— você está linda, filha.
dou um sorriso diante do resultado em frente ao espelho. minha mãe e eu havíamos passado a tarde inteira me arrumando para o baile da minha escola que começava as 22h.
o meu vestido era branco, acinturado e rodado. era tomara-que-caia e o decote favorecia o pouco de peito que eu tinha. hidratei os cabelos naquele dia, raspei a perna e fiz as unhas. em nenhum momento parei de pensar em como seria se Alice estivesse ali. teria sido a nossa tarde...
eu sentia falta dela.
— seu pai vai levar você até à escola. — minha mãe diz. — se divirta, docinho! sorria bastante e tire fotos...
concordo com um sorriso no rosto e saio pela porta de casa. no caminho, vejo que Lucas havia me mandado mensagem.
Lucas: "você vai estar em casa que horas?"
Lucas: "droga, o baile é hoje, né?"
Lucas: "eu preciso ver você, Amora."
marco as mensagens como não lidas e guardo o celular no bojo do vestido. eu o amava, mas eu não podia arruinar a minha noite.
— boa festa, querida. — meu pai diz, quando estacionamos em frente à minha escola.
fico parada dentro do carro por um tempo, olhando pela janela as meninas com seus pares, todas princesinhas.
— estou com medo pai. quero ir para casa. não foi uma boa ideia...
— o que foi, querida? você não pode voltar agora. você está fantástica!
dou um sorriso para ele.
— quer que eu entre com você? — ele pergunta.
olho para ele e vejo que estava me analisando. assenti com a cabeça.
meu pai deu a volta no carro e abriu a minha porta. antes de descer, olho para ele, apavorizada.— você consegue. — ele diz, baixinho.
seguro na mão dele e entro pela porta do ginásio.
Marcelo estava em uma mesa com os meninos. (Benjamin, Rafael e Miguel.) quando perceberam a minha expressão perdida, todos voltaram os pescoços para mim. incluindo o Rafa.
quando percebi, o ginásio inteiro estava me olhando.
— por favor, me diga que eles estão olhando para você, pai. — cochicho.
meu pai da uma risadinha e beija a minha testa.
— fique tranquila e aproveite a festa, xuxuzinho. o pai já vai.
— okay, pai. eu amo você.
ele da uma piscadinha e sai pela porta de trás do ginásio, me deixando sozinha com os olhares pesados em cima de mim.
aceno para o Marcelo e ele sorri, me chamando para sentar com eles.
— você está maravilhosa. — ele diz, quando me vê de perto.
balanço a cabeça.
— nem me diga...
ele da uma gargalhada.
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Menina, maré.
RomanceEstar perdida nem sempre é sinônimo de adolescência. A vida fica um pouquinho mais difícil quando temos que lidar com nossos sentimentos e com os sentimentos alheios. Essa é a minha história. Se você também anda meio machucado (a) com algo, saiba q...