Capítulo 25 - Visitas
James e Eli carregaram suprimentos às escondidas até o camarote de Simbad, protegidos pelo dom de invisibilidade do fadem. Simbad deixou a porta meio aberta possibilitando a passagem dos dois, e foi para o lado oposto do navio, convocando a tripulação, a fim de apresentar Wendy e desviar a atenção. Os piratas não reclamaram por ter uma mulher bonita no navio, nem mesmo os que tiveram que acordar por ordens do capitão para conhecerem-na.
O capitão analisou sua tripulação e sentiu falta da sereia. Ela não estava em seu camarote, tampouco apareceu entre os piratas.
- Chamem a Ruiva, diga que tenho uma surpresa.
- Ela está no camarote, capitão – Smee disse.
- Não, não está.
Simbad esperava que o pai e o fadem já tivessem terminado de colocar comida por lá, pois teria que voltar ao camarote. Ele indicou com a cabeça para que Wendy o acompanhasse e foi até seu lugar privado. Mal entrou, quem fechou a porta foi seu pai, e tanto ele quanto Eli apareceram.
- Sinto muito, mas sua Ruiva não vai voltar.
James entregou o recado ao filho, que o leu imediatamente.
Oi, Capitão.
Não me despedi porque creio que nos veremos de novo.
Desejo que você e seu pai recuperem o tempo perdido.
Esvaziem o coração de rancor para ceder espaço ao amor.
Sua amiga e confidente,
Ruiva.
E me desculpe pelo chapéu.
Simbad estava visivelmente abalado com aquela notícia. Seu pai respirou fundo e segurou o filho pelos ombros, o interrogando.
- Ela sabe quem eu sou? Por que ela fugiu? De que rancor está falando?
- Não sei, eu não sei! – Simbad balbuciou, transtornado.
- O que disse exatamente a ela?
- Que você viria.
- Essa moça sabia de mim, pode ter fugido por ciúmes? – Wendy perguntou, se metendo na conversa.
- Não, não, não falei da senhorita, só dele – Simbad empurrou o cabelo para trás, nervoso, e procurou se sentar.
- Então fugiu de mim! – James deduziu. - A pergunta é por que. Disse que nós dois devemos esvaziar nosso coração de rancor. Ela tinha medo de mim? Que rancor é esse?
Simbad tentava analisar o que de errado poderia ter dito. Tudo o que se lembrava era de falar de seu pai, da solidão, da dor. Quanto a rancor, só poderia ser seu ódio pelo rei Tristan.
- Ah, não! – Simbad pareceu preocupado. – Ela deve ir contar ao rei Tristan sobre você. Ela é uma sereia, afinal, e insistiu muito para que eu não me vingasse do rei.
- Não sei, não. Ela deixou um monte de pérolas de presente. Além disso, seria mais inteligente permanecer conosco e descobrir algum plano antes de nos entregar. Todos os piratas odeiam o rei Tristan e o matariam, se pudessem, então o que ela teria a dizer? Parece que a questão era comigo. A sereia não queria lidar comigo. Talvez eu a conheça. Como ela era, além de ruiva? Preciso de todos os detalhes!
- Pequena, de um metro e cinquenta e alguma coisa, petulante, olhos verdes, a encontramos no mar num vestido de noiva, foi abandonada pelo noivo, trabalhava no palácio, era dama de companhia da princesa, tinha hábitos de nobre, tem tanto poder sobre a água que perde o controle, sabe cantar a canção do pirata...
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O Conto dos Contos 2 - A Lenda do Era Uma Vez
FantasyAurora já teve que lidar com falsas acusações, esconder-se no Reino dos Humanos, ser humilhada diante de um povo e mortalmente ferida. Tudo o que quer agora é viver em paz ao lado de Felipe, encontrar Eli, e escrever seu nome na pedra para se tornar...