Venha sempre que quiser, mas não repara na bagunça.
Ainda estou arrumando a casa.Tem dias que eu penso ser só isso: um emaranhado de sentimentos e problemas. Um nó daqueles bem dados, sabe? Qual é, acho que, PORRA, eu devo ter quebrado centenas de espelhos quando mais nova, porque eu tenho mais azar do que lugar pra usá-los.
Tem dias que eu só quero alguém que tente me entender de um jeito que eu não tenha que falar o que nem eu mesma entendo.Então era isso? 15 primaveras jogadas no lixo? Opa, calma lá vida, eu não vim até aqui para desistir assim. Vamos para outra jogada, quem sabe nessa eu ganho, né?
Puff. Jogar a sorte com a vida claramente não é coisa boa. A verdade é que eu nunca canso de me surpreender, ou, pra ser mais direta, de cair.
Todas as vezes em que eu me apaixonei por alguém, por algo ou por qualquer outra coisa, foi por pouco tempo. Sim, eu não sou dessas que mantém uma paixão platônica por muito tempo. Eu dou o melhor de mim, e se não receber a altura, eu saio. Até porque se humilhar pelo mísero amor alheio não é nada inteligente, né?
Por mim, a minha primeira paixão poderia ter dado certo. Ah, eu seria a pessoa mais feliz do mundo. Assim como se a última desse certo, eu também seria. A questão é, que a gente nunca sabe o que a vida tem para nós a seguir.
Somos tão capazes de fazer coisas incríveis, esquecer pessoas incríveis e conhecer outras, sabia?
Nenhum amor que passou por você até agora foi verdadeiro. Bum. Por quê? Porque todos eles que passaram e não estão mais com você, te prepararam para aquele amor que você tanto pediu.
Cada lágrima tua, alguma hora, fez o jardim de alguém ser regado. Tudo o que fazemos aqui, permanece aqui. Em forma de ação, pessoa ou dádiva. Não que a tua felicidade signifique a infelicidade do outro, mas o teu dia ruim pode não ser só teu.
Foi florescendo o jardim de outra pessoa, que você mesmo floresceu o teu.
— Ou morangos.
— Odeio!
Ele revira os olhos ao se deparar com mais uma resposta negativa.
Estávamos em aula. Ele e eu.
— Tá melhor?
— É. Tanto faz. — dou um sorriso.
— Hmm. Vai fazer o que agora?
— Não sei. O que você quer fazer?
— Conversar. Só nós. Quer? — ele tinha um sorriso convidativo e bem-intencionado nos lábios grossos.
— Okay. — dou um sorriso diante da proposta.
O Rafa sempre foi o meu melhor amigo. Eu era tão sortuda por tê-lo quanto acreditava ser. E eu acreditava muito.
— E aí? Vai ficar olhando pra minha cara o tempo todo mesmo? — pergunto.
Ele da uma risada e desvia o olhar.
— Não. Só estava vendo uma coisa.
— O que foi, Rafael?
— Você tá mal. Ainda. E não me disse nada.
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Menina, maré.
RomanceEstar perdida nem sempre é sinônimo de adolescência. A vida fica um pouquinho mais difícil quando temos que lidar com nossos sentimentos e com os sentimentos alheios. Essa é a minha história. Se você também anda meio machucado (a) com algo, saiba q...