Por mais que eu te ame,Rafa, nós somos a equação esquecida lá no canto da página do meu caderno.
Não resolvida. Apagada. Sem solução. Nós somos aquela equação cuja solução não existe porque há muitas variáveis em jogo. Eu te amei tanto, mas a matemática é cruel. E nós somos aquela equação no canto da página do meu caderno.Esquecida ou deixada para trás.
Porque agora eu sou só uma lembrança na tua gaveta emocional.Nós não andamos mais de mãos dadas, porque o apenas amigos é um adeus suave que eu não consigo superar. E eu não consigo superar a ideia de você com outro alguém. E eu não consigo superar a ideia de você. Passado e inacabado.
Me perguntaram o porque de eu escrever sobre você. Eu disse que é mais fácil falar sobre algo que eu já senti.Me julgaram falando que isso me deixa presa ao passado. Eu quis explicar, mas achei melhor permanecer em silêncio. Talvez, eles não vão entender que mesmo você não estando aqui, eu ainda te sinto.
— Oi, Ay Ay. Posso passar na sua casa? — Alice me liga.
— Claro, amiga. Vou só me arrumar, me dá 15 minutinhos...
— É... Amiga, o Rafael está aqui também... — ela começa a dizer, enrolada.
— Lice. Não. — eu falo, firme.
— Vai ser rápido, eu prometo. — ela insiste. — Vou estar aí com você, não vou deixar o clima ficar pesado demais.
Suspiro. Na real, eu já havia superado a ideia de distância. Ela estava me ajudando a esquecer o Rafael, e eu preferia mantê-la por muito tempo. Eu estava me esforçando, e deixei tudo cair novamente.
— Okay. Espero vocês. — digo, enfim.
Eu estava jogada no sofá, sem maquiagem alguma, com um pijama antigo e o cabelo ligeiramente despenteado. Eram as férias de julho. Aí eu me arrumei em 15 minutos em um recorde ABSURDO!!!Passei maquiagem para disfarçar as olheiras, fiz uma chapinha mega rápida, coloquei um vestidinho florido que me caía bem. Eu estava com uma aparência leve e pura.
Coloquei um sorriso no rosto e abri a porta.
— Entrem. — digo, olhando para o chão.
Alice é a primeira a me abraçar. Algum tempo depois, Rafa diz, com a voz calma:
— Oi, Ayra.
Faziam semanas que não trocávamos palavras. Me senti estranha e mil coisas passaram pela minha cabeça.Tento parecer confiante e dou um sorriso para ele.
— Oi, Rafael.
Ele retribui o sorriso e entramos na sala da minha casa.
— Então, o que vamos fazer? — pergunto. — Tem alguns filmes na tevê, e algumas séries...
— Vamos ver um filme! — Alice diz, animada com a ideia.
Sento em um sofá separado de onde eles estavam sentados. Não queria ficar próxima o bastante do Rafa a ponto de sentir o cheiro dele. (embora ele ainda estivesse fixo na minha memória.)
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Menina, maré.
RomanceEstar perdida nem sempre é sinônimo de adolescência. A vida fica um pouquinho mais difícil quando temos que lidar com nossos sentimentos e com os sentimentos alheios. Essa é a minha história. Se você também anda meio machucado (a) com algo, saiba q...