Capítulo 16 - Amar dói

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Capítulo 16 – Amar dói


(Leitores, amanhã organizo em parágrafos. A demora maior do que o habitual é por causa de provas e outros afazeres. )

Ariel começou tímida, sua voz estava fraca e os olhos buscavam os dos ouvintes. Tentando animar as crianças, a voz passou a ter maior potência e a batida das botas contra o convés animava a tripulação. As palmas deram o ritmo, numa apresentação digna de uma cantora pirata. Digna de Pérola.

Simbad tentou, mas não conseguiu parar de pensar na mãe a cada nota que Ruiva entoava. Não tinha muitas lembranças dela, mas a voz e a dança estavam nítidas em sua mente. Havia certa semelhança entre elas. Ele só não sabia explicar. Jamais iria imaginar que Pérola e Letícia tivessem sido amigas, ou que tivessem cantado juntas.

"Coração de pirata, bate como a onda do mar

Forte e constante, perigosamente, ele vai, vem e vai.

Livre como a gaivota, caçador sobre as águas,

Que corda te prende? Que corda te amarra?

Só os braços da sua amada, com beijos que a brisa vem soprar

Coração de pirata, bate como a onda do mar

Forte e constante, necessariamente, ele vai, vem e vai

Seus olhos querem terra firme quando a correnteza traz

Os destroços de uns naufrágios de tempos atrás

As memórias flutuam na água antes de afundar

É aí que você parte querendo ficar!

Coração de pirata, bate como a onda do mar,

Forte e constante, apressadamente, ele vai, vem e vai

Sem medo da morte, sem receio de lutar,

Se perde num dia, no outro ganha, não há tempo para chorar,

A onda é que faz o navio sacolejar, a forte ventania faz movimentar

Coração de pirata, bate como a onda do mar

Forte e constante, decididamente, ele vai, vem e vai

Enterrar na areia o que tem valor

Tesouro que ao longo da vida ele conquistou

Se abrir o seu baú que surpresa terá

Um enfeite em forma de estrela do mar

Riqueza que o dinheiro não pode estimar

Ele vai, ele vem, ela vai, ele vem, aonde vai parar? Terra ou mar? "

Os piratas se emocionaram, recordando de suas histórias. As crianças gostaram, pois dava a ideia de aventura. Quanto a Simbad, este encarava a sereia sem entender como ela conseguiu deixá-lo tão abalado.

Todos aplaudiram, até o capitão o fez, ainda que de modo irrefletido, acompanhando o que os outros estavam fazendo. Ariel se aproximou dele e encarou o mar, apoiando os braços sobre a borda do navio.

- Por que está assim, tão assustado?

- Não estou assustado.

- Conhece essa canção?

- Minha mãe cantava isso. Não sabia que as sereias conheciam essa música. Pensei que fosse algo só nosso. Que sereia iria querer cantar uma canção pirata?

O Conto dos Contos 2 - A Lenda do Era Uma VezOnde histórias criam vida. Descubra agora