teu amor me entorpece. baby, eu quero te ter.
às vezes eu tenho vontade de aparecer de surpresa na tua rua, porque eu lembro de como a vida era mais fácil do teu lado, Rafael. eu só espero que tu volte no fim. e caso não volte, não tem problema.o nosso caminho foi incrível, e eu espero que os próximos sejam mais ainda.
Sol/Ay.
era sábado e eu ia no parque com uns amigos.
vai ver a vida não passa de um vai-e-vem dos infernos que te arrasta e te solta na esquina mais pacata.
coloco meu vestido preto ciganinha com estampa de girassóis. agito o cabelo na frente do espelho e vou andando até o parque.
— magrela! — Benjamin corre ao me ver, e me abraça até tirar meus pés do chão.
— que saudade, cara! — aperto ele mais forte.
Alice e Marcelo acenam para mim.
— você está uma gatinha. — Marcelo diz, beijando minha bochecha.
— da última vez que disse isso, entramos no pior triângulo amoroso de todos os tempos. — eu falo, rindo.
— nem me fale. — Marcelo responde.
Alice ri. ela estava deitada num paninho forrado no Jardim II do parque, comendo morangos e ouvindo o Benjamin tocar violão. os dois cantavam alegres uma música de que sabiam.
— bota esse anel de coco no teu dedo... — diziam, em uníssono.
Marcelo me pega sorrindo para eles.
— ei. você está tão bem. parece tão feliz.
me viro para ele. Marcelo me encarava com um olhar sereno.
— é porque eu estou. estou na melhor fase da minha vida, Ma. — dou um sorriso.
— eu fico feliz demais por você, Sol.
deito a cabeça no colo dele enquanto ele lia algumas obras de Fernando Sabino só para mim. de vez em quando eu soltava um sorriso e outro.
aquela manhã estava ensolarada e silenciosa.
— sabe no que eu estou pensando agora? — ele diz, fechando o livro.
— em quê?
— pessoas. esse cara... esse Sabino, ele fala sobre pessoas e sentimentos como se fossem coisas distintas. pensa comigo. uma pessoa não é digna de um sentimento, ou o sentimento não alcança a pessoa?
penso por alguns instantes e só dou um pequeno sorriso. Marcelo aperta a ponta do meu nariz. dou uma risada.
— não estou apta à falar de sentimentos agora.
— ainda, Sol?
— acho que nem nos próximos meses...
— você sente falta dele?
dou de ombros.
— só quando eu escrevo. e eu estou sempre escrevendo.
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Menina, maré.
RomanceEstar perdida nem sempre é sinônimo de adolescência. A vida fica um pouquinho mais difícil quando temos que lidar com nossos sentimentos e com os sentimentos alheios. Essa é a minha história. Se você também anda meio machucado (a) com algo, saiba q...