O meu telemóvel vibrou e de imediato peguei nele vendo que era uma mensagem do idiota do Francisco, cheira-me que a partir de agora ele vai mandar-me mensagens constantes. Por que é que não tiveste a genial ideia de lhe ligares em privado? Caramba Mariana, és mesmo burra!
MENSAGENS
Chico: queres boleia para algum lado? Acho que não te arranjas para nada, boneca
Eu: chamas-me isso outra vez e ficas sem jogar futebol até ao fim do teus dias.
Eu: e sim, quero boleia visto que por tua causa perdi o autocarro.
Eu: vai até ao fim da rua e espera por mim lá. Cinco minutos e estou aí.
Depois de responder ao Francisco coloquei o telemóvel dentro da mala e ouvi outro grito histérico da Vânia, suspirei caminhando até ao seu quarto.
— Vânia eu vou sair. — Avisei e preparei-me para fechar a porta do seu quarto.
— Espera por mim. — Pediu-me, fitando-me com olhinhos de cachorro mal morto. — Eu vou só acabar de me arranjar para depois ir ter com Diogo. — Disse e eu revirei os olhos. Quando eu acho que esta gaja não pode ser mais puta ela surpreende-me.
— Não dá mesmo, tenho que correr para apanhar o autocarro. — Ripostei e fechei a porta do seu quarto, caminhei pelo corredor e abri a porta de casa saindo da mesma. Comecei a caminhar até ao fim da rua e quando vi o carro do Francisco entrei no mesmo sem lhe dizer uma palavra.
— Leva-me ao Norte Shopping. — Pedi, digo, mandei enquanto colocava o meu cinto.
— Fala-me dessa boa educação. — Ele disse revirando os olhos e de seguida rodou a chave do carro na ignição.
— Sou bem educada para quem merece e tu não o mereces. — Respondi bruta e peguei no meu telemóvel tirando uma selfie, publicando-a de seguida na minha conta de Instagram.
INSTAGRAM
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@mariana1893 "You can look but don't touch."
Depois de desligar os dados móveis olhei o Francisco que me encarava com um sorriso de canto, arrisquei em perguntar-lhe o que se passava, grande erro.
— Então eu posso olhar mas não posso tocar? Gostei dessa indireta. — Disse sorrindo e eu apenas lhe revirei os olhos. — Já agora grande erro teres publicado uma foto no Instagram, agora para além de ter o teu número tenho o teu user de Instagram. — voltou a provocar-me, piscando-me o olho e eu bufei irritada.
— Apenas cala-te, está bem, Francisco? Conduz calado, já não posso ouvir mais a tua voz, ver a tua cara ou esse sorriso encantador. — Resmunguei, irritada.
— Com que então... Achas o meu sorriso encantador? Bom saber. — Voltou a dizer sorrindo de orelha a orelha. E que maldito sorriso, foco Mariana foco!
— Apenas conduz, está bem? Não estou com a mínima paciência para aturar crianças, se quisesse aturar crianças aturava o teu sobrinho que é bem mais adorável que tu. — Sorri cínica.
— Mas tu sabes que eu tenho um sobrinho e tudo, muito bem, andas bem informada. — E estava novamente a sorrir. Bufei e limitei-me a ficar em silêncio.
Cerca de dez minutos depois o jovem moreno estacionou o seu carro e de imediato saí do mesmo vendo-o a sair também e olhei-o com uma expressão confusa.
— Onde é que tu pensas que vais? — perguntei olhando-o.
— Vou contigo ou achas que te vou deixar sozinha neste enorme shopping assim vestida? Na na, minha menina. — Frisou, aproximando-se e eu revirei os olhos.
— Eu vou ter com pessoas, podes dar meia volta e ir para casa. — Proferi novamente bruta e Francisco bufou já enervado.
— Eu não vou a lado nenhum, quiseste boleia não quiseste? Agora quer queiras quer não vais ter a minha companhia. — Afirmou enquanto trancava o quarto e eu voltei a bufar.
— Despacha-te então. — E comecei a andar, sendo seguida por o jovem jogador do Futebol Clube do Porto.
Depois de subirmos até ao último andar mandei mensagem à Raquel a perguntar onde a morena se encontrava e a mesma respondeu rapidamente. Comecei a caminhar mais devagar e senti o braço do Francisco ser colocado em cima dos meus ombros mas eu simplesmente ignorei a sua atitude, continuando a andar e, de canto, vi um sorriso a crescer-lhe na cara.
Pára de ter um sorriso tão bonito, seu sacana!Assim vou-me derreter e não quero isso... Suspirei no meio dos meus pensamentos e chegámos ao local onde se encontravam os pombinhos: a Raquel e o Diogo.
— Olhem se não é o casal maravilha. — Proferi quando cheguei à beira deles e vi as bochechas da minha colega de casa ficarem vermelhas.
— É que tu podes falar muito, menina Mariana. — Disse Dalot olhando para o braço do Francisco e eu apenas bufei revirando os olhos, tirei o seu braço de cima dos meus ombros e de imediato o belo sorriso que se encontrava na sua cara desapareceu.
Suspirei e puxei a Raquel até à casa de banho. Mas que porra é que ele quer?!
