenhuma movimentação.

- Eu preciso saber agora!

Felipe cruzou os braços, curioso e perguntou:

- As plantas falam contigo?

- Não.

- Então por que está interrogando a árvore?

- Eu não faço a menor ideia de como isso funciona! As árvores se mexeram por vontade própria, nem precisei fazer nada. O problema é essa árvore que não quer colaborar!

- Podemos torturá-la, quem sabe?

Aurora deu um peteleco no pé da orelha de Felipe, que gargalhou da noiva. A guardiã estava nervosa diante de sua inabilidade, com medo de não conseguir proteger a garotinha.

- Eu ainda não a conheço, mas já é uma menina importante para mim. Jamais irei me perdoar se algum mal acontecer com ela. Se ela e as outras crianças têm um lar por aqui, eu preciso saber!

A fada se ajoelhou e encarou o noivo, frustrada com a ausência de resultados. Então a raiz da árvore se abriu, liberando um buraco sobre o solo. Dele saiu uma toupeira.

- Isso é a minha resposta? – Ela questionou tanto a planta quanto a si mesma. Virou-se para Felipe, que estava acessando as informações da mente do animal. Ele sorriu como quando vencia um torneio e Aurora teve certeza de que o rapaz havia descoberto algo.

O Conto dos Contos 2 - A Lenda do Era Uma VezOnde histórias criam vida. Descubra agora