Sonha comigo💋

Capítulo_16

Seis meses depois do acidente.

Aghata

Meu corpo dói, estou com sede, sinto falta daquela voz, escutar suas histórias,mas de tudo o que ouvi, o que me abalou mais foi escutar a voz de um homem,não sei, mas senti meu coração disparar,  mas como? Tento abrir os olhos, mas parecem colados, não sei onde estou, tudo escuro, mas consigo mexer pelo menos minha mão, tento falar, mas minha boca está muito seca.
Ouço um barulho, passos e uma boca beija minha testa, sinto um perfume doce, e já o senti antes.

- Bom dia amiga, hoje estou no turno na manhã, vim rapidinho só para dar um oi, me perdoa ontem  não puder vir, estava de folga e minha vida está de pernas para o ar. Entrei com o divórcio, mas Lipe, não quer de jeito nenhum, ele disse que falta pouco, e que poderemos ser felizes, só pode ser louco né? Falta pouco o quê? Você sabe? Pois é, nem eu. Pois ele não fala, eu vi ele um dia destes  em um restaurante com uma mulher, quase morri. No mínimo está se divertindo, e quando se  cansar daí terá a mulher dele esperando.Vai sonhando, não nasci para ser estepe de ninguém.
Mas me conta, você não vai acordar, queira ouvir sua voz, Sofia está sofrendo tanto, morar com ela, foi a melhor coisa que fiz, ela é uma comédia, uma grande amiga.
Bom amiga, vou trabalhar, se der passo aqui mais tarde, e depois me conta como é ser cuidada pelo Diretor bonitão, ele está tão empenhado em sua recuperação, que chega até ter torcida para que vocês fiquem juntos.Vou indo, beijinhos.- sinto de novo o beijo em minha testa, e sinto sua mão na minha, tento mexer e não consigo.

E de novo o silêncio, não demora outra pessoa se aproxima, sinto um perfume gostoso, mas não ouço nada, sinto a presença, mas o silêncio é palpável, tento abrir os olhos e vejo que estou num quarto, num quarto de hospital, mas o que estou fazendo aqui, olho para frente e vejo um homem, de jaleco, olhando para fora do quarto de frente a janela, está de costas, não sei quem é, tento falar, mas não consigo, e meus olhos pesam novamente, escuto barulho de aparelhos, mas tudo fica escuro novamente.
Sinto uma mão me segurando, meus olhos são abertos e uma claridade horrível invadem ele, como se uma farol fosse aceso a minha frente, mas de novo a escuridão. Sinto um beijo em meus lábios.

Escuto uma porta se fechar e não demora, escuto vozes, estão bem fracas, não consigo entender, mas mãos me tocam, e de novo é como se adormecesse.

O silêncio é absurdo, porque não acordo, porque não consigo me mexer? Volto a tentar, não sei a quanto tempo estou sozinha, forço meu olhos e volto a ver o quarto branco, a TV de plasma na parede desligada, alguns móveis tem o tom de verde bem clarinho, a parede está em tom pastel, é um quarto de hospital, mas não é estranho, é como se eu já estivesse estado aqui antes.

Olho em volta e ao meu lado direito, alguns aparelhos, vejo que meu braço estão livres, mas não consigo mexer minhas pernas, quero levantar, estou com sede. Fico tanto tempo a espera que alguém venha me ajudar que adormeço de novo, sinto fraqueza e fome.

- Boa noite amiga, agora estou indo, o dia foi cheio hoje, e para piorar, Lipe quer me ver. Não estou pronta, sinto medo de cair na conversa dele, já fazem quase quatro meses que estamos separados, mas meu coração traidor ainda não caiu em si. Bom, eu vou indo amiga, amanhã volto de manhã.- sinto beijos na minha testa e ouço passos se distanciando.

- Seeedee.- só consigo falar isso.

- Amiga? Meu Deus.- ela volta e me abraça.

- Águaaa.

- Ok, espera, preciso chamar seu neuro e o Diretor, são ordens expressas.- nisso ela sai correndo do quarto, é uma mulher muito bonita, só tem um olhar triste.

Minutos depois, entra um equipe grande no quarto, várias pessoas, um se apresenta como Neuro e começa a me perguntar se sinto dores.

- Eu... não consigo mexer minhas pernas.