Capítulo 20 - Rainha rosa choque

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Capítulo 20 – Rainha rosa choque

          Branca abriu os olhos bem devagar. Seu cérebro ainda estava assimilando o que havia acontecido. Ela olhou para os lados e não encontrou ninguém. Não havia sinal da menina pomba chamada Justiça. Ela ponderou se devia sair do casebre, uma vez que não se sentia recuperada. Aos poucos, se levantou, com a ajuda das mãos apoiadas ao chão. Ficar de pé foi difícil. O ronco no estômago a levou a pensar num pãozinho e num suco. E a vantagem daquele casebre era pensar na comida e a bendita aparecer. A mais bela de todas se alimentou com mordidas pequenas. Depois bateu uma mão na outra e se arriscou em direção à porta.

- Acabou mesmo, não é? Se eu sair, não estarei desistindo... Porque não é essa minha intenção.

          A porta rangeu, abrindo-se de leve em resposta.

- Foi um consentimento! Estou saindo. Nem posso acreditar!

         Branca sentiu a luz contra o rosto e o cobriu imediatamente, dando um passo para trás.

- Ai, meus olhos! - Ela reclamou, desacostumada com a luz do sol.

          A luminosidade era incômoda para quem havia ficado trancafiada num casebre sem janelas.

         A moça, assim que colocou um pé no gramado - e por motivos irracionais, foi o direito - percebeu um caminho alternativo se abrindo diante de si.

        Branca franziu o cenho. Queria ir logo até os anões, e se preparar para regressar a Campos. Então se lembrou da prova que a ajudaria como rainha, revelando algo útil. Não poderia ser pior do que a prova do futuro.

- Já desmaiei tanto, que diferença fará desmaiar mais uma vez?

       Ela optou pela prova, como todos que passavam pelo treinamento faziam. Ao seguir a trilha que se aprofundava na floresta, percebeu as vestes mudando de cor, para um rosa choque maravilhoso. Ela tocou no topo da cabeça e sentiu uma coroa simples e leve, presa em tranças de seu cabelo. Suas vestes eram uma mistura de vestido e armadura, com uma calça por baixo de um saiote com fendas. Havia muita mobilidade.

- Queria tanto um espelho agora... - ela resmungou. - Não que eu seja dessas pessoas fúteis, mas é uma curiosidade legítima.

        A moça aguardou, mas não surgiu nem um espelho de mão. Ela deu de ombros.

       Em seguida, Branca viu um espaço de terra circular, cercado por um gramado florido e se sentiu atraída por ele devido à claridade intensa que passava dentre as árvores, num feixe luminoso.

       Em pé, já dentro do círculo florido, sentiu a presença de alguém por detrás. Virou-se imediatamente e os galhos de uma árvore se mexeram. Surgiu dentre eles ninguém menos que Vicente.

- Hey! O que você está fazendo aqui? – Ela quis saber.

- Você não ouviu em que consiste esse teste.

      Logo a nova rainha entendeu que não era Vicente de verdade. Aos poucos, pessoas conhecidas por ela foram saindo de trás das árvores e a cercando. Eram elas: Victor, Felipe, Aurora, senhor Ston, Solange, Estela, Malévola, Cinderela, Merlim e Henrique, que apareceu em sua bela forma. Eram, no total, doze pessoas, todas de vestes brancas.

- Pegue o punhal, Majestade – o rapaz parecido com Vicente solicitou.

     Branca procurou pela arma e a mesma surgiu ao seu lado. Ela estendeu a mão sobre o solo e a pegou. Imediatamente, os doze conhecidos ficaram parados e estenderam as mãos.

O Conto dos Contos 2 - A Lenda do Era Uma VezOnde histórias criam vida. Descubra agora