Capitulo_66

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Daniel

Dormi sentado ao lado da minha amada. Não vejo a hora que tudo isso acabe e que ela e eu possamos ser felizes.

Amanheceu e ela ainda dorme, preciso fazer minhas higienes, sigo para o banheiro. Já com o rosto lavado e dentes escovados, volto para o quarto, a enfermeira troca o soro da Aghata, mede sua temperatura e afere sua pressão, e ela nem se move.

- Enfermeira, bom dia. É  normal ela dormir tanto assim?

- Bom dia. Sim, ela passou por um estresse muito alto, e o médico lhe passou uma dosagem de calmante leve a contar pelo seu estado, mas isso é  resultado de muito cansaço mesmo, após o trauma, seu corpo relaxou.

Ela disse e sai porta a fora, e eu fico pensando quando ela disse " estado dela", me vem ela suja, com fome, desidratada, e saber que aquele homem que chamei de pai lhe causou isso, chega me dá enjoou.

A porta do quarto se abre e vejo minha mãe entrando, e chorou porque está bem vermelho seu rosto.

- Filho.- ela diz e vem me abraçar.

- Mãe.  O que foi?

- Seu... seu pai.- ela diz

- Não mãe, eu não quero saber.

- Filho, ele quer te ver, ele teve outra parada cardíaca, os médicos estão lutando por ele, mas ele está desistindo.

- Mãe eu...

- Filho, eu sei que ele errou e não foi pouco, mas você vai conseguir seguir sua vida, negando esse pedido a ele, não sabemos se resistirá.

- Ok, eu vou. Mas não vou demorar, logo Aghata vai acordar.

- Eu fico aqui filho, vá  em paz.

Beijo a testa da Aghata e vou até o quarto dele.

Entro e ele está sozinho. Ele escuta a porta se fechando e me olha.

- Filho. Me perdoa filho.

- Como você pode fazer isso, não precisava cometer essas atrocidades, éramos e somos estabilizados. Porque?

- Você não entende, manter os luxos de sua mãe, se manter na sociedade, status meu filho custa caro, e o hospital hoje está bem, mas passamos por uma crise financeira grande, e quando vi... já estava envolvido.

- Não tem perdão, quantas vidas você prejudicou? Quantas famílias poderiam estar com seus entes queridos? E porque tanta crueldade com Aghata? Porque?

- Ela...eu achava que ela não era mulher para você filho. Mas...mas depois de tudo que lhe causei, ela ainda tentar salvar minha vida. Eu me surpreendi e confesso que agora eu sei porque você nunca á esqueceu. Ela é  especial.

- Não venha agora bancar o arrependido.- digo andando de um lado para o outro.- Você vai pagar por todos os seus crimes.

- Eu sei filho, não tem nada que faça eu sofrer mais, do que o desprezo de sua mãe, e o seu. Filho, eu amo sua mãe, diga isso a ela, e... eu só te peço perdão, e... e... faça aquela menina feliz.

- Pai...

Ele começou a tossir e segurar o peito, vi que estava passando mal , apertei a campainha e comecei a fazer massagens nele, e logo entraram os enfermeiros e o médico.  E assumiram o atendimento. Olhar meu pai desse jeito, é muito triste.

Me tiram do quarto e eu fico do lado de fora, entro em desespero, ligo para o celular de minha mãe e peço que ela venha até onde estou.

Alguns minutos depois ela chega, e entra em desespero também , meu pai é levado e ficamos ali, a espera de uma notícia.

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