Capítulo_02

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Brenda Félix Lisboa

Trabalho no hospital Sírio Albanês, e amo o que faço, não conheço todos os médicos, pois além do hospital ser gigante, a equipe conta com mais de duzentos médicos divididos em seus turnos e especialidades.

E claro que nunca consegui interagir com o pessoal, porque meu marido é possessivo demais, então o tempo que estou fora de casa, estou trabalhando.

Felipe é o amor da minha vida, mas confesso que ele me sufoca e cada dia que passa, sinto mais falta de ter alguém com quem desabafar, conversar meus dramas, tento lutar por nosso casamento, é uma luta diária.

Não vejo a hora de nosso casamento se estabilizar, para encomendamos nosso bebê, sou louca para ser mãe, embora ela já tenha dito várias vezes que não quer ser pai, que o mundo está muito violento, que eu não imagino o que é o crime nas ruas, e que não vai por um filho neste mundo, mas acho que fala da boca para fora.

O hospital passará por uma mudança, teremos novos chefes, espero que minha escala não mude, gosto do horário que trabalho, se mudarem, terei problemas em casa, até fazer Felipe entender, senhor me ajuda, pois é cabeça dura, o que tem de lindo e charmoso, tem de ranzinza.

Termino meu expediente e sigo para casa, no caminho mando uma mensagem ao meu amor.

Amor, estou saindo agora 👏, o que quer para o jantar, 💋te amo.

✓ Sério que quer saber isso?Tanto faz.

✓ Ok, vou fazer strogonof, bjs.

✓ Vê se faz direito, o último estava uma droga.

Sigo para o mercado, fico triste com sua afirmação, no dia não em disse nada, será que coloquei muito tempero?

Comprei tudo que precisava, fiz o jantar e tomei um banho, ele deveria chegar umas 20:00hs, mas já são quase 22:00hs e nada, como porque estou com muita fome, deixo um prato tampado para ele no microondas e deito na cama após fazer minha higiene, ele deve ter tido algum caso de última hora, ser policial, é como ser médico, estamos sempre apostos.

Acabo pegando no sono, e acordo e vejo que ele não está na cama, olho no meu celular e não tem nenhum chamado e tão pouco mensagem, vejo a hora e passa das 2:00hs, começo a ficar preocupada.

Ligo para ele e não atende, mando uma mensagem e não visualiza, droga.

Quase meia hora depois, ele chega, fazendo um escândalo, derrubando tudo.

Desço correndo, e vejo ele bêbado.

- Lipe, o que houve, você estava bebendo?

- Não é da sua conta.

- Vem, vou te ajudar a tomar um banho, e depois você vai comer alguma coisa, tudo bem?

- Me deixa em paz, mas que inferno, a doutora boazinha, a que ajuda a todos, mas eu não preciso de você.

- Amor, eu só quero te ajudar, porque estava bebendo?

- Porque sim droga, me deixa em paz.- diz vindo em minha direção e me pressiona na parede.

- Lipe, está me machucando.

- É minha esposa, faço o que quiser com você.- me agarra,me beija, seu cheiro está horrível, tem um perfume vagabundo em seu corpo.

- Droga Lipe, me larga por favor.

- Ok, sai daqui, você não presta para nada mesmo.- me empurra que perco equilíbrio e caio no chão.-nesse momento, nem preciso dizer que as lâgrimas estão por todo lado, subo para o andar de cima, me deito e choro até pegar no sono novamente.

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