Você deixou de amar a rosa porque ela tem muitos espinhos, ou porque existem flores mais bonitas no jardim?
— Bom dia, filha. Tá melhor? — minha mãe me pergunta no dia seguinte.
— Com dor de cabeça, mas sim.
— Rafa já foi. Ele nem quis tomar café...
Paro.
— Espera. Rafael dormiu aqui? — pergunto.
Minha mãe me olha confusa.
— Sim, amor. Ele quis ficar até você se acalmar, mas você pegou no sono e ele não quis ir embora... Achei que por você tudo bem. — ela fala.
Concordo com a cabeça e preparo o meu café.
Era sexta. E a festa da Alice era amanhã.
Talvez demore...Há algo belo e altruísta em deixar ir. Em abrir mão. Em seguir.
A gente percebe que tem amor próprio e sabe cuidar de si quando passa a abrir mão de coisas ou pessoas só pelo fato de elas não te fazerem bem. A gente percebe que amadureceu quando tocar no nome, sentir o perfume, viver uma data... Já não dói mais. Eu, sinceramente, não via a hora de ver o Rafael se tornando uma lembrança distante.
"— Eu não."
Fala sério, ele era um idiota. Um idiota que me partiu todinha.
Gosto de amor como gosto do meu café: forte e puro.
O teu (quase) amor, e o teu (quase) café me deixam com um gosto estranho na boca, Rafa. Você não acha que eu mereço mais do teu pó ou coração?
Teu amor é fraco como teu café.
***
O dia da festa.
Alice nos acordou cedo e fomos para o salão cuidar dos cabelos e fazer a maquiagem. Quando coloquei o vestido, fiquei parada na frente do espelho por um tempo. O vestido realçava as poucas curvas do meu corpo. Meu cabelo estava solto e cacheado somente nas pontas mais claras.
— Ay... Você está linda! É a menina mais linda da festa! — Alice diz quando me vê.
Dou um sorriso radiante.
— Amiga!!! Você está uma verdadeira princesa! — eu digo, dando palmadinhas nos ombros dela.
O vestido da Alice era cor rosa-bebê. Era cinturado e pomposo. Era um dos vestidos mais lindos que eu já vi. Alice estava realmente uma princesa.
— Vá caçar o teu par, garota! — ela me empurra.
— Lice, estou nervosa... — falo, fazendo biquinho de choro.
Grr. Eu era um neném grande.
— Vai dar tudo certo, amiga. Ele vai se arrepender do que fez quando ver você assim...maravilhosa!
Dou um sorriso nervoso.
— Isso! — ela diz. — Sorria e aproveite a festa, meu bem.
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Menina, maré.
RomanceEstar perdida nem sempre é sinônimo de adolescência. A vida fica um pouquinho mais difícil quando temos que lidar com nossos sentimentos e com os sentimentos alheios. Essa é a minha história. Se você também anda meio machucado (a) com algo, saiba q...