Capítulo 21 - Sonhando acordada

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Dedicatória:

PARA ANNA, DO GRUPO DO ZAP!  >>>>>>>>> (Parabéns atrasado pelo níver!)

Capítulo 21 – Sonhando acordada

          Estela estava sorrindo de orelha a orelha, olhando pela janela da carruagem, contemplando como o mundo era lindo e vasto. Havia passarinhos e borboletas coloridas e flores cheirosas. O dia estava ensolarado e mesmo sem ter chovido, havia um enorme arco-íris no céu, que se iniciava em Campos e terminava no Reino Encantado.

          Os suspiros da herdeira dos fadens teriam despertado desconfiança em Solange, não fosse o momento em que a felicidade excessiva havia se manifestado. A rainha pensou que a neta estava contente por retornar ao Reino Encantado e ver a prima. Não que isso não fosse motivo de alegria, apenas não era o motivo daquela alegria específica.

         A moça saiu de seu devaneio quando a avó apoiou a mão sobre seu joelho e sorriu amavelmente.

- Querida, deve estar tão ansiosa para ver Aurora, seu quarto, sua terra. Não imaginei que você estivesse sentindo tanta saudade. Isso é bom. Ter saudade do seu reino.

         Estela ficou sem graça e lançou um sorriso amarelo. Estava se sentindo uma péssima futura rainha. Teve que desviar o olhar. Só conseguia se imaginar com Vicente, carregando no peito a certeza de que ele a amava também.

         A viagem foi longa, mas a recepção calorosa compensou. Aurora já estava do lado de fora dos muros de proteção, com um vestido branco, uma margarida nos cabelos, e um sorriso fraternal. Estela agradeceu por ter a prima por perto num momento tão complexo de sua vida. Precisava conversar com sua irmã de criação desesperadamente.

         Aurora correu e abraçou Estela bem apertado. Informou aos cochichos que Cindia chegaria mais tarde para vê-la, e que as duas sentiam muito a falta dela.

- Eu também senti falta de vocês. Precisamos conversar. Sem a vovó.

       Aurora assentiu, captando a mensagem. Afastou-se da prima e virou-se para Solange.

- Estela deve estar cansada, devemos deixá-la descansar em seus aposentos. Quando Cindia chegar revelo todos os detalhes do casamento e mostro o vestido.

       A rainha assentiu, esgotada com a viagem desconfortável e os problemas constantes.

       As três adentraram no palácio e Aurora foi conversando com a avó até o aposento dela, enquanto Estela ia para o antigo quarto. A herdeira dos fadens soltou os cabelos e passou a escová-los, lembrando de cada detalhe dos seus três primeiros beijos. Um sorriso bobo apareceu de leve em seu rosto. Logo, seu aposento foi invadido.

- Despistei a nossa avó! - Aurora adentrou no quarto e fechou a porta com cuidado, evitando fazer barulho. Correu até a cama e se deitou nela, espatifando-se tal qual um filhote. - Deixa essa escova aí e vem para cá! Estou curiosa para saber o que há por trás do arco-íris do céu, e algo me diz que você é a origem.

       Estela riu e se deitou ao lado da prima. Estava nervosa, com as bochechas coradas, e assumiu.

- O Vicente é o motivo.

- Ah! Por favor, me diga algo que eu não saiba! O que houve? Ele se declarou?

- Ele estava dormindo, e sonhou comigo.

- Ele te disse que sonhava com você?

- Ele não sabe que eu sei, mas eu deixei um bilhete antes de ir mostrando que eu descobri. É que ele sonhou comigo como esposa dele.

O Conto dos Contos 2 - A Lenda do Era Uma VezOnde histórias criam vida. Descubra agora